Campeonato de basquete de ratos
Na graduação de psicologia, aprendemos que as leis que governam a aprendizagem de novos comportamentos nos humanos são as mesmas que de qualquer outro animal. Ensinamos nossos alunos a treinar um rato a pressionar uma barra (e ganhar comida) como um primeiro passo para que, um dia, eles possam treinar o seu cliente a emitir novos comportamentos que sejam importantes para ele.
Estas aprendizagens são simples mas não fáceis, pois requerem muito treino. Para entender isso é só pensar em quanto tempo você levou para aprender a falar, a ler, escrever ou a exercer sua profissão. Tudo isso levou tempo…
Em Curitiba, o prof. Hélder Russo teve uma ótima ideia para estimular seus alunos: além de treinar o comportamento de “pressionar a barra”, resolveu treinar o jogar basquete. O resultado você pode ver no documentário a seguir:
Os alunos tiveram três meses para treinar seus ratos e no final foi realizada uma competição com cerca de 50 pessoas na torcida. Depois de 5 minutos o rato Albert venceu Elvis por 36 a 35.
Mais vídeos e informações sobre os treinamentos estão disponíveis no blog criado pelo pessoal do laboratório: Jogos de Análise Experimental do Comportamento. Estão de parabéns!
Cuidado com as teorias encantadoras
Acabei de ler este post incrível em um dos meus blogs favoritos de todos os tempos, o Neuroskeptic. Como acredito que ele não tem como melhorar, resolvi traduzí-lo aqui:
“Os antigos gregos tinham uma adorável teoria. Certos lugares da Terra (principalmente cavernas) eram portais para o ‘outro mundo’. Plantas que cresciam perto destes lugares podiam absorver a essência mortal de Hades e se tornavam venenosas.
Cobras e outras criaturas venenosas adquiriam seus venenos após consumir estas plantas. E insetos peçonhentos pegavam suas pequenas doses de veneno se alimentando de cobras mortas.
Não é uma ótima narrativa? Explica tudo em uma progressão lógica. Tudo bem que ela pressupõe uma força ‘sobrenatural’ como a origem última do veneno, mas além disso, é uma explicação inteiramente científica. De acordo com a Navalha de Occam, ela propõe um processo simples que unifica diversos fenômenos.
Ela é, em outras palavras, uma teoria científica perfeita. Está completamente errada, em qualquer ponto de vista, mas só sabemos disso porque hoje entendemos átomos, moléculas, química e bioquímica, coisas que os gregos antigos não tinham como conhecer. Na época, a Teoria de Hades era certamente a melhor teoria possível sobre a origem dos venenos.
A moral da história é: cuidado com teorias adoráveis baseadas em dados incompletos.”
Post: Neuroskeptic
Texto retirado do livro: Greek Fire, Poison Arrows and Scorpion Bombs