O futuro do rodízio em São Paulo – e o aumento significativo das minhas multas de trânsito
Segundo o inventário de emissões de gases do efeito estufa (GEE) do município de São Paulo, publicado em 2005 pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (SVMA), 78,54% das emissões em 2003 foram provenientes do setor de transportes. As emissões restantes (21,46%), ficaram distribuídas entre os setores residencial, industrial, comercial, geração elétrica, uso não energético e agrícola, nesta ordem de importância.
Segundo o mesmo inventário, dentro do setor de transportes, a maior fatia das emissões é proveniente da queima de combustíveis fósseis (gasolina, óleo diesel, gás natural), principalmente por veículos individuais (em 2003 tínhamos cerca de 0,52 veículos por habitante na cidade de São Paulo).
A imensa frota de veículos individuais é um problema para a maioria dos habitantes de São Paulo, principalmente para os que são obrigados a encarar quilômetros e quilômetros de trânsito pesado e congestionamento todos os dias para ir de casa ao trabalho e depois voltar. O problema é tão grande que existe até um site para verificar as áreas de congestionamento minuto a minuto.
A solução encontrada pelo governo para tentar diminuir o número de carro nas ruas foi a criação do rodízio municipal de veículos, em 1997. Para saber mais, consulte o site da CET ou o Wikipédia.
O problema é que já faz algum tempo que o rodízio da forma como está não resolve mais o problema do trânsito na cidade de São Paulo. Sendo assim, o vereador Ricardo Teixeira (PSDB) criou um projeto de lei (PL nº 719/2007 de 18/10/2007) que amplia o rodízio de veículos para todo o território da capital (e não mais exclusivo para o mini-anel viário). Na última quarta-feira, 05 de dezembro, a Câmara Municipal aprovou o projeto que ainda deve ser aprovado numa segunda votação e ser sancionado pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM) para entrar em vigor.
Pela nova lei, o rodízio ficaria assim:
Anos ímpares (2007/2009/2011…)
Das 7 às 8:30 e das 17 às 18:30 hs – Não circulam veículos com placas final ímpar (1,3,5,7 e 9)
Das 8:31 às 10 e das 18:31 às 20 hs – Não circulam veículos com placas final par (0, 2,4,6 e 8)
PARA TODOS OS DIAS DA SEMANA.
Anos pares (2008/2010/2012…) – Inverte-se os horários de rodízio
Das 7 às 8:30 e das 17 às 18:30 hs – Não circulam veículos com placas final par (0, 2,4,6 e 8)
Das 8:31 às 10 e das 18:31 às 20 hs – Não circulam veículos com placas final ímpar (1,3,5,7 e 9)
PARA TODOS OS DIAS DA SEMANA.
E eu, que já esqueço que não posso sair de casa de carro às terças feiras, vou me dar bem nesse novo esquema (se ele sair)…
Só me falta convidar o pessoal do Decodificando e o Direto é legal para falar mais sobre isso (as implicações no cotidiano, no meio ambiente e no direito das pessoas).
Saiba mais:
+ Yahoo! Notícias
+ Folha Online
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Foto: Adam Rountree / AP file
Discussão - 5 comentários
já estou vendo daqui a alguns anos:Carros com o numero final primo não poderão sair em ano de copa do mundo. Já carros multiplos de 3 não poderão sair em ano de olimpiadas...e vão falar que além de melhorar o ar, vai melhorar a educação brasileira, já que terão que conhecer matemática para fazer tais contas!!O Governo Brasileiro adora fazer dessas coisas...
Cara Paula, eu acho esse tipo de solução muito "gambiarra". Primeiro teve uma campanha gigante da indústria automobilística em parceria com o governo que acabou com as ferrovias e todo mundo começou a consumir carros. Agora aparece essa de rodízio, o que pode muito bem gerar infartos em pessoas que têm final de placas de dois ou três carros com o mesmo número. Fora que outras podem comprar carros com placas diferentes, enfim, não vejo a solução por aí. Vejo a solução em outros pontos: como metrôs de boa qualidade e acessíveis em grandes cidades, desaglomeração dos centros comerciais com mais gente trabalhando em casa ou em outros centros de menos movimento (grandes áreas de escritórios) e também os mini-carros, já que a maioria anda sozinha ou em dois durante a semana. Multa para quem estiver sozinho num carrão!!! É uma opinião jurídica? Não, não é. Mas mini-carro, pra mim, é a solução para menos poluição e menos congestionamento.
Nenhum problema quanto a rodízio, pedágio urbano e outras formas de controle da circulação de automóveis particulares, desde que haja soluções adequadas de transporte coletivo. No caso de São Paulo, acho que a malha metroviária deveria ser quintuplicada. As atuais linhas são insuficientes para atender à demanda.
Eu acho que fora melhorias no transporte público, coisas que ja deveriam ser aplicadas a muito tempo ajudariam muito, como tirar de circulação todos os carros que não estão com a documentação em dia, e todos que não tem condições de rodarem com segurança, se apenas issu ja fosse aplicado de forma mais eficiente, diminuiria e muito a frota de carros que rodam diariamente em sp...Se desde o inicio não for feito de forma correta, não adianta querer "remendar" a situação depois...