Cresce desmatamento na Amazônia

O governo brasileiro me decepciona de muitas maneiras. Fato é que, entra presidente, sai presidente, a situação é sempre a mesma: Falta Planejamento. Falta planejamento estratégico para conter o desmatamento da Amazônia, falta planejamento para o crescimento das indústrias, falta planejamento para suprir a necessidade de energia elétrica e de biocombustíveis. As coisas sempre caminham, como diria a minha vó, “no vai da valsa”.
Desde o meio do ano passado centenas de órgãos ambientalistas provocam o governo, alertando sobre o aumento dos desmatamentos na Amazônia. O governo brasileiro, por sua vez, muito animado com os últimos dados do Inpe sobre a queda do desmatamento da Amazônia por três anos consecutivos, negou o fato e voltou a afirmar categoricamente que o desmatamento estava contido. Em Bali, o governo não só negou o alerta dos ambientalistas, como também propôs um fundo voluntário contra o desmatamento. Paradoxal? De duas uma: ou só o governo não sabia do aumento, ou queria manter tudo embaixo dos panos para se sentir por cima no cenário internacional.
Aí, de repente, o governo acordou. E propôs reuniões de “emergência” para definir o que fazer neste momento de crise (que, repito, se estende desde o meio do ano passado). É claro, pelo menos pra mim, que nada vai acontecer. O preço da soja e do gado aumentou. Os subsidios e investimentos para produtores rurais na região do MT e PA só aumentaram. Nenhuma providência foi tomada. O IBAMA foi desmembrado. Não há fiscais suficientes para cobrir uma área tão grande quanto a Amazônia Legal. E, como se não bastasse tragédia suficiente, os ministérios do nosso governo não se entendem e o presidente não toma uma decisão firme e final. Explico.
O nosso governo se omite e subestima o problema do desmatamento. Continua defendendo – e com razão – que não se planta cana-de-açúcar na Amazônia, para segurar os investidores do etanol brasileiro. Porém, os Ministérios da Casa Civil e da Agricultura são subsidiários, por meio de diversos tipos de empréstimos a produtores rurais, do desmatamento da Amazônia Legal. Há 4 anos o preço da carne bovina e da soja mantinha-se em baixos patamares. Os produtores começaram a pedir empréstimos, o governo deu, e agora, o preço destes produtos aumentou. Não há como o Ministério do Meio Ambiente correr atrás do prejuízo neste momento. Para mim, pouco ou quase nada do que o governo apresentou como solução para conter o desmatamento vai funcionar.
Multas para os produtores? Embargo das plantações e das fazendas? Criação de unidades de conservação? Bloqueio de financiamentos? Isso tudo já existe e é o IBAMA (aquele que foi desmembrado) quem deve fiscalizar. Considerando que os funcionários do IBAMA mal tem carros para fiscalizar a área onde trabalham, não é de se esperar que eles nunca mais voltem pra checar se o embargo foi feito ou se as multas foram pagas.
Será que vamos conseguir manter esta previsão?

Saiba mais:
Cresce o desmatamento na Amazônia – Agência CT
Imprecisão marca controle do desmatamento no Brasil – Carbono Brasil

Discussão - 1 comentário

  1. disse:

    É uma vergonha tamanho descaso...

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