Encontrada área responsável por erros da neurociência
Vi no Mindhacks o link para um estudo de 2008 que apontou que incluir uma imagem cerebral em um argumento sobre comportamento humano faz com que o público o aceite mais facilmente, mesmo que atividade cerebral não seja relevante ao tópico em discussão. E isso é bem comum de acontecer, visto que a origem última dos comportamentos costuma estar no ambiente externo.
“Parte do cérebro que impede análises críticas
quando vê figuras bonitas do cérebro.”
Não me entendam mal, eu gosto muito da área das neurociências, mas é verdade que as vezes eles “reinventam a roda”, como o Neto exemplifica bem aqui.
Porque eu gosto tanto do Big Brother Brasil
Algumas pessoas me olham com estranheza quando eu falo que sou apaixonado no BBB. “Você faz mestrado, é professor, e assiste aquela bobeira?” é o tipo de resposta que costumo obter. Mas é só até eu explicar melhor o porquê dessa paixão.
Eu, como cientista e analista do comportamento, acharia maravilhoso poder juntar uma dúzia de pessoas em uma sala experimental e observar seus comportamentos por um tempo. Mas dificilmente um projeto de pesquisa como este passaria em um comitê de ética em pesquisa. É aí que entra o BBB.
Mas uma hora poderia se tornar monótono observar aquelas pessoas sem nada pra fazer. E é o mesmo que poderia acontecer no BBB e que o Boninho, diretor do programa, deseja evitar. Então o que ele faz? Modifica o ambiente para assim modificar os comportamentos dos seus “sujeitos experimentais”.
Para que existam polêmicas no programa (e mais audiência) o Boninho, nada bobo, cria variáveis que interferem nos sentimentos dos participantes, por exemplo, provas em que um participante deve atribir características ao outro, como “legal” ou “fofoqueiro”. Outra tática usada foi dividir a casa em grupos de 3 pessoas, aumentando a rivalidade entre elas (ainda mais quando a liderança de um garante imunidade dos parceiros). Hoje a divisão é entre 2 casas e a rivalidade parece estar maior ainda. E não para aí, ainda tem as provas de comida, em que a cooperação é muito importante, tem o Big Fone, que pede para eles indicarem outros para o paredão ou imunidade e ainda nos dias de transmissão ao vivo o Bial sempre tem comentários preparados com o objetivo de alfinetar os participantes.
Criando esse ambiente completamente maluco você tem respostas também malucas dos pariticipantes! Quem acompanha o programa deve estar adorando a enorme quantidade de discussões e desentendimentos desta edição.
E qual a lição que a gente tira de tudo isso? Bom, nossos pensamentos e sentimentos podem ser nossos (e a gente não precisa torná-los públicos se não quisermos), mas eles nunca vem do nada, suas causas últimas estão sempre no ambiente!
PS: e eu concordo muito com quem diz que ouvir o Bial dizer coisas como “salve salve Brasil”, “amigos da nave BBB” ou aqueles discursinhos nonsense pré-eliminação é muuuito chato!