3 comentários em “Sonho de consumo – Camiseta com mapa do genoma humano”

  1. GENOMA E CONSUMONos próximos anos seremos mais filosóficos. Com o avanço da genética e suas recentes descobertas teremos novos dilemas éticos. O avanço das pesquisas em torno da identificação do DNA mitocondrial foi bastante noticiado recentemente. Tudo isso em nome da busca civilizatória para desvendar e conhecer o código da vida e, com ele, proporcionar a tão sonhada felicidade. Os defensores do avanço científico, como promovedor do desenvolvimento humano, estão em euforia, entretanto, os aspectos mercadológicos dessas iniciativas poderão nos trazer discriminação, abuso e injustiça. Hoje, já podemos pagar a uma agência especializada e descobrir o código da vida de uma pessoa. Através da análise de saliva, poderemos descobrir, entre outras coisas, se somos propensos a contrair doenças degenerativas e quais nossas origens étnicas. Podemos ainda, evitar catástrofes gigantescas como a possibilidade de saber antecipadamente se alguma região do planeta possui indícios de desenvolver certas patologias humanas.A produção comercial dos mapas genéticos e a sua conseqüente oferta no mercado de consumo trarão sérios dilemas e transtornos. Como saber a verdadeira razão por não ter sido selecionado em uma seleção de emprego? Como saber se os critérios para não sermos aceitos em determinado plano de saúde não foram influenciados por informações genéticas? Na política e nos negócios, não poderíamos utilizar informações genéticas para chantagear nossos adversários? Estas serão algumas das contradições que o "mundo dos negócios" e o "mundo da garantia de direitos" terão que enfrentar para não ceder àquilo que poderíamos chamar de barbárie pós-moderna.Nem tudo estará perdido. Na esteira do debate sobre qual posição o Estado deve tomar para promoção de políticas públicas em favor de grupos vulneráveis, as descobertas da genética poderão ajudar a desmontar certos argumentos racialógicos dos defensores de uma raça pura.Outros, ainda se utilizam das descobertas da genética para dizer que não existem diferenças entre os humanos, deixando sem explicação convincente as razões históricas e sociais que ensinaram certos homens e mulheres a distinguir outros tantos homens e mulheres em função de sua origem, imagem, fenótipo e identidade. Entretanto, o Brasil está nos dando um triste retrato deste fardo que vai além das pesquisas genéticas e as suas constantes descobertas. A garantia constitucional aos direitos fundamentais da pessoa e o direito à privacidade são requisitos caros em tempos de controle social fundado nos sofisticados aparelhos tecnológicos. O uso das informações sobre a intimidade da pessoa nos obrigará a reivindicar um código de ética eficaz para equilibrar as forças e interesses que regem o comércio de dados pessoais e o respeito à vida humana, em suas mais sagradas diferenças. Resta saber, se, no futuro, quando os cientistas descobrirem o Santo Graal, seremos mais felizes.Sérgio São BernardoAdvogado, Mestre em Direito Público-UNB e Presidente do Instituto Pedra de Raio.www.pedraderaio.org.br

  2. Taí, concordo com tudo, ou quase tudo, que foi comentado. Só não entendi porque nesta postagem, sendo que tenho vários textos neste blog que entram especificamente nestes assuntos.

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