O Brasil Pós-Bali

Como fica o Brasil no cenário internacional após a COP-13? Qual nosso papel daqui por diante?
Não foi só na lideraça do G-77 e na participação no grupo dos 15 ministros que ficaram tentando organizar o Mapa do Caminho de Bali que o Brasil atuou na COP-13. Talvez um dos mais importantes passos em defesa da manutenção das florestas tropicas dos últimos tempos tenha sido dado em Bali. Resta informar e pressionar as autoridades para que as promessas sejam cumpridas.
O FUNDO VOLUNTÁRIO PARA A PRESERVAÇÃO DA AMAZÔNIA
No dia 12 de dezembro, em Bali, a ministra Marina da Silva anunciou a criação de um fundo para financiar o combate ao desmatamento da Amazônia. O fundo seria mantido por doadores voluntários como bancos, redes de supermercados, empresas aéreas e de alimentação.
Segundo Tasso Azevedo, Diretor-Geral do Serviço Florestal Brasileiro, estes setores já se mostraram interessados em colaborar com o fundo voluntário. Em troca, o governo emitiria diplomas que certificariam a redução de carbono, equivalente a cada doação. Os certificados não teriam validade no mercado de carbono, não podendo ser vendidas ou negociadas. Porém abriria caminho para um possível selo que garantisse a participação no fundo e que traria competitividade à empresa.
O Fundo para Preservação da Amazônia teria início em março de 2008. As cifras que rondam o projeto variam de 300 milhões a 1 bilhão de reais. Durante a apresentação em Bali, o Ministro de Meio Ambiente da Noruega, Erik Solheim, teria se entusiasmado e negociado algo em torno de 100 milhões de dólares vindos de fundos noruegueses para a causa. Ainda são só especulações, mas espera-se que os países europeus se sintam incentivados e interessados pelo Fundo e invistam maciçamente no Brasil.
Estima-se que para cada hectare de floresta na amazônia existam 100 toneladas de carbono fixada. Esta estimativa é subestimada, mas, a um valor de 5 dólares a tonelada pode-se fazer um cálculo de redução. Este cálculo permitiria emitir com propriedade os tais certificados de redução.
Em Bali, o Brasil defendeu que deve resolver o problema do desmatamento da Amazônia na esfera nacional, talvez com medo de uma possível ameaça de perda de soberania do território. Pelo sim ou pelo não, é preciso ficar atento e informado. Sabendo da existência do fundo, é possível cobrar o governo brasileiro ainda mais veementemente quanto ao problema do desmatamento.
Saiba mais:
+ Apesar dos desafios, Brasil espera acordo em Bali sobre desmatamento – Último Segundo IG
+ Brasil lança em Bali fundo contra desmatamento – BBC Brasil
+ Apesar de metas não-claras, conferência definiu rumo de negociações, aponta cientista do IPCC – Envolverde
+ Conferência de Bali representou avaço para proteção da Amazônia – Envolverde

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