8 dicas para diminuir o medo de falar em público
Segundo o brilhante comediante Seinfeld, o medo mais comum nos Estados Unidos é o de falar em público. Em segundo lugar está o medo da morte. Isso quer dizer que, em um funeral, muitos prefeririam estar no caixão do que fazendo um discurso. Brincadeiras à parte, não sei se estes dados estão corretos, mas o medo de falar em público é extremamente comum e poucas pessoas sabem que podem superá-lo apenas com um pouco de treino.
1. Prepare seu conteúdo
É importante saber qual será sua audiência para poder adaptar seu conteúdo a ela. Uma apresentação que deu certo em uma turma de alunos do ensino médio pode não funcionar com estudantes de pós-graduação. Conheça seu público, o que eles estudam, o que eles gostam, o que eles querem saber.
2. Pratique
Praticar nunca é demais. Apresente na frente do espelho ou para seus amigos e peça feedback. Veja se você está dentro do tempo previsto. A melhor dica de todas é filmar sua apresentação: nela você pode avaliar sua fluência, suas pausas, sua voz, seus gestos, sua postura. Cada apresentação é uma oportunidade para aprendizagem e você aprenderá mais se puder se assistir depois.
3. Questione seus pensamentos do tipo “E se…”
E se você tropeçar e cair? E se você esquecer o conteúdo? E se rirem de você? Mesmo que imprevistos aconteçam, você sobreviverá. É normal ficarmos ansiosos mas com o tempo a ansiedade passa. Cinco minutos depois a audiência não vai lembrar o quanto você estava nervoso mas sim como foi a apresentação.
4. Use a imaginação
Não pense apenas no lado negativo da coisa. Imagine-se mais confiante. Pense em você chegando na sala ou no auditório sorridente, com uma postura confiante, compartilhando seu conhecimento. E se os pensamentos negativos voltarem, imagine-se solucionando os problemas.
5. Foque no seu material
Quando estiver lá na frente, concentre mais no seu material e menos no que você está sentindo. Logo você esquecerá que estava nervoso. Foque em dar o seu melhor e ajudar sua audiência.
6. Respire
Esta dica eu recomendo não só para quem vai falar em público mas sim para todos os ansiosos e pode ser feita antes da apresentação ou algumas vezes ao dia. A respiração diafragmática aliada ao controle respiratório te ajudará a absorver maiores quantidades de oxigênio, diminuindo a ansiedade. O ideal é encher o pulmão de ar (ver vídeo), segurar por alguns segundos e soltar levemente, como se estivesse assoprando por um canudo.
7. Evite cafeína
A cafeína é uma substância estimulante. Ela pode te ajudar a despertar, mas se você é uma pessoa ansiosa ou agitada, ela pode te atrapalhar no restante do dia. Se você precisa se acalmar é recomendado evitar o café e outros chocolates ou bebidas que contenham cafeína. Prefira tomar água ou algum chá.
8. Enfrente a situação
Quanto mais você evitar ter que falar em público, mais difícil se tornará da próxima vez. É melhor enfrentar a apresentação de uma vez, aprender com ela, e a próxima será um pouco mais fácil. É somente com a prática que novos comportamentos se tornam hábitos.
Este texto é uma adaptação do post “Eight Tips to Decrease Public Speaking Anxiety”, escrito por Mary Ann Gauthier para o site Dumb Little Man. Espero que tenha ajudado a quem está precisando.
Novo game ensina crianças a controlar sua raiva
Quem nunca ficou p* da vida depois de perder uma vida no Super Mario? Já ouvi falar de pessoas perdendo o controle em jogos de videogame mas essa é a primeira vez que ouço o contrário: jogos de videogame ajudando pessoas a se acalmarem.
Percebendo que crianças com dificuldade de controlar a raiva costumam ter pouco interesse em psicoterapia mas muito em jogar videogames, os pesquisadores Jason Kahn e Joseph Gonzalez-Heydrich do Hospital Infantil de Boston desenvolveram o “RAGE Control” (controle da raiva), um jogo de videogame com biofeedback que ajuda crianças a praticar o controle de emoções (calma que já explico o que é biofeedback).
O jogo envolve atirar em naves inimigas e evitar atirar nas aliadas. Enquanto as crianças jogam, um monitor acoplado ao dedo transmite sua frequência cardíaca e a mostra na tela (isso é o biofeedback). Quando a sua frequência atinge um certo nível, o jogador perde a habilidade de atirar em naves inimigas. Ou seja, para se dar bem no jogo, ele precisa aprender a se manter calmo.
Para ter certeza se o jogo seria eficaz ou não, os pesquisadores realizaram um estudo controlado com dois grupos de crianças entre 9 a 17 anos. Um grupo, com 19 crianças, recebeu por 5 dias o tratamento tradicional para controle raiva: terapia cognitivo comportamental, técnicas de relaxamento e treinamento de habilidades sociais. O segundo grupo passou pelo mesmo tratamento mas passou os últimos 15 minutos de cada sessão jogando o RAGE Control.
No final das contas os participantes do segundo grupo se tornaram mais eficazes em manter sua frequência cardíaca baixa e tiveram escores menores em uma escala de avaliação utilizada (State Trait Anger Expression Inventory-Child and Adolescent – STAXI-CA), sinalizando menor intensidade de raiva em certos momentos, menor frequência de sentimentos raivosos com o tempo e expressão de raiva direcionada a outros ou a objetos.
Os pesquisadores afirmaram que o próximo passo é testar a aplicação deste jogo pelos pais destas crianças para que, futuramente, elas possam praticar o jogo em casa.
Fonte: Psychcentral
Ducharme, P., Wharff, E., Kahn, J., Hutchinson, E., & Logan, G. (2012). Augmenting Anger Control Therapy with a Videogame Requiring Emotional Control: A Pilot Study on an Inpatient Psychiatric Unit Adolescent Psychiatry, 2 (4), 323-332 DOI: 10.2174/2210676611202040323