Corrigindo o inglês do artigo – Publieditorial


A Editage é um serviço de correção e tradução de artigos que fui convidado a testar. Justamente quando meu primeiro artigo (como principal autor) havia voltado do revisor, com a observação de que precisava ter o inglês revisado. Oportunidade perfeita.

Eu nunca havia usado um serviço de tradução ou revisão antes, então sinceramente não posso comparar atendimento ou preço com outros, vou apenas descrever o que achei.  Também não posso falar nada sobre como funciona o pagamento, vi que aceitam cartão de crédito e Paypal, o que facilita muito, mas não testei esta parte.
O site é bastante intuitivo, e tem quase tudo disponível em português, o que facilita especialmente na parte de descrição dos serviços. – Não que tenha algo contra o português, e concordo que é muito mais fácil escrever um texto na língua nativa, mas sinceramente não entendo como alguém pode escrever um artigo sem conseguir ler em inglês.
Escolhi o pacote mais simples: Revisão Corretiva. Entrei em Orçamento/Registrar e pedi um orçamento para revisão simples, inglês americano e data de entrega em 10 dias, para testar o serviço mais barato. A data de entrega pode ser algo bem flexível, lembrando que serviços mais rápidos são mais caros. Não recomendo deixar para última hora, não só pelo preço, mas por que dependendo do tipo de revisão e do quão extensa ela precisa ser, provavelmente será algo que vai ir e voltar para o revisor antes de ser finalizado e ainda dar um bom trabalho.

Depois de feito meu cadastro, mandei o pedido de orçamento e recebi um email dizendo que seria contatado em uma hora (em horário comercial, não sei se daqui ou da Índia) com a cotação. Meu artigo com cerca de 2700 palavras teria custado pouco mais de $56, o que pessoalmente acho muito barato para um serviço de tradução especializado, sem poder comparar com outros, como já disse. Uma hora depois, mesmo fora de horário comercial, recebi a resposta. Agora era só esperar os dez dias e conferir a correção.

Em uma conversa com o pessoal de lá que nos contatou, fiquei sabendo que eles garantem que o artigo será lido sempre por um especialista da área, com no mínimo mestrado e um artigo publicado, seja qual for a área. Já conseguiram gente para revisar um artigo sobre RPG (!) – o jogo, e não o reparo de coluna. Pois bem, dez dias depois recebo um email avisando que o manuscrito revisado já estava disponível para download. Até então, eu não via muita vantagem em contratar pacotes mais completos, onde o texto pode ser devolvido para o revisor várias vezes para acertos. Mas, quando abri meu arquivo, entendi. Ele estava completamente marcado.
Todo tipo de detalhe foi corrigido. Quilos de “the” “in” “on” e afins acertados, e até nomes de programas e de revistas nas referências foram checados. Termos da minha área, HIV, nomes de genes e proteínas foram acertados e checados (uma das vezes que citei um antiviral o nome estava errado) em um verdadeiro cata-milho. Tenho uma ressalva de um termo bastante específico que escapou: o nome CRF, que se refere a um tipo de vírus recombinante encontrado em vários pacientes, foi convencionado como Circulating Recombinant Form, mas foi corrigido pelo revisor como Circulant, algo que se eu não estivesse atento e familiarizado com os nomes em inglês teria passado. – O que ainda é compensado por vários errinhos corrigidos.
Veredito: vale a pena. Depois de ver a extensão com que o artigo foi revisado, e o tanto de detalhes que o corretor vê, passei a dar muito mais valor para o serviço de correção. Isso no pacote mais simples, não sei dizer sobre os que incluem mais correção ou carta de apresentação para a revista. Independente da Editage, que achei muito prática e fácil de ser usada, recomendo a qualquer autor brasileiro que contrate uma revisão, se puder. Sei que agências de fomento não cobrem esse tipo de serviço (tem que sair do seu bolso), mas no mínimo uma revisão corretiva dá uma tremenda ajuda, e não é cara.
Para completar, o artigo foi ressubmetido com as outras mudanças que os editores pediram, uma análise aqui, arruma legenda ali, e o foi aceito! Está em processo de publicação, e logo devo ter meu artigo em acesso aberto, na PLoS One 😀

*selo de artigo patrocinado roubado do Papo de Homem


8 responses to “Corrigindo o inglês do artigo – Publieditorial”

  1. In, on, of, for, the… essas coisinhas do inglês sempre me matam também. Muito legal o site. Esse é um daqueles raros jabás que realmente mostram algo útil de que você um dia realmente precisará.

  2. Cabe quem testou serviços semelhantes comentar…Mas é bom observar que dá pra usar taxa de bancada ou mesmo recursos de custeio de projeto CAPES ou CNPq para esse tipo de serviço de terceiros.

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