II Seminário Internacional de Habilidades Sociais
Não costumo divulgar eventos em que não vou participar ativamente, mas vou abrir excessão pra este aqui:
II SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE HABILIDADES SOCIAIS
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
4 E 5 DE JUNHO DE 2009
Vários palestrantes interessantes estarão presentes, como Almir Del Prette & Zilda Del Prette, mas o que realmente chamou minha atenção foi Vicente Caballo! Os livros dele são referências para todos que queiram trabalhar com tratamento de psicopatologias na Terapia Comportamental.
As inscrições de trabalhos já se encerraram, mas as de participação ainda não, veremos se dá pra eu ir, afinal de contas, Rio de Janeiro a gente faz um esforcinho extra, né? Para mais informações só clicar na imagem:
Thomas Szasz entrevistado sobre a psiquiatria
O site australiano All in the Mind realizou este mês uma extensa (e muito interessante) entrevista com o Dr. Thomas Szasz. Ele pode não ser tão conhecido entre as pessoas fora da psiquiatria, mas já escreveu 33 livros como “O Mito da Doença Mental“, “A Fabricação da Loucura” e “Esquizofrenia: O Símbolo Sagrado da Psiquiatria“, é considerado por muitos um dos “cabeças” do movimento da reforma psiquiátrica nos Estados Unidos e é, além de tudo, psiquiatra e professor na State University of New York!
A visão de Szasz é bastante controversa, e alguns até o consideram muito radical, mas seus livros certamente dão muito o que pensar e ele levanta bons questionamentos como a inexistência da mente, das doenças mentais como algo físico e do excesso de prescrições medicamentosas para problemas comportamentais. Assuntos que eu tentarei aprofundar nos próximos posts.
Por enquanto, vou traduzir alguns trechos que mais me chamaram a atenção:
“Thomas Szasz: A palavra chave é comportamental, é por isso que os psiquiatras frequentemente chamam um transtorno mental de transtorno comportamental. Mas o comportamento não é uma doença, não pode ser uma doença, apenas o corpo pode ter uma doença.”
“Thomas Szasz: Como pode a depressão ser diferente da tristeza? Depressão é se sentir mal, sentir fatigado, com falta de esperança, sem ajuda – e são os sentimentos normais de alguém que se encontra em uma situação de vida muito ruim, que de repende perdeu seu dinheiro ou ficou doente, ou tipicamente é um sentimento comum em idosos. Se você vai a um asilo e olha em volta, é um lugar deprimente, e o que é deprimente no lugar é que é todo mundo depressivo.”
Questionado quanto aos medicamentos e sua eficácia, Szasz diz:
Thomas Szasz: Não vejo dificuldade em explicar isso. O comportamento humano, seja normal ou anormal não acontece no vácuo, obviamente ele é mediado pelo modo como o corpo e cérebro da pessoa funciona, e o fato de substâncias químicas afetarem o cérebro em instituições mentais não é mais misterioso do que cerveja, álcool ou outros tipos de bebida afetarem pessoas normais. Elas vão pra casa após um dia de trabalho, se sentem cansadas e deprimidas e tomam alguma bebida e se sentem melhor. Isto não quer dizer que elas estavam doentes antes. Podemos tomar vários tipos de substâncias químicas que afetam nosso comportamento. Isso de maneira alguma prova que o estado anterior era um estado de doença médica.
Desnecessário dizer, recomendo a entrevista a todos os profissionais da área da saúde!
Entrevista com Thomas Szasz: Parte 1 e Parte 2
(Pode-se ouvir a entrevista clicando em “Listen Now” no site principal, ou fazer o download do mesmo clicando em “Download Now”)
Ah, para quem ainda não viu, também recomendo MUITO este vídeo, do próprio Szasz:
Psicologia: Deus não é suficiente?
Não sei de que igreja isso veio, mas que coisa ridícula:
Tão absurdo que nem sei por onde começar a comentar!
Basicamente, ele começa dizendo que:
1) “Todas (as psicoterapias) são meras especulações sem nenhuma validade científica” (0:33)
2) “Nenhum método específico é mais eficiente que o outro” (0:41)
Eu trabalho com a terapia comportamental, que traz tantos resultados positivos que já criou até polêmica entre os psicanalistas na França. E estes resultados não vieram a toa! Todas as técnicas utilizadas foram formadas através de resultados experimentais ou então levando em conta processos comportamentais descobertos através de experimentos científicos.
E se a gente não fizesse ciência, isso seria tudo papo furado:
Journal of Applied Behavior Analysis
Journal of the Experimental Analysis of Behavior
Psicologia Ciência e Profissão
Revista Brasileira de Análise Experimental do Comportamento
Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva
Sobre Comportamento e Cognição
Também é dito no vídeo que temos a pretensão de achar que sabemos tudo, e isso é perigoso porque ela é falsa (2:05). Concordo que não sabemos tudo, mas isso é ótimo, pois é o que nos motiva a fazer mais pesquisas!
E no final o vídeo ainda diz “Dada a expressiva influência que (a psicoterapia) tem exercido sobre a Igreja…” (2:59) e eu logo pensei “que influência“? Daí ele me deu a resposta: “…a Bíblia diz que a humanidade não é boa, pelo contrário, todos possuem uma natureza pecaminosa” (3:53). Só posso dizer que, se esta igreja realmente prega isso, então está produzindo vários potenciais clientes para a nossa psicoterapia. Muito obrigado!
* O outro Felipe (do Psicologia dos Psicólogos) também comentou sobre o vídeo: link.
Psicanálise no HSBC
Não vou comentar porque não sou psicanalista – mas que a propaganda é engraçada é!
Ponto para a psiquiatria!
Ponto para a psiquiatria!
A Associação de Psiquiatria Americana acaba de votar para o fim de simpósios patrocinados por indústrias privadas (como a farmacêutica), e de quebra também o fim das refeições “bancadas” pelas mesmas.
Segundo o Medical News Today, a APA é pioneira na tendência da medicina em aumentar sua transparência, reduzindo potenciais conflitos de interesse monetários.
Isso faz muito sentido, já que se uma empresa financia tais simpósios, como saber se o palestrante fala de um medicamento porque ele é o melhor ou porque esta ganhando algo?
Claro que menos patrocínio dificulda a organização destes congressos, mas não impede: a psicologia nunca ganha apoio farmacêutico, e temos nos virado muito bem até hoje!