Hugo Penteado critica o Prêmio Nobel de Economia 2008

Eu tinha dúvidas sobre o Prêmio Nobel de Economia 2008, como deixei claro no meu post sobre o assunto. Tinha dúvidas sobre o quociente ambiental da tal teoria unificadora do comércio internacional e a localização da atividade econômica. Tinha e ainda tenho dúvidas sobre pra que lado, afinal, o mundo anda. Se, por um lado, temos uma teoria ganhadora de prêmio Nobel que diz ser a economia em escala a salvação do mundo, por outro temos ganhadores de outro prêmio Nobel apelando para a diminuição do consumo, alertando sobre o efeito gases do efeito estufa provenientes do transporte no aquecimento global, sugerindo o consumo de produtos locais. E aí? Para onde vamos? 
Para sanar parte das minha dúvidas, nada mais nada menos do que Hugo Penteado, Asset Management do Banco Real, autor do livro Ecoeconomia – Uma Nova Abordagem, autor do blog Nosso futuro comum.
Conheça mais sobre Hugo Penteado nessa entrevista para o Instituto Ethos.
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Por Hugo Penteado, via e-mail, exclusivo para o Rastro de Carbono
A dúvida se comércio global não deveria perder ênfase à luz da busca de comércio local para minimizar o impacto das emissões de gases do efeito estufa faz todo sentido.  O transporte é responsável por 80% das emissões.
Por que Krugman ganha um prêmio Nobel com uma teoria dessas, como se não estivéssemos no meio de uma crise ambiental e de mudança de hábitos?
Pelo mesmo motivo que ele sugere que os governos no mundo todo devem colocar as famílias para gastarem e consumirem incansavelmente para salvar o sistema todo, embora consumo também seja parte do problema e não mais parte da solução e em todas as áreas, inclusive social, onde reina total desigualdade e ineficiência. É sui generis. A dúvida faz todo sentido.  
Nas contas do Krugman, transporte não tem custo ambiental algum, bem como exportações do Brasil para atenderem demandas megalomaníacas de países muitos ricos e muito populosos não representam menor risco ambiental e saem a custo zero.  Transformar a Amazonia em monocultura tem impacto zero, os economistas – e seus interlocutores super gananciosos – acham que os ecossistemas existem para serem transformados em atividades agrícolas e econômicas e não para regularem a química da biosfera, do solo, da água e para manter o clima estável. É um projeto cego, míope e suicida.
Esses prêmios Nobel estão levando a humanidade para o precipício e, por incrível que pareça, isso que está sendo premiado, só porque por enquanto, esse projeto rende lucros para alguns poucos. Parabéns economistas!

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