Blogando sobre gripe


O Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde tem mantido um portal que agrega informação sobre o H1N1, de artigos em periódicos a posts em blogs, que dizem respeito a agentes de saúde, especialistas e público leigo, complementando o trabalho da OPAS (Organização Panamericana de Saúde) e OMS (Organização Mundial de Saúde).

Agora, em uma iniciativa exemplar, eles criaram um blog sobre H1N1 do qual tenho o prazer de participar. A idéia é tratar no blog de informação sobre Influenza de maneira diferente, discutindo idéias, conceitos e fatos sobre a gripe que guiam nossas decisões, e não apenas relatar o que está acontecendo. Eis aqui um trecho do primeiro texto do blog, sobre a dificuldade de produzirmos remédios antivirais:

blog_h1n1.jpg

Vírus são parasitas intracelulares obrigatórios. Isso quer dizer
que, precisam estar dentro de uma célula para poderem se reproduzir.
Eles não são capazes de realizar metabolismo, precisam cooptar o  da
célula para si. Já as bactérias, por mais que parasitem outros
organismos, possuem um metabolismo próprio. É nessa diferença que
reside o segredo dos antibióticos.

Como somos bem diferentes das bactérias, elas possuem muitas moléculas diferentes que são alvos de antibióticos. A penicilina,
por exemplo, ataca os peptideoglicanos da parede celular bacteriana.
Não existe nada parecido em nosso corpo, assim a penicilina pode atacar
as bactérias sem nos atingir.

Já no caso dos vírus, a situação é mais complicada. Como eles quase
sempre utilizam nossas moléculas, atacá-las é garantia de graves
efeitos colaterais. Problema parecido se apresenta quando tentamos
combater tumores, como são nossas células crescendo descontroladamente,
é muito difícil de atacá-los sem prejudicar células saudáveis. Nos
resta buscar algo de único dos vírus e atacar o que não deve nos
atingir. Os primeiros alvos são as enzimas.

Continue lendo por lá!

Então fica o recado: acessem o blog, divulguem e apoiem a iniciativa. Comentários e sugestões são mais do que bem-vindos. 

,

9 responses to “Blogando sobre gripe”

  1. Sou médico e em uma das reuniões do serviço foi feita a pergunta: Quantas pacientes jovens vocês já viram morrer por gripe comum? E a resposta foi: nenhum. A conclusão óbvia é que a taxa de letalidade da chamada gripe A (óbito dividido por doentes) é muito mais alta do quê a chamada gripe comum, que mata basicamente idosos já muito debilitados, para os quais a gripe é apenas um evento final.
    Mais um ponto. Retirar o Tamiflu do mercado e distribuí-lo apenas para os casos graves foi um ato criminoso do governo, e apenas o completo estado de catatonia do país explica a total total ausência de reação por parte do povo em exigir o direito à medicação que pode salvar suas vidas.

  2. @Luiza,
    As pessoas que estão mais em risco são aquelas que têm o sistema imune comprometido, transplantados e portadores de HIV estão entre eles, os primeiros pelo remédio e os segundos por causa do vírus.

  3. Muito boa a iniciativa! Já estive por lá…
    A contar pelo seu último post, voce já anda meio cansado de blogar sobre gripe, né?
    Mas, voce vai me desculpar mais uma vez, pois tou aqui no hemisfério norte e esse povo está menosprezando totalmente a idéia de pandemia…numas de negacão(a falta q a cedilha me faz!)mesmo! Sou vista como lunática qdo digo pra lavarem as mãos antes de pegarem meu filho de 5 meses…
    Tenho muitas dúvidas, mas não quero te encher de perguntas. Aqui vai só uma, então…
    A pneumonia q se segue ao H1N1pdm é viral, com a pessoa afogando-se na própria defesa, como em 1918, ou não? Há muitos jovens saudáveis e grávidas(em final de gravidez temos quase o dobro do volume de sangue no corpo) entre as vítimas. Faz sentido profilaxia com antibióticos? Europeu acha q cura TUDO com antibióticos…Como fica o quadro do grupo de risco? Alérgicos e pessoas com mais fluxo sanguíneos são mais suscetíveis?
    Desculpe mais uma vez e obrigada pela atencão.
    O que acontece aí no hemisfério sul só vai vir pra cá daqui a 1 mês, qdo estiver frio, ninguém aqui se deu conta.

  4. Paulo Cesar,
    O Tamiflu não foi retirado do mercado. Acontece que, como a demanda pelo medicamento foi grande e repentina, o laboratório fabricante priorizou a demanda do Ministério da Saúde (procedimento adotado no mundo inteiro, aliás, sob orientação da Organização Mundial da Saúde). Assim, garantimos que o medicamento será distribuído gratuitamente à população. Quando a demanda governamental for totalmente suprida, é possível que os estoques das farmácias sejam reabastecidos.
    A respeito da distribuição do medicamento ‘apenas para casos graves’, o medicamento é, sim, recomendado para casos graves, em agravamento ou em pacientes do grupo de risco. Em casos de Influenza A (H1N1) com sintomas brandos, recomenda-se que o médico responsável prescreva o tratamento adequado, uma vez que nestes casos o Tamiflu não é o único tratamento eficaz – caso o médico responsável, após avaliação clínica, verifique a necessidade de prescrição do Tamiflu, o medicamento poderá ser retirado em um posto de atendimento onde estiver disponível.
    Para mais informações:
    fernanda.scavacini@saude.gov.br
    Assessoria de Comunicação
    Ministério da Saúde

  5. Excelente blog! Acompanho há “eras” e compartilho postagens frequentemente.
    Desta vez tenho uma crítica. Quando for referenciar uma postagem em outro blog, sugiro colocar a URL direta para a matéria em vez de linkar a página inicial. Lendo este post apenas hoje do meu feed reader, vou ter que ter um pouco de trabalho para encontrar o restante da matéria no blog referenciado porque muitas postagens novas foram feitas por lá, se é que vou conseguir encontrar a matéria antiga…

Leave a Reply to Joakim Cancel reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *