Um pouco sobre o XVIII Encontro da ABPMC
Acho os encontros da ABPCM tão legais que o evento passou a ser obrigatório nas minhas agendas desde que participei pela primeira vez. É muito legal ver os trabalhos, pesquisas e principalmente tanta gente falando a mesma língua! Uma das coisas que me chamou a atenção neste 18° encontro foi o grande número de inscritos, era painel que não acabava mais! Outra coisa foi o grande número de trabalhos nas áreas da neurociência e também de psiquiatras participando, o que eu acho bem legal.
Vídeo de abertura do evento.
Tentarei falar um pouco dos dois minicursos que assisti no evento.
O primeiro foi “Comportamento Verbal e contingências comportamentais entrelaçadas: implicações no processo clínico“, pelo Roberto Banaco (ótima pessoa, diga-se de passagem).
Parece que alguns não gostaram do tanto que o Banaco falou sobre evolução e seleção natural, eu no entanto gostei muito pois apesar da seleção por consequências que opera em nosso repertório comportamental ser bem semelhante à seleção natural, pouca gente a conhece bem. Infelizmente o curso teve que ser encerrado enquanto o Banaco falava sobre Comportamento Verbal. Apesar de ter sido tudo muito interessante, o tempo não foi suficiente para a quantidade de material que o professor havia preparado.
No período vespertino eu assisti ao curso “Psicoterapia comportamental realmente muda o cérebro? Uma análise crítica dos estudos de neuroimagem vigentes” e saí extremamente satisfeito! Primeiro porque essa não é uma área que os psicólogos costumam ter muito contato, e também que aprendi o básico de como funcionam os exames de neuroimagem, como são feitas as pesquisas na área e o quanto elas estão avançando (mas ainda precisamos de mais pesquisas na área mostrando a relação entre cérebro e terapia comportamental).
Dentre outras apresentações que assisti, duas me interessaram mais, tanto pela “excentricidade” do assunto quanto pelo conteúdo apresentado:
Uma foi sobre dependência, jogos de azar e videogame, ministrado pelo psiquiatra Hermano Tavares da FMUSP e Daniel Spitzes da UFRGS. O pôker tem sofrido uma reglamurização na sociedade e os videogames avançam cada vez mais, mas não as pesquisas comportamentais nesses assuntos! Até já falei sobre o assunto aqui e depois aqui.
A outra foi sobre um projeto de pesquisa do psicólogo Alex Machado da Faculdade Pitágoras de Linhares envolvendo a “análise funcional de operantes verbais musicais: seriam os elementos da música operantes autoclíticos?“. Ele falou sobre isso mostrando como mudanças sutis nos elementos da música podem provocar mudanças nos estados emocionais dos ouvintes com exemplos muito legais! Não vejo a hora de ver mais dados desta pesquisa no futuro.
Enfim, fiquei bastante contente com o congresso, com as apresentações que assisti, as pessoas que conheci e, como ninguém é de ferro, com a festa de encerramento.
Ah, ainda tem a mesa redonda que participei, mas isso vai ficar pra outro post!
XVIII Encontro da ABPMC
Está chegando finalmente! Semana que vem, nos dias 14, 25, e 26, acontece o XVIII° Encontro da Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental em Campinas (SP). Simplesmente o maior congresso brasileiro da abordagem comportamental!
Este ano participarei da mesa redonda entitulada “Esquizofrenia: Evidências e Análise Funcional de Cenas de Filmes“, na terça-feira dia 25, das 9:00 às 10:20.
Hoje apresentamos o mesmo trabalho na UCG, no III° Simpósio de Saúde e Clínica e o resultado não poderia ter sido melhor: auditório lotado, fomos bombardeados com perguntas interessantíssimas e muitos aplausos! Tomara que o pessoal de Campinas tenha a mesma resposta!
Enfim, o convite está feito!
(E espero que este post tenha justificado um pouco a minha ausência por aqui!)
Link: ABPMC
Sentindo raiva no trabalho
“- Estou te enviando para umas aulas de controle de raiva por causa de sua recente explosão de raiva com seu chefe.
– Quando alguem é abusado por alguma figura de autoridade, a raiva é uma resposta saudável e apropriada.
– Certo. Queremos menos disso.”
Tristeza, raiva, felicidade e outras emoções devem ser sempre analisadas levando em conta todo o contexto da situação, pois por mais íntimas que elas sejam, a causa está sempre no ambiente!
Mas é muito mais fácil culpar a pessoa do que as contingências – ou ficar aplicando testes nos coitados ao invés de mudar a dinâmica da empresa.