Receita de um Serial Killer
Rory Enrique Conde está entre os mais conhecidos serial killers do mundo. Um pouco sobre sua infância:
“Segundo seus colegas era uma criança estranha e muito calada, sofria abuso sexual dos tios. Sua infância escondia o segredo extremo de humiliação e volência sexual constante. Achou que, ao imigrar para viver com o pai, todos os seus pesadelos estariam resolvidos, mas se enganara. Seu pai havia se casado com uma madrasta má como de histórias infantis, que abusava das crianças psicológica e fisicamente.”
Andrei Chikatilo também tem uma história interessante:
“Acreditou piamente na mãe quando esta lhe contou que seu irmão mais velho, Stephan, tinha sido raptado e canibalizado por aldeões vizinhos, durante a época da grande fome dos anos 30 na Ucrânia. No entanto, não existem registros de nascimento ou morte de nenhum Stephan Chikatilo, ou ocorrência de canibalismo nesses anos na Ucrânia. Seu jeito estranho e quase afeminado provocava risadas constantes dos colegas, Chikatilo era alvo de ridicuulações intermináveis. Até quando adulto e professor, era ridicularizado e humilhado pelos alunos e colegas de trabalho.”
Como último exemplo, o caso de Theodore Bundy:
“Sua mãe Louise, quando adolescente, envolveu-se num relacionamento com um veterano da Força Aérea Americana, se engravidando de um homem que jamais veria. Para salvaguardar a ‘honra’ da menina, seus pais assumiram a criação do bebê, fazendo com que todos acreditassem (inclusive o garoto) que Louise tinha ganhado um irmãozinho: Theodore. Quando criança ele viu muitas vezes seu ‘pai’ violento espancar a ‘mãe’. Aos 5 anos, a ‘irmã’ Louise casou-se com John Bundy e mudou-se para outra cidade levando-o junto mas sem contar-lhe a verdade. Theodore Bundy nunca se deu bem com o padrasto pois para ele seu pai sempre seria seu avô, e jamais perdoaria o casal por tê-lo separado da pessoa que mais amava no mundo.”
São sem dúvida casos bastante estranhos, alguns bem chocantes. Depois de ler estas e outras histórias de vida de serial killers eu me pergunto a que se deve o surgimento destes cruéis assassinos: aos genes ou à sociedade?
* As histórias foram adaptadas do magnífico livro “Serial Killers: Louco ou Cruel?” de Ilana Casoy.
Está chegando o Big Brother Brasil!
Falta um dia pro início do Big Brother Brasil, e como todo ano eu não vejo a hora de começar logo. Prender vários estranhos em um ambiente fechado e ficar os observando na maior parte do dia é uma idéia que me fascina muito, mas infelizmente tal projeto de pesquisa seria facilmente rejeitado em qualquer comitê de ética.
Então eu dou um viva à Rede Globo, que além de fazer isso por mim, ainda “os cutuca” criando situações embaraçosas e difíceis, só pra aumentar o estresse e a rivalidade entre os participantes. E além de tudo isso, ainda os servem de muito álcool nas festas, aumentando a impulsividade dos pobres cobaias.
É, espero ter muita diversão nos próximos três meses, com muito “estudo de caso” na televisão. E um pouco de propaganda: aproveito pra acompanhar tudo pelo blog Big Bosta Brasil, facilmente entre meus favoritos nesta época do ano.
Motivação: de onde ela vem?
“Você sabe quantos psicólogos são necessários para trocar uma lâmpada? Só um. Mas ela tem que querer mudar.”
Piadinha clássica de psicólogo, que aproveita de uma visão bem característica do senso comum: que a pessoa tem que querer mudar para que isso aconteça. Será que precisamos mesmo de motivação? Ou ainda, de onde viria tal motivação?
Primeiramente eu gostaria de dizer que nada vem do nada. Dizer que a pessoa fez algo simplesmente “por que quis”, porque “teve confiança” ou “estava motivada” não explica nada. Devemos buscar a fonte dessa vontade, ou seja, o que levou a pessoa a se sentir motivada. E aí a explicação simplesmente sai de dentro da pessoa e vai para fora.
Por exemplo: se eu sempre fui bom aluno, tirei notas altas mas saio mal no vestibular, com certeza aquele resultado vai me afetar e pode me fazer querer estudar mais – estudar é algo que eu sempre fiz e me trouxe bons resultados, e portanto é desta maneira que costumo me comportar nestas situações.
Outro: quando criança minha mãe morria de medo de lugares altos e eu a via evitando sempre que possível viajar de avião ou andar em elevadores. Se eu cresci ouvindo dela o quanto tais lugares são perigosos, provavelmente não vou sentir vontade de viajar de avião e procurarei esquivar de tais situações.
Ou ainda, se sempre que enfrentei situações novas saí perdendo, fui criticado e cresci sempre obtendo melhores resultados vivendo sozinho e isolado, há grandes chances de depois de adulto eu não querer gastar muito tempo interagindo socialmente e preferirei ficar sozinho.
Claro que são exemplos bem simples, mas são histórias mais ou menos desse tipo que ouvimos no consultório. No final das contas, os gostos, vontades, motivações e tudo aquilo que compõe a nossa subjetividade, aquilo que temos de mais único e nos difere do resto do mundo, é na verdade construído socialmente.