Mulheres na Ciência 1 – Maria Sybilla Merian

Ontem, 08 de março, comemorou-se o Dia Internacional da Mulher. Esta semana vou tentar escrever sobre mulheres desconhecidas ou não, que fizeram ou fazem história na Ciência. Esta foi a maneira que eu encontrei de homenagear todas as mulheres que dedicam parte de suas vidas para desvendar os fenômenos da natureza, que buscam curas para doenças e tentam todo dia fazer o mundo um lugar melhor de se viver.
Para começar, Maria Sybilla Merian, uma mulher sensacional a quem fui sem querer apresentada, enquanto estudava insetos.
Maria Sybilla Merian teve uma vida diferente da vida que se esperava de uma mulher do século XVII. Aos treze anos, em 1660, incentivada pelo padrasto, já desenhava e pintava espécies de plantas e insetos. Conta a história que, nesta época, Maria Sybilla colecionava lagartas na intenção de descobrir no que elas se transformariam. Sem saber ela estava dando um passo que poucos cientistas e naturalistas tinham dado: estava fazendo as primeiras observações de metamorfose.  
Aqui vale uma contextualização histórica: nesta época, a Ciência discutia um problema que ainda hoje incomoda muita gente: De onde viemos?. De um lado, alguns cientistas acreditavam que os seres vivos surgiam de roupas sujas e seres vivos em decomposição. Estes, os adeptos a teoria da abiogênese, acreditavam que na matéria não viva havia um “princípio ativo” que possibilitava o desenvolvimento da vida. De outro lado, os adeptos da teoria da biogênese ainda tentavam identificar de onde vinham os seres vivos por meio de alguns experimentos, pois acreditavam que a vida só se originava de outra vida. Os primeiros experimentos nesse sentido foram realizados por Redi, em 1668, 21 anos após o nascimento de Sybilla mas a discussão só se encerrou mesmo em 1862, com os experimentos de Louis Pasteur.
Maria Sybilla casou-se e teve duas filhas. Numa atitude bastante inusitada para a época, separou-se do marido e mudou-se para Amsterdã depois de ingressar na igreja protestante labadista. Em outra atitude bastante corajosa (e inesperada para uma mulher de seu tempo), embarcou em uma expedição para o Suriname, então colônia holandesa, onde a igreja buscava fiéis. Lá, Maria Sybilla começou a produzir uma das suas mais fantásticas obras: Metamorfose dos insetos do Suriname.

O valor de Maria Sybilla como naturalista e pintora é inestimável. Seu estudo com insetos, animais considerados demoníacos (pois vinham da lama e da sujeira), e suas observações e descrições acuradas possibilitaram a descrição de diversas espécies de borboletas, e descreveram pela primeira vez o processo de metamorfose. Não apenas isso, mas Maria Sybilla foi uma das primeira observadoras de que a vida realmente só surgia de outra vida. Com a descrição completa do ciclo de vida das borboletas, Maria Sybilla pode ser considerada uma das naturalistas que deram credibilidade à teoria da biogênese.
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No lablogatórios, Maria Sybilla já foi assunto aqui

Discussão - 5 comentários

  1. maria disse:

    linda história e lindo desenho, obrigada!

  2. Oi Maria!
    A história da Maria Sybilla dava um filme! Pena que eu só tinha o espaço de um post...
    Fiquei encantada com a história de vida dessa mulher. Espero que outras mulheres se inspirem na história dela!
    Bj

  3. maria disse:

    tem coisa escrita sobre ela, onde eu possa ver mais?

  4. Paula disse:

    Minha busca pela história dessa mulher começou quando eu li que a obra raríssima dela havia sido roubada da biblioteca do Museu Paraense Emílio Goeldi
    http://www.museu-goeldi.br/sobre/noticias/obras_furtadas_sybilla.html
    Inclusive, tem várias pranchas dela digitalizadas neste endereço.
    Depois disso fiz várias buscas pelo google. Tem mil curiosidades sobre ela, inclusive que era dela o rosto na nota de 500 marcos, antes da entrada do euro na europa. Confiei mais nas informações dos sites em inglês.
    Também fiquei sabendo que a editora Ediouro publicou um livro dela intitulado "Flores, borboletas e insetos", de 1993, mas aparentemente ele não é mais editado e está esgotado - talvez vc ache em sebos.
    Boa sorte!

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