Adoção por casal homossexual: algum problema?
Ontem em um palestra sobre adoção, uma aluna de psicologia perguntou quais seriam as diferenças (ou dificuldades) de adaptação em uma criança adotada por casal homossexual. A psicóloga palestrante disse que no processo de adoção a prioridade é o bem estar da criança e concluiu com a infeliz afirmação:
“Em Goiânia temos aproximadamente 550 famílias esperando uma criança para adoção. Se a criança tem à sua disposição uma família de casal heterossexual e outra de casal homossexual, qual vai ser melhor pra ela? Eu recomendo a heterossexual.”
Sem dúvida essa foi uma afirmação extremamente preconceituosa, afinal de contas, a natureza sexual do casal não determina a dinâmica familiar – é fácil imaginar uma família problemática ou desestruturada em que os pais são heterossexuais.
Ao contrário do que muitos pensam, nós psicólogos não temos todas as respostas sobre o comportamento humano. Muito menos em questões atuais e polêmicas como esta. Mas isso não nos dá o direito de responder baseado no “achismo” ou em preconceitos. Shame on you palestrante!
O bacana foi que, mais tarde, me disseram que no dia anterior a mesma aluna havia feito a mesma pergunta à outra psicóloga, que respondeu mais ou menos assim: “se são um casal feliz e estável, com claras intenções de cuidar e educar o filho e tem condições para isso, então acredito que nada impeça que a criança cresça de maneira saudável”. Aí sim! Mandou bem Maria Alves Toledo Bruns!
Este é um assunto novo e ainda com poucas pesquisas e resultados concretos. Se alguém já teve experiência com um caso de adoção como esses ou conhece alguém que passou por uma situação similar, por favor compartilhe nos comentários!