Redescobrindo livros

Meu trabalho me proporciona momentos muito agradáveis. A maioria da população acha trabalhar terrível, mas eu não tenho problemas com isso (quer dizer, tenho às vezes). Como o assunto é linguagem infantil, seja ela uma linguagem científica ou não, às vezes me ponho a ler livros infato-juvenis, que podem ser referência para algum tema, ou simplesmente para ver como os autores voltados para essa faixa etária constroem suas histórias de modo a alcançar o objetivo de se comunicar com os pequenos leitores.
Pois bem, o livro desse final de semana foi O menino do dedo verde. Tinha lido esse livro quando era criança, mas tudo o que me lembrava era que havia um menino com uma característica peculiar: se ele tocasse seu polegar em algo, lá nasceria uma planta.
Mas o livro é mais do que isso (eles sempre são). Há livros que precisam ser lidos várias vezes, pois o grau de maturidade do leitor o faz encontrar coisas que não foram encontradas antes. Livros tem idade certa para serem lidos. Se uma criança tenta ler Clarice Lispector, não vai entender nada, não vai gostar e talvez fique traumatizada para o resto da vida. Por outro lado, alguns livros infanto-juvenis, como O menino do dedo verde, tem mensagens pra você quando se é criança e depois, quando se é adulto também.
Talvez eu consiga despertar em você a vontade de ler livros de novo. Aproveitar aquela estante de livros empoeirados da casa da mãe e reutilizá-los, redescobrí-los. Trocá-los, vendê-los – livros não podem ficar parados.
Busque lá pelo seu O menino do dedo verde. No meu, descobri que, Maurice Druon, em 1957, já alertava que flores e natureza (essa, que tentamos desesperadamente proteger) podem ser mesmo a salvação da nossa Mirapólvora. Que as pessoas ficam mais felizes ao lado de plantas, estejam elas em presídios, em favelas, em guerras, nos centros urbanos, na nossa rua, ou em qualquer outro lugar. E enfim, busque em você um dedo verde e cultive plantas em casa. Descubra uma que se adapte ao seu ambiente (eu, por aqui, finalmente achei um lugar para a hortelã, mas o manjericão ainda não está feliz).
Boa jardinagem! De plantas e de livros.

Discussão - 6 comentários

  1. Igor Zolnerkevic disse:

    Li o menino de dedo verde obrigado pela professora da sétima série mas lembro de ter gostado! Lembrei de uma reportagem da Jennifer Ackerman para a NG sobre como o verde nas cidades é importante para a saúde da população e até combate a criminalidade:
    http://ngm.nationalgeographic.com/2006/10/paris-parks/ackerman-text

  2. Igor Zolnerkevic disse:

    Paula, o ícone do mutirão do lixo eletrônico está sem o link para o site!

  3. Opa!
    Brigadim, corrigido!

  4. Muito bom o texto. E tem mil paralelos com a minha re-leitura de 'O menino do dedo verde'.
    Essa sensação de que necessitamos ver as coisas crescerem pra nos lembrarmos de que o que comemos vem da terra e não da prateleira do supermercado também está sendo tratado no livro "O mundo é o que você come", Barbara Kingsolver, que estou lendo agora - cortesia da Ediouro.

  5. Ma disse:

    Preciso reler O Pequeno Príncipe! 😉

  6. Eu gosto da minha leitura infantil de O Pequeno Principe. Acho que se eu voltar a ler esse livro parte da magia se perderá. Então, estou esperando um momento mais oportuno para a releitura...

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