O “pingue-pongue” de pombos
E mais uma vez a Análise do Comportamento foi citada em The Big Bang Theory (The Focus Attenuation, S08E05)!
No episódio, os protagonistas estão tentando iniciar um novo projeto científico mas têm dificuldades para se concentrar. Para resolver o problema, Sheldon sugere o uso de técnicas de condicionamento operante (que Howard chama de “modificação de comportamento”, um termo ultrapassado, utilizado lá nas décadas de 50 e 60).
Sheldon cita que estas técnicas foram usadas para ensinar pombos a jogar pingue-pongue, o que é verdade e pode ser visto no video a seguir:
[youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=MFC62xcOQuQ”]
E isso não é nada, Skinner também chegou a treinar pombos para guiar mísseis para a 2ª Guerra Mundial, escrevi um post sobre isso aqui no ano passado, e aqui você pode ver um vídeo dos pombos em treinamento.
Surdos “sentem a música” e aprendem a ser djs
Uma das coisas que aprendi com B. F. Skinner foi que não existe “talento inato” – tudo que fazemos são comportamentos e, como tal, podem ser treinados. Podemos achar que Ronaldinho Gaúcho nasceu com o talento para jogar futebol mas com certeza ele só apresenta este talento de hoje porque em sua história de vida ele deve ter tido muito mais experiências com futebol do que eu, e por isso joga bem melhor do que eu.
O mesmo raciocínio vale para qualquer outro comportamento. Cada pessoa, em sua história, teve mais ou menos experiências com diferentes habilidades. Já vi gente desistindo de fazer arquitetura ou design por “não saber desenhar”. Mas desenhar é um comportamento, portanto pode ser treinado e desenvolvido. Embora herdemos genes de nossos antepassados (e eles podem nos ajudar ou atrapalhar), eles não determinam nossos comportamentos.
Estou falando disso por causa deste vídeo que encontrei, sobre uma escola de djs para deficientes auditivos:
[youtube_sc url=http://www.youtube.com/watch?v=f4o30C7X8aQ]
Incrível! Embora estes alunos possuam suas deficiências auditivas, isso não os impede de trabalhar com a música, somente altera as condições necessárias para isso. A professora então busca maneiras de adaptar o conteúdo ao aluno, facilitando a sua aprendizagem: ela estimula os outros sentidos, que são o tato (com a vibração da caixa de som) e a visão (com o software de áudio).
Este é só um exemplo de como, se nos esforçarmos, podemos fazer o que quisermos. Ah se todos os professores tivessem essa dedicação…
“Se soubermos que um indivíduo tem certas limitações inerentes, poderemos usar mais inteligentemente nossas técnicas de controle, mas não podemos alterar o fator genético.” – B. F. Skinner, em Ciência e Comportamento Humano (1953)