Medalha de ouro? Não… de carvão!

As Olimpíadas acabaram, os atletas da China consagraram o país como o recordista em medalhas de ouro dessa edição dos jogos. Todo o investimento nos atletas e na promoção das olimpíadas bem que poderiam se transformar em outro investimento, para tornar a China líder em desenvolvimento de tecnologias sustentáveis. Utopia? Espero que não… 
O crescimento econômico da China é indiscutível. Se ele é as custas de pessoas e sofrimento individual, baixos salários e miséria, não posso levar em conta agora. Quero isolar o problema ambiental (se é que isso é possível).

Já em 2005, a China tinha 80% da matriz energética nacional baseada em carvão, com promessas de crescimento e expansão de termoelétricas (leia aqui, em inglês). Para se ter uma ideia, o consumo de carvão para fins energéticos na China é maior do que o consumo dos EUA e do Japão somados. Isso faz da China o segundo (ou primeiro?) maior emissor de gases do efeito estufa do mundo. (veja a lista completa). 
 Os efeitos diretos e indiretos da combustão do carvão são perceptíveis. Estima-se que 400.000 mortes prematuras na China sejam efeito da poluição do ar. Chuva ácida e envenanamento de lagos, rios e florestas são previsões catastróficas anunciadas pelo The New York Times em 2006 (aqui, em inglês). E, obviamente, os efeitos no clima e no aquecimento global.
O orgulho, o poder e a força de vontade chinesa ficou claramente demonstrada nessas Olimpíadas. E isso só traz aquela vontade de acreditar que com vontade política e administração de qualidade possam ser feitas coisas brilhantes em relação ao meio ambiente.
Mas por enquanto, para o quesito ambiental, a China só merece mesmo uma medalha de carvão.

Discussão - 1 comentário

  1. Ma disse:

    Excelente post, Paula!
    Ainda falta muito pra China merecer ouro nesse quesito!

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