Propaganda da Volkswagen e GEE nos transportes

O vídeo abaixo foi utilizado como campanha publicitária da Volkswagen, com a seguinte mensagem: “os únicos do Brasil feitos sob medida para o seu negócio”. A outra mensagem, essa não tão explicita é: “quase tudo o que você consome é transportado por caminhões, portanto utilize os nossos”

Vou me apoderar dessa segunda mensagem. Claro, desde JK, quando a política nacional preferiu às estradas aos trilhos, quase tudo que consumimos passa por caminhões uma hora ou outra. E, para isso, a propaganda da Volks me serve muito bem. Para lembra-nos que, eventualmente, consumir produtos locais é ambientalmente mais correto do que consumir produtos que vem de muito longe.
A lógica é simples: a viagem de um produto local até a sua casa é bem menor do que a de um produto produzido longe. E, até onde eu saiba, ainda não existem caminhões movidos a álcool, então todo o discurso do biocombustível não se aplica a esse caso.

O que isso significa? Que o produto local tem menor pegada de carbono que qualquer outro produto similar, produzido a quilômetros de distância.
Segundo o primeiro inventário brasileiro de emissões antrópicas de gases de efeito estufa (Emissões de gases de efeito estufa por queima de combustíveis: abordagem bottom-up), publicado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia em 2006, referente aos anos entre 1990 e 1994, entre os setores energético, residencial, não energético, comercial, público, agropecuário, industrial e de transportes, o setor de transportes foi o setor que mais emitiu CO2. As emissões corresponderam a 41% das emissões totais provenientes de combustíveis fósseis. Desses 41%, 88% vem do modo rodoviário, no qual se incluem nossos carros de passeio, os caminhões da Volks e todos os outros veículos que trafegam por aí a fora.

Já segundo o “Summary for Policymakers – Working Group III contribution to the IPCC 4º Assessment Report”, pulicado em 2007 (download aqui),13,1% das emissões de gases do efeito estufa (GEE) do mundo são provenientes do setor de transportes. Porém, o documento também relata que é possível mitigar cerca de 1,6 a 2,5 Gt de CO2 equivalente por ano, caso sejam feitos investimentos no setor.

E quais as chaves para mitigar o processo de emissões por esse setor? Primeiro, investimento em outros modos de transporte, como o ferroviário, que transporta muito mais carga por carbono emitido e o hidroviário, que para muitas regiões do país é um meio bastante eficiente. Fora isso, veículos mais eficientes, ou seja, que percorram mais quilômetros por litro de combustível fóssil ou veículos hibridos, que se utilizem de combustíveis não-fósseis e biocombustíveis.

Discussão - 2 comentários

  1. Leandro disse:

    Apesar de caminhões não utilizarem o alcool, existe o biodiesel que, se eu não me engano, jah é adicionado ao Diesel comum. Essa também é uma forma de diminuir a emissão. Entretanto, concordo plenamente contigo: modos de transporte alternativo são as soluções mais interessantes, não apenas para cargas, mas tamém de pessoas.
    Infelizmente não vejo nenhuma ação concreta por porte do governo (e muito menos da iniciativa privada) nessa direção.
    P.S. gostei do texto

  2. É Leandro... Desde 01 de janeiro de 2008, 2% (!!!) de biodiesel é misturado ao diesel. Vai aí um link para maiores informações: http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL243884-9356,00-DIESEL+COM+DE+BIODIESEL+COMECA+A+SER+VENDIDO+HOJE.html
    Paula

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