3º dia em Manaus: Eu, o Porto, os animais selvagens e o Teatro Amazonas
Em nosso terceiro dia na capital do Amazonas, acordamos cedinho (como todos os outros dias) para caminhar até o porto da cidade e então partir para a visita ao encontro das águas. Já havíamos fechado o passeio com uma empresa certificada antes mesmo de viajarmos.
Na calçada do porto encontramos muitos agentes de turismo ilegais. Preços incríveis para visitar o encontro das águas e pegar animais selvagens no colo. Pegar animais selvagens no colo? Naquele momento imaginei uma preguiça na forma de um poodle pulando no meu colo.
Na pressa, ignoramos o tiozão que bradava na calçada e seguimos adentrando o porto.
Como qualquer porto, este recebe todo o lixo jogado às margens do rio em questão, neste caso o Rio Negro.
Na foto vocês podem observar também as marcações dos maiores níveis já atingidos pelo Rio Negro nas cheias e o nível em que ele se encontra hoje.
Não me lembro quanto tempo levou para enfim chegarmos ao encontro das águas do Rio Negro com o Solimões, mas minha ansiedade diz que demorou. Abaixo uma foto do encontro.
Elas seguem por aproximadamente 6km sem se misturarem devido a diferença de temperatura e de densidade entre elas.
No encontro, peguei alguns turistas jogando moedinhas na água e fazendo pedidos, dizem que dá sorte. Mas sorte mesmo tem quem mergulha ali em busca de moedas. =D
Na volta, com mais calma, resolvemos parar na calçada do porto e conversar com o guia clandestino que nos abordou, para saber as características do tal passeio imperdível com contato com animais selvagens.
Ele nos disse que a empresa que contratamos não leva para ver o animais e que com ele poderíamos pegar animais como preguiças e cobras por um preço muito melhor. Ah! Ele ressaltou que os animais são domesticados. Oi?
Mais uma vez a preguiça em forma de poodle pulou no meu colo.
É uma covardia gigante prender estes animais em cativeiro para mostrar para turistas sedentos pela vida selvagem! Um absurdo! Não quero uma Preguiça lambendo meu rosto e se fingindo de morta, porque isto não é uma Preguiça!
Ah, mas eles não tem outra alternativa para sustentar suas famílias. A justificativa de que não há outra alternativa para os guias clandestinos é muito descabida. O que eles fazem é crime e coloca em risco a vida selvagem e a vida dos próprios turistas, independente de ser em prol do seu sustento.
Manaus não vive apenas do turismo (pelo contrário), mas este o caminho mais rentável, saca?
Agora daremos um salto, um salto para a noite! Ah… a noite Manauara!
A praça do Teatro Amazonas se transforma numa praça de cidade do interior, um lugar ótimo para passear com a família, para namorar e comer comidinhas gostosas! Tem até atrações culturais!
Sensacional!
No dia seguinte fizemos uma visita guiada ao interior do Teatro, ele é simplesmente esplêndido! O terrível é pensar que em 1896 era uma construção no meio do nada. Vocês conseguem imaginar de onde veio o dinheiro e a mão de obra para construção desta obra? Yes baby, trabalho escravo e suor das seringueiras, vulgo látex. Tudo isso para ter a França em plena Floresta Amazônica. No teto do teatro há uma homenagem a Paris, a Torre Eiffel vista debaixo.
Esta viagem foi cheia de detalhes, tenho certeza que não consegui passar a metade do que vivemos nestes quatro dias. Por isso, convido vocês a visitarem o blog do fotógrafo Rodrigo Baleia, da National Geographic, que conhecemos nesta viagem. Lá vocês vão encontrar muito mais a respeito deste paraíso chamado Amazônia e fotos maravilhosamente belas. Ao contrário das minhas.
Convido vocês também a visitarem Manaus, vocês vão se apaixonar e com certeza, assim como eu, vão querer voltar correndo para os braços da floresta.
Postado por: Thanuci
Discussão - 2 comentários
Bacana seu relato, Tata!
Até dá vontade de ir conhecer as terras manauaras! 🙂
Ahh Sibelita! Vale a pena visitar, o difícil é a saudade na volta. =P