Como aumentar a serotonina do cérebro sem drogas
A serotonina é uma das principais substâncias químicas presentes em nosso cérebro. Sabemos hoje que ela tem um papel importante na regulação do humor e por isso o tratamento farmacológico para a depressão e outros transtornos psicológicos costuma envolver modificar os níveis serotoninérgicos.
Mas não seria melhor para nós prevenir a depressão do que esperar chegar ao fundo do poço para começar um tratamento? Enquanto não temos vacinas ou medicamentos preventivos, existem algumas atividades que parecem aumentar os níveis de serotonina no nosso cérebro:
- Pensar positivo – Estudos estão sendo feitos para verificar como nossos pensamentos influenciam o metabolismo do nosso cérebro. No entanto, não é novidade que a psicoterapia, por exemplo, pode alterar este metabolismo. Tente ver o lado bom das coisas (e pessoas) ao seu redor e não focar somente nos problemas.
- Sair de casa – Se expor à luz do sol pode fazer nosso corpo produzir mais serotonina. Curiosamente, em análises post mortem, os níveis de serotonina de pessoas que morreram no verão costumam ser maiores dos que os que morreram no inverno. Sair de casa também acaba sendo uma boa oportunidade para se engajar em novas atividades e conhecer mais pessoas.
- Praticar exercícios físicos – Sabe-se que praticar exercícios regularmente tem um efeito antidepressivo e ansiolítico. Os melhores resultados são vistos quando a pessoa está acostumada a fazer exercícios aeróbicos, ou seja, os resultados não vêm da noite para o dia.
- Mudar sua dieta – Algumas substâncias podem melhorar o nosso humor no dia-a-dia, como o triptofano e a α-Lactoalbumina (presente no leite). Além disso, uma boa alimentação poderá te fazer se sentir melhor e melhorar a autoestima.
Essas dicas não são novas, mas acho legal ver um artigo sério demonstrando estas afirmações através de referências científicas. Costumo sempre dizer que nenhum comportamento vem “do nada”, portanto, se a pessoa está deprimida ou simplesmente um pouco triste, é importante rever os aspectos do seu dia-a-dia para encontrar as fontes dessa tristeza. Ninguém consegue mudar o que sente sem mudar o que faz.
Young SN (2007). How to increase serotonin in the human brain without drugs. Journal of psychiatry & neuroscience : JPN, 32 (6), 394-9 PMID: 18043762
Uma solução para a fobia de agulhas
Você sabia que 10% da população mundial tem fobia de agulhas? Eu não estou falando de um simples medo, mas de fobia: a sensação de taquicardia (batimento acelerado do coração), sudorese (suor em excesso) e hiperventilação (respiração acelerada podendo gerar sensação de falta de ar) só de chegar perto de uma agulha. Muitos dizem que preferem morrer a tomar uma injeção (alguns devem ter morrido mesmo por não terem tomado alguma injeção importante).
Embora nossa história de vida modele a pessoa que somos, nunca devemos esquecer que todos nós da espécie humana compartilhamos centenas de milhares de anos de evolução, portanto alguns medos e prazeres são comuns a todos por terem sido importante para a espécie durante a evolução, como o gosto pelo açúcar e o medo de barulhos estranhos na escuridão da noite.
O tão comum medo de agulhas pode ter parte de sua origem em nossa evolução, em que foi necessário evitar dentes, garras, presas e armas pontiagudas. Em nossa história particular, se tivermos experiências desagradáveis com agulhas esse medo pode se tornar exagerado (fobia) e até se generalizar para outros estímulos associados, como seringas, médicos, jalecos e hospitais.
A terapia comportamental tem um histórico brilhante no tratamento de fobias, com suas técnicas de relaxamento e de dessensibilização. No entanto, estas técnicas podem custar tempo (e dinheiro). Para quem não quer seguir este caminho uma alternativa parece estar próxima: as microagulhas.
Com um décimo da largura de um fio de cabelo, a microagulha não atinge os nervos abaixo da pele, portanto não causa dor. Elas se dissolvem na pele e aparentemente ativam o nosso sistema imunológico de maneira mais eficaz que as injeções tradicionais.
Estas microagulhas ainda estão em fase de testes e devem entrar em circulação só daqui a alguns anos e não substituirão todas as injeções (por exemplo, não servem para coletar amostras de sangue), mas já quebram um galhão pra quem tem fobia de agulha.
Fonte: Cosmos Magazine
Cérebro humano perde bilhões de neurônios em nova análise
Nós humanos, sempre nos achando muito especiais, acreditávamos que tínhamos aproximadamente 100 bilhões de neurônios em nosso cérebro. No entanto, uma nova pesquisa liderada por Suzana Herculano-Houzel acabou de diminuir este número para 86 bilhões.
14 bilhões de neurônios a menos pode parecer pouco, mas é o equivalente ao cérebro de um babuíno.
“Para chegar a esse número, os pesquisadores utilizaram 4 cérebros de homens com idades de 50, 51, 54 e 71 anos. O método envolveu dissolver as membranas celulares das células nervosas, criando uma mistura homogênea. Pega-se então uma amostra da sopa e conta-se o numero de núcleos celulares neuronais e cria-se uma estimativa para o número total.”
Na verdade, esta diminuição não que dizer que estejamos “mais burros”. Quando nos referimos ao cérebro, tamanho não é documento: o cérebro de uma baleia, por exemplo, possui 200 bilhões células nervosas e pesa 9kg.
O que realmente importa é a complexidade do cérebro e a forma como estas células se interagem. Saber que nós humanos somos capazes de fazer tanta coisa como ir até a Lua com 14 bilhões de neurônios a menos do que acreditávamos ter me faz sentir ainda mais inteligente!
Fonte: The Guardian