Mulheres na Ciência 4 – Sylvia Earle

Dando continuidade a série Mulheres na Ciência, em comemoração à semana na qual comemoramos o Dia Internacional da Mulher, vou escrever um pouco sobre a “Her Deepness“.
Fui apresentada à Sylvia Earle enquanto assistia a esta palestra do TED:

A paixão com que Sylvia fala de suas experiências mergulhando, como fala da necessidade de preservar os oceanos, como apresenta sua palestra, me fascinaram e me cativaram profundamente. Por essas e outras, minha curiosidade sobre esta pesquisadora cresceu, e sua história é tão dedicada às Ciências que não poderiam ficar fora desta semana de homenagem.
Os pais de Sylvia não tiveram uma educação superior. Sylvia nasceu numa fazenda e desde sempre aprendeu a observar e respeitar a natureza. Aprendeu também a não ter medo do desconhecido, algo que muito provavelmente serve de lição para esta mulher espetacular até hoje.
Como era uma aluna exemplar, era dedicada, estudiosa e tirava notas boas, ganhou uma bolsa para fazer graduação (seus pais não poderiam pagar se ela não tivesse ganhado a vaga). Conseguiu se manter na faculdade porque trabalhou em vários laboratórios durante sua graduação.
Neste período, concluiu que deveria especializar-se no estudo das plantas, pois esse seria o primeiro passo na compreensão de um ecossistema. Fez seu mestrado na Duke University e iniciou suas expedições ao fundo do mar, coisa que nunca parou de fazer. Concluiu seu doutoramento estudando algas pardas (as feófitas), trabalho que gerou frisson na comunidade oceanográfica, devido ao detalhamento com que descreveu várias espécies.
Casada e com três filhas, nunca deixou a família ou a pesquisa, coisa que atualmente é ainda bastante difícil. Em 1979 explorou o fundo do mar em uma região que nenhum ser humano além dela jamais esteve. Logo depois, iniciou uma empresa de engenharia, design e tecnologia para produção de equipamentos para exploração do fundo do mar. Atualmente é exploradora da National Geographic Society, emprego que muita gente gostaria de ter.
Estou doida pra ver sua contribuição de Sylvia para o Google Earth e a ferramenta para a exploração do fundo dos oceanos, introduzidas em fevereiro deste ano, mas ainda não deu tempo.
Todo trabalho e dedicação de Sylvia Earle parece ter apenas um propósito: divulgar os oceanos, preservar esses ambientes e os seres vivos que habitam lá, pregar a importância da conservação ambiental. Estou com ela, e você?
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Saiba mais:
Academy of achievement 
Great women

Discussão - 2 comentários

  1. Lucia Malla disse:

    Eu adoro o trabalho dela, acho exemplar. Mas sei q não é uma unanimidade dentre os biólogos marinhos; alguns acham q ela não é uma "cientista 100%" exatamente pq se dedica hoje mais à divulgação e não "publica" tanto peer-reviewed articles.
    E aí cai naquela velha discussão sobre a importância da divulgação. P/ um cientista q acha o outro "menor" pq ele se dedica a falar c/ o público geral leigo sobre algo científico, divulgação é de importância mínima.
    P/ mim, q sonho c/ um mundo em q todos serão "cientificamente alfabetizados", acho q precisamos de mais gente c/ vontade de deixar um pouco a bancada de lado e dedicar parte do seu tempo a essa massa de "analfabetos da ciência".
    Parabéns, Paula, por reportar o perfil da Sylvia aqui. 🙂

  2. Paula disse:

    Cientista é um bicho estranho... muitos tb acham que só é cientista quem está na academia, e que o trabalho deve ser de dedicação exclusiva. Eu discordo.
    A Ciência está por toda a parte e deve chegar a todas as partes... senão torna-se uma espécie de movimento excludente... e depois querem que as pessoas entendam a importancia de coletar mosquitos numa favela de madrugada, ou querem discutir de igual pra igual com todo mundo a importância de estudar células tronco.
    As vezes acho que alguns cientistas se sabotam... e junto sabotam a Ciência.

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