Força ou precisão


Crânio de leão
Crânio de leão ©WiredAfterMidnight

  Crânio de tigre dentes de sabre
Crânio de Tigre-dentes-de-sabre ©Travis S.

Qual você acha que é a melhor estratégia para abater uma presa? Força ou precisão? Pois bem, parece que os felinos adotaram duas estratégias diferentes.

Os felinos modernos, como o leão, possuem músculos fortes e uma
mandíbula robusta, especializados em esmagar a presa. Já os felinos do
grupo do dentes-de-sabre (não sei como fica o termo sabercats em português, gatos-sabre?) possuem aquele dente óbvio, mas com uma função não tão evidente até algum tempo atrás.

Segundo modelos morfométricos (baseados em medidas dos crânios) analisados em computador,
a mandíbula dos tigres-dentes-de-sabre possui uma força de mordida mais
fraca. Mas em compensação, ela é bem adaptada para cortar gargantas de
uma vez, uma maneira bem rápida de matar a presa. E talvez, tenha sido
essa especialização que tornou os tigres mais suscetíveis a extinção, à
medida em que o clima e a distribuição de herbívoros mudou.

Mais sobre isso, com o artigo de referência e uma discussão mais completa, no blog do Greg Landen.


4 responses to “Força ou precisão”

  1. Átila,
    Não sou biólogo nem estudo biomédicas, mas sabe se já foi feito algum tipo estudo sobre a musculatura do pescoço dos dentes-de-sabre? Tipo, como a mordida é mais fraca (e tlvz até pelo tamanho das presas, que poderiam prejudicar o fechamento da boca), acho (e bota achismo nisto) que o animal talvz fizesse mais força com os músculos do pescoço com o intuito de cravar mais profundamente as presas (e tlvz até, em alguns casos, não abrisse a boca para atacar)

  2. Caro Átila,
    ainda sobre a gripe A. Como poderia ser feito esse monitoramento dos vírus circulantes ainda que minoritários? O uso por parte de alguns médicos do teste rápido tem trazido muita confusão pelo alto índice de falso negativo. Imagino que não deva ser esse o usado para controle. Já o PCR é caro e em número insuficiente. Queria saber quais são os números ou indicadores que você considera mais confiáveis para monitorar essa pandemia e a possibilidade do retorno ou permanência dela no próximo ano. Como a gripe não é de comunicação compulsória e só temos registros dos casos testados, dos internados e mortos os números disponíveis acabam não sendo ideias. Ou estou errada? Como jornalista deixo aqui minhas questões e minha admiração pelo serviço que você presta com suas informações.
    abraço, Graziela

  3. @ Graziela,
    O monitoramento que imagino é caro, mas necessário. Coletas em pontos do Brasil todo, de pacientes que dão entrada em hospitais com problemas respiratórios. Faz o teste para influenza, se der positivo sequencia a amostra.
    Com base em um número grande de sequências é possível estimar o tamanho de uma população viral, bem como a dinâmica da sua população (crescimento, diminuição). Assim, por mais que não saibamos o número real de casos, as sequências de vírus coletados podem ajudar a estimar o que está acontecendo.
    Deve acontecer um projeto mundial de coleta e sequenciamento de Influenza, que vai permitir esse tipo de coisa. Mas como disse antes, não é um projeto barato ou simples, demanda bastante dinheiro e gente qualificada.

  4. @ André,
    a idéia da morfometria é jogar com a estrutura do esqueleto para suportar a musculatura. Para os músculos serem mais fortes, os pontos de contato dele com o crânio precisam ter formatos específicos, bem como a articulação que suporta este movimento. Nunca teremos a certeza de ver o bicho vivo para conferir (ou pelo menos não tão cedo), mas estas ferramentas acertam muito bem como é a musculatura dos animais vivos e conhecidos.

Leave a Reply to Atila Cancel reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *