O “pingue-pongue” de pombos

E mais uma vez a Análise do Comportamento foi citada em The Big Bang Theory (The Focus Attenuation, S08E05)!

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No episódio, os protagonistas estão tentando iniciar um novo projeto científico mas têm dificuldades para se concentrar. Para resolver o problema, Sheldon sugere o uso de técnicas de condicionamento operante (que Howard chama de “modificação de comportamento”, um termo ultrapassado, utilizado lá nas décadas de 50 e 60).

Sheldon cita que estas técnicas foram usadas para ensinar pombos a jogar pingue-pongue, o que é verdade e pode ser visto no video a seguir:

[youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=MFC62xcOQuQ”]

E isso não é nada, Skinner também chegou a treinar pombos para guiar mísseis para a 2ª Guerra Mundial, escrevi um post sobre isso aqui no ano passado, e aqui você pode ver um vídeo dos pombos em treinamento.

Sobre o Poliamor: é possível amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo?

Vivemos em uma época em que a diversidade é respeitada e as pessoas estão cada vez mais a vontade para expressar o que sentem e pensam. O mesmo vale para a área da sexualidade humana, trazendo à tona temas antes pouco discutidos como o poliamor.

Poliamor é a “prática, o desejo, ou a aceitação de ter mais de um relacionamento íntimo simultaneamente com o conhecimento e consentimento de todos os envolvidos”.

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Em 1929, o matemático e filósofo Bertrand Russel publicou o livro “Marriage and Morals”, em que questiona algumas noções vitorianas acerca do sexo e casamento, podendo ser considerado um dos precedentes da filosofia do poliamor. No entanto, o assunto ainda é pouco investigado sistematicamente.

Alguns autores destacam que enquanto relacionamentos poligâmicos são relativamente raros, acordos poliamorosos em relacionamentos monogâmicos são bem comuns. Em uma pesquisa de 1986 (já faz um tempo), de uma amostra de 3.574 casais casados, 15-28% afirmaram ter acordos que permitiam a não-monogamia em algumas circunstâncias. E a porcentagem era ainda maior para casais homossexuais femininos (29%) e masculinos (65%).

No entanto, outros autores criticam esta forma de sexualidade, afirmando que o amor quando dividido perde em intensidade ou que relacionamentos com mais de duas pessoas duram menos.

Enquanto não temos mais pesquisas sistemáticas para confirmar a veracidade destas críticas, deixo como sugestão aos curiosos o documentário a seguir, e aos psicoterapeutas clínicos, o manual gratuito chamado “What Psychotherapists Should Know About Polyamory”, publicado em 2009.

Poliamor from Zé Agripino on Vimeo.

Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Polyamory
What Psychology Professionals Should Know About Polyamory
What Psychotherapists Should Know About Polyamory

Dez dias em um manicômio

Em 1887 a repórter investigativa Nellie Bly resolveu fingir estar sofrendo de transtornos mentais para ser internada no Blackwell’s Island Insane Asylum (“Asilo para Loucos da Ilha de Blackwell”). Este foi o primeiro manicômio da América, inaugurado em 1839 para ser uma instituição modelo, no entanto, pouco tempo depois os primeiros relatos perturbadores sobre o local começaram a surgir.

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Nellie queria verificar a veracidade destes relatos, e assim que entrou no hospital, voltou a agir naturalmente, prestando atenção em tudo que ocorria ao seu redor, mas ainda assim continuou internada. Em seu livro ela descreve os 10 dias que passou na instituição, destacando o que mais a chamou a atenção, como a facilidade que teve em enganar os médicos, o descaso dos mesmos com as pacientes, o frio que passava durante as noites, a comida estragada que era servida e os inúmeros casos de abusos e maus tratos presenciados com os internos.

“My teeth chattered and my limbs were goose-fleshed and blue with cold. Suddenly I got, one after the other, three buckets of water over my head – ice-cold water, too – into my eyes, my ears, my nose and my mouth. I think I experienced the sensation of a drowning person as they dragged me, gasping, shivering and quaking, from the tub. For once I did look insane.”

É um livro muito interessante para os curiosos e profissionais da saúde mental. Algumas observações da autora nos fazem refletir sobre a loucura:

“What a mysterious thing madness is. I have watched patients whose lips are forever sealed in a perpetual silence. They live, breathe, eat; the human form is there, but that something, which the body can live without, but which cannot exist without the body, was missing. I have wondered if behind those sealed lips there were dreams we ken not of, or if all was blank?”

No entanto, para quem já conhece um pouco sobre a história da psicopatologia os relatos de Nellie não são tão inesperados.

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A psiquiatria e a psicologia são ciências muito novas e que, ainda bem, evoluem rapidamente. Imagine que os primeiros escritos de Freud foram publicados na virada do século passado (+-1900) e o primeiro medicamento antipsicótico só foi descoberto em 1952. Hoje você pode buscar psicoterapia ou um medicamento com certa facilidade, mas e a 100 anos atrás?

A tendência da nossa sociedade sempre foi excluir aqueles que incomodavam. Antes do século passado a mesma coisa era feita os que sofriam de transtornos mentais. Não só com eles, mas se “internavam” nestas instituições os pobres, criminosos, as prostitutas, entre outros. Por muito tempo estes locais foram verdadeiros depósitos de pessoas indesejadas. E isso não é tudo: os profissionais precisavam encontrar uma maneira de controlar os “pacientes” agressivos e perigosos. Sem terapia nem medicamentos, a solução muitas vezes foi correntes, tortura e barras de ferro.

“What, excepting torture, would produce insanity quicker than this treatment? . . . Take a perfectly sane and healthy woman, shut her up and make her sit from 6 a.m. to 8 p.m. on straight-back benches, do not allow her to talk or move during these hours, give her no reading and let her know nothing of the world or its doings, give her bad food and harsh treatment, and see how long it will take to make her insane. Two months would make her a mental and physical wreck.”

Felizmente, depois da publicação do livro, foi feita uma investigação no local e a instituição recebeu um aumento de $850.000 no seu investimento.

Para aqueles que tiverem curiosidade em saber mais sobre a história dos manicômios e transtornos mentais, recomendo também o livro “O Séculos dos Manicômios“, do Isaias Pessoti.

O que se conhece sobre a “cura gay”

Foi noticiado recentemente que a “cura gay” foi aprovada pela Comissão de Direitos Humanos da câmara. Alguns colegas pediram a minha opinião sobre o assunto e, portanto, resolvi expô-la aqui:

 

1. O que diz o projeto?

Na verdade este é um Projeto de Decreto, que tem como objetivo “sustar a aplicação do parágrafo único do Art. 3º e o Art. 4º, da Resolução do Conselho Federal de Psicologia nº 1/99 de 23 de Março de 1999”. O que estes artigos dizem é:

“Resolução nº 1/1999

Art. 3° – os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados.
Parágrafo único – Os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades.

Art. 4º – Os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica.”

Um esclarecimento: este projeto suprime apenas o parágrafo único do Art. 3º, e não ele inteiro.

 

2. O que o projeto está suprimindo?

Considerando que o projeto visa sustar somente o parágrafo único do Art. 3º, então ele não dá ao psicólogo o direito de tratar a homossexualidade como doença. Também não permite ações coercitivas para orientar homossexuais ou tratamentos não solicitados. Ou seja: mesmo que este decreto seja aprovado, homossexualidade continua não sendo uma doença e ninguém vai receber tratamento de reorientação sexual contra a sua vontade.

 

3. O que o projeto está permitindo?

No entanto, suprimindo o parágrafo único do Art. 3º, o projeto permite que “psicólogos colaborem com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades”, e aí ele mesmo entra em contradição, pois se não há doença, não deveria haver cura. Entrarei em detalhes sobre estes possíveis tratamentos mais à frente.

Com relação ao Art. 4º, a supressão do mesmo acaba permitindo que os psicólogos se pronunciem publicamente de modo a “reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica”, o que é um absurdo. Mas absurdo mesmo é saber que já tem gente fazendo isso, como o pastor, psicólogo (e babaca) Silas Malafaia.

 

4. Existe tratamento de reorientação sexual?

A homossexualidade constava como transtorno mental no DSM (o manual que lista os diagnósticos psiquiátricos) até o ano de 1974, na sétima impressão da segunda edição. Antes disso, durante o desenvolvimento da psicologia, em especial a psicologia clínica, foram estudadas algumas técnicas para reorientação sexual, e alguns estudos de caso chegaram a ser divulgados na literatura científica. No entanto, nem todos obtiveram sucesso e hoje ainda não há um consenso sobre como deve ser realizada uma terapia com este objetivo.

Durante as décadas de 60 e 70 foram testadas algumas técnicas como dar choques ou medicamentos que induzem náuseas junto a imagens eróticas com o mesmo sexo. Outros métodos incluíam terapia pela fala e até mesmo eletroconvulsoterapia. Em 1972, foram descritas por John Marquis algumas técnicas para o tratamento da homossexualidade¹:

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Na mesma época, em 1974, George Rekers e Ivar Lovaas² chegaram a publicar um estudo de caso intitulado “Tratamento comportamental de comportamentos de papéis sexuais desviantes em uma criança masculina“. Aparentemente eles conseguiram bons resultados, mas não há um acompanhamento a longo prazo, ou seja, não sabemos o que aconteceu com o garoto nos anos futuros.

É importante acompanhar estes casos longitudinalmente por causa de exemplos como o de Kirk Murphy, que se tornou um adolescente isolado e antisocial que acabou cometendo suicídio aos 38 anos por ~~razões desconhecidas~~.

Estes tipos de intervenção deixaram de ser feitas a partir da década de 80 e hoje não há dados suficientes que comprovem a eficácia de técnicas psicológicas para mudar a orientação de uma pessoa homossexual para heterossexual. Além disso, a Associação Americana de Psicologia fez um levantamento dos estudos sobre técnicas de reversão e chegaram a conclusão de que elas não funcionam. É importante destacar este fato, pois eu me pergunto o que psicólogos como Marisa Lobo fariam para tratar seus pacientes homossexuais. Usariam a “psicologia cristã“?

 

5. Porque sou contra o projeto:

É possível alguém mudar sua orientação sexual? Talvez sim, assim como mudamos outros hábitos no curso de nossas vidas. Mas ainda não temos evidências científicas suficientes que possam provar isso. E ainda que fosse ou venha a ser praticamente possível, seria eticamente viável?

O projeto é polêmico por permitir que psicólogos pratiquem a reorientação sexual das pessoas que busquem esse tratamento. Pior ainda, ninguém sabe como fazer isso. Uma coisa é você permitir o desenvolvimento de técnicas e pesquisas controladas para este objetivo, outra coisa é deixar os psicólogos fazerem qualquer coisa, isso só traria mais prejuízos do que benefícios à população em geral.

 

Mais informações:

Na íntegra: Projeto de Decreto Legislativo de 2011
Jornal da Globo: ‘Cura gay’ é aprovada pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara
Olhar Comportamental: Psicologia Cristã, Marisa Lobo e a Psicoterapia para Homossexualidade
Olhar Comportamental: Terapia para Homossexualidade – O Trágico Caso de Kirk Murphy
Pedro Sampaio: O que a Psicologia tem a dizer sobre a homossexualidade?
ScienceDirect: 5 Things You Should Know About Gay Conversion Therapy
University of California: Facts About Changing Sexual Orientation

¹ Agradeço ao Psicólogo César A. A. Rocha pela revisão deste post e disponibilização da imagem utilizada.

² Segundo o leitor Vinícius Garcia: “Não foi o Ivar Lovaas que publicou o estudo de 1974. Ele foi coautor orientador).  O autor é um tal de George Reekers, que, além de analista do comportamento, é também ministro da Igreja Batista e ativista pela terapia da reorientação sexual. O tal Kirk Murphy, mencionado no texto, que cometeu suicídio aos 38 anos, foi justamente o sujeito do estudo do Reekers. Esse tal Reekers, em 2010, após toda uma vida dedicada a oferecer terapia de reorientação sexual, foi flagrado num aeroporto norte-americano, viajando para a Europa com um garoto de programa de 20 anos a tiracolo.”

O ataque dos pombos assassinos

Dá só uma olhada nessa notícia que O Estadão publicou essa semana:

Três golfinhos treinados pelas forças especiais da Ucrânia para desarmar minas e assassinar mergulhadores inimigos fugiram da base naval de Sebastopol. Em suas missões, os amáveis cetáceos carregam facas e armas de fogo – não está claro se os “fugitivos” estavam com o armamento. Os golfinhos teriam saído a procura de pares para acasalar.

Incrível não? Até parece mentira… e é. Ela foi desmentida dois dias depois (apesar de que, segundo este site, o exército ucraniano, russo e americano treinam golfinhos e outros animais marítimos para fins militares).

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E esta nem é a primeira vez em que animais são treinados para fins militares. Na Rússia, desde 1930, cães “suicidas” foram treinados a correr em direção a tanques carregando minas e foram usados contra os alemães na IIª Guerra Mundial. O treino nem era tão complicado: eles deixavam o cão privado de alimento (ou seja, com fome) e colocavam comida debaixo de tanques. Deste modo, quando o cão estivesse com fome e visse algo parecido com um tanque, corria para debaixo dele, mesmo com uma mina de 10kg nas costas. Outros países tentaram usar procedimentos semelhantes usando cachorros mas nem sempre com o mesmo sucesso.

Ainda na 2ª Guerra, um outro projeto quase foi colocado em prática: o “Project Pigeon“, ou Projeto Pombo.

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Encabeçado por B. F. Skinner, o pai do Behaviorismo Radical, o projeto envolvia mísseis guiados por pombos. O sistema de controle funcionava mais ou menos assim: na frente dos mísseis uma lente projetava a imagem de fora em uma tela e o pombo era treinado a bicar em um alvo nesta tela (por exemplo, um tanque ou um navio). Se o pombo bicasse no centro da tela, o míssil seguia reto, e bicadas fora do centro faziam a tela se mover, fazendo o míssil mudar de direção.

Skinner recebeu fundos para seu projeto (U$25,000) e até conseguiu algum sucesso, mas sua ideia foi considerada excêntrica demais, e o projeto nunca foi colocado em prática.

Se você ficou curioso ou acha que estou mentindo, assista neste link um vídeo dos pombos em treinamento.

O segredo para obter sucesso profissional

Dilbert career advice

“- Alice, você tem algum bom conselho para a carreira profissional?
– Trabalhe tanto até que isso destrua sua saúde e acabe com qualquer chance de ter uma vida pessoal.
– Mas isso não me faria… infeliz?
– Você não pediu por um conselho para felicidade.”

Para uns só uma tirinha simples, para outros um belo tapa na cara!

Fonte: Dilbert

Transtorno Obsessivo-Compulsivo: a visão comportamental

Acabei de publicar no Youtube este vídeo do programa TBC News sobre Transtorno Obsessivo Compulsivo com a participação da Profª Drª Ilma Britto (PUC-GO). O programa, voltado para o público leigo, traz algumas informações interessantes sobre o transtorno, mas o que chama mesmo a atenção é o contraste entre a visão da psiquiatra clássica e da Análise do Comportamento.

[youtube_sc url=”http://www.youtube.com/watch?v=GqgL_qg6G0k”]

A visão da Análise do Comportamento não desconsidera a influência hereditária nem os desequilíbrios químicos cerebrais dos transtornos. Ela complementa esta visão explicando os comportamentos-problema dos transtornos (neste caso as obsessões e compulsões, que seriam os “sintomas” para a psiquiatria) da mesma maneira que explica outros comportamentos ditos normais. Todo comportamento pode ser analisado de acordo com seu ambiente.

Deste modo, a AC se diferencia da psiquiatria por não tratar os transtornos mentais apenas como “doenças” incontroláveis, mas sim como comportamentos que são passíveis de serem analisados e modificados como quaisquer outros. Parece uma visão estranha à primeira vista, mas ela têm produzido bons resultados, e até o psiquiatra disse ao final do programa que recomenda a seus pacientes buscarem a TCC (Terapia Cognitivo-Comportamental).

Cerveja e enxaquecas no Twitter

Não é novidade que muita gente usa o twitter pra reclamar da vida. Aparentemente, existem horários em que a reclamação é mais frequente, pelo menos se for sobre enxaquecas.

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De acordo com este estudo que analisou um banco de dados de tweets, as pessoas falam mais sobre enxaquecas nos dias úteis do que nos finais de semana, e o horário de pico é às 7 da manhã. Dos dias úteis, a terça é “com mais enxaqueca”, e a sexta a com menos. E destes tweets, 80% eram de mulheres.

Esta não é a primeira vez que utilizam o timeu.se para pesquisar tweets. Esta pesquisa o usou para verificar oscilações de humor e padrões de comportamentos durante o dia, descobrindo que as pessoas twittam com maior frequência sobre beber (e provavelmente bebem) cerveja e vinho durante a noite, principalmente nas sextas e nos sábados (que surpresa!).

Fontes:
Neuroskeptic: 1 2

Linnman, C., Maleki, N., Becerra, L., & Borsook, D. (2012). Migraine Tweets – What can online behavior tell us about disease? Cephalalgia, 33 (1), 68-69 DOI: 10.1177/0333102412465207

John, C. (2012). Using Twitter to Measure Behavior Patterns Epidemiology, 23 (5), 764-765 DOI: 10.1097/EDE.0b013e3182625e5d

8 dicas para diminuir o medo de falar em público

Segundo o brilhante comediante Seinfeld, o medo mais comum nos Estados Unidos é o de falar em público. Em segundo lugar está o medo da morte. Isso quer dizer que, em um funeral, muitos prefeririam estar no caixão do que fazendo um discurso. Brincadeiras à parte, não sei se estes dados estão corretos, mas o medo de falar em público é extremamente comum e poucas pessoas sabem que podem superá-lo apenas com um pouco de treino.

1. Prepare seu conteúdo

É importante saber qual será sua audiência para poder adaptar seu conteúdo a ela. Uma apresentação que deu certo em uma turma de alunos do ensino médio pode não funcionar com estudantes de pós-graduação. Conheça seu público, o que eles estudam, o que eles gostam, o que eles querem saber.

2. Pratique

Praticar nunca é demais. Apresente na frente do espelho ou para seus amigos e peça feedback. Veja se você está dentro do tempo previsto. A melhor dica de todas é filmar sua apresentação: nela você pode avaliar sua fluência, suas pausas, sua voz, seus gestos, sua postura. Cada apresentação é uma oportunidade para aprendizagem e você aprenderá mais se puder se assistir depois.

3. Questione seus pensamentos do tipo “E se…”

E se você tropeçar e cair? E se você esquecer o conteúdo? E se rirem de você? Mesmo que imprevistos aconteçam, você sobreviverá. É normal ficarmos ansiosos mas com o tempo a ansiedade passa. Cinco minutos depois a audiência não vai lembrar o quanto você estava nervoso mas sim como foi a apresentação.

4. Use a imaginação

Não pense apenas no lado negativo da coisa. Imagine-se mais confiante. Pense em você chegando na sala ou no auditório sorridente, com uma postura confiante, compartilhando seu conhecimento. E se os pensamentos negativos voltarem, imagine-se solucionando os problemas.

5. Foque no seu material

Quando estiver lá na frente, concentre mais no seu material e menos no que você está sentindo. Logo você esquecerá que estava nervoso. Foque em dar o seu melhor e ajudar sua audiência.

6. Respire

Esta dica eu recomendo não só para quem vai falar em público mas sim para todos os ansiosos e pode ser feita antes da apresentação ou algumas vezes ao dia. A respiração diafragmática aliada ao controle respiratório te ajudará a absorver maiores quantidades de oxigênio, diminuindo a ansiedade. O ideal é encher o pulmão de ar (ver vídeo), segurar por alguns segundos e soltar levemente, como se estivesse assoprando por um canudo.

7. Evite cafeína

A cafeína é uma substância estimulante. Ela pode te ajudar a despertar, mas se você é uma pessoa ansiosa ou agitada, ela pode te atrapalhar no restante do dia. Se você precisa se acalmar é recomendado evitar o café e outros chocolates ou bebidas que contenham cafeína. Prefira tomar água ou algum chá.

8. Enfrente a situação

Quanto mais você evitar ter que falar em público, mais difícil se tornará da próxima vez. É melhor enfrentar a apresentação de uma vez, aprender com ela, e a próxima será um pouco mais fácil. É somente com a prática que novos comportamentos se tornam hábitos.

Este texto é uma adaptação do post “Eight Tips to Decrease Public Speaking Anxiety”, escrito por Mary Ann Gauthier para o site Dumb Little Man. Espero que tenha ajudado a quem está precisando.

Novo game ensina crianças a controlar sua raiva

Quem nunca ficou p* da vida depois de perder uma vida no Super Mario? Já ouvi falar de pessoas perdendo o controle em jogos de videogame mas essa é a primeira vez que ouço o contrário: jogos de videogame ajudando pessoas a se acalmarem.

Percebendo que crianças com dificuldade de controlar a raiva costumam ter pouco interesse em psicoterapia mas muito em jogar videogames, os pesquisadores Jason Kahn e Joseph Gonzalez-Heydrich do Hospital Infantil de Boston desenvolveram o “RAGE Control” (controle da raiva), um jogo de videogame com biofeedback que ajuda crianças a praticar o controle de emoções (calma que já explico o que é biofeedback).

O jogo envolve atirar em naves inimigas e evitar atirar nas aliadas. Enquanto as crianças jogam, um monitor acoplado ao dedo transmite sua frequência cardíaca e a mostra na tela (isso é o biofeedback). Quando a sua frequência atinge um certo nível, o jogador perde a habilidade de atirar em naves inimigas. Ou seja, para se dar bem no jogo, ele precisa aprender a se manter calmo.

Para ter certeza se o jogo seria eficaz ou não, os pesquisadores realizaram um estudo controlado com dois grupos de crianças entre 9 a 17 anos. Um grupo, com 19 crianças, recebeu por 5 dias o tratamento tradicional para controle raiva: terapia cognitivo comportamental, técnicas de relaxamento e treinamento de habilidades sociais. O segundo grupo passou pelo mesmo tratamento mas passou os últimos 15 minutos de cada sessão jogando o RAGE Control.

No final das contas os participantes do segundo grupo se tornaram mais eficazes em manter sua frequência cardíaca baixa e tiveram escores menores em uma escala de avaliação utilizada (State Trait Anger Expression Inventory-Child and Adolescent – STAXI-CA), sinalizando menor intensidade de raiva em certos momentos, menor frequência de sentimentos raivosos com o tempo e expressão de raiva direcionada a outros ou a objetos.

Os pesquisadores afirmaram que o próximo passo é testar a aplicação deste jogo pelos pais destas crianças para que, futuramente, elas possam praticar o jogo em casa.

Fonte: Psychcentral

ResearchBlogging.orgDucharme, P., Wharff, E., Kahn, J., Hutchinson, E., & Logan, G. (2012). Augmenting Anger Control Therapy with a Videogame Requiring Emotional Control: A Pilot Study on an Inpatient Psychiatric Unit Adolescent Psychiatry, 2 (4), 323-332 DOI: 10.2174/2210676611202040323

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