Campeão paraolímpico pode correr com prótese nas Olimpíadas “normais”. E isso é bom ou ruim?


O sul-africano Oscar Pistorius conseguiu permissão do Tribunal Arbitral do Esporte para disputar os jogos Olímpicos, não só os paraolímpicos (onde ele já havia ganhado ouro em Atenas).
Como ele não obteve o índice para estas olimpíadas, nós não o veremos correndo com suas próteses Cheetah Flex-Foot, mas ele promete treinar para Londres 2012.
Mas imagine a cena: todos os atletas dos 400m se aquecendo, alongando, dando aqueles pulinhos, ajeitando os óculos escuros, quando aparece um cara com próteses em forma de jota invertido e começa a se preparar para a largada. Imaginem o choque no mundo todo assistindo! Seria muito interessante

Mas autorizar esta participação não foi algo fácil de decidir. Igualdade na competição tudo bem, mas quem disse que a prótese não dá vantagens? Aí seria demais! Se houvesse vantagem sobre os atletas normais, o tribunal proibiria. Foi aí que entraram os cientistas.
Ciência no tribunal
Um grupo de cientistas era contra porque constataram que usando as próteses o atleta usava menos oxigênio que a média. O grupo de defesa alegou que por um percurso maior que o testado a diferença fica insignificante, e que, de qualquer jeito, em corridas de fundo (curtas distâncias) o consumo de oxigênio é irrelevante, já que pela rapidez da prova só usamos nosso metabolismo anaeróbico, que é a liberação de energia rápida. As concentrações de lactato, que é o produto desta liberação rápida de energia no músculo, eram equivalentes às dos atletas normais.
Então, como não dá vantagem, pode usar. Ok.
Bom ou ruim?
Achei um blog que fala sobre como esta decisão é boa para os deficientes, afinal prova que eles podem fazer de tudo e normalmente. Mas o fato de o maior sonho do atleta amputado ser participar das Olimpíadas “de verdade”, acaba rebaixando as Paraolimpíadas, e também pode diminuir a estima daqueles atletas que não tiveram a “sorte” de ter uma deficiência que permita uma prótese eficiente, ficando relegados às Paraolimpíadas.
Talvez na busca pela sua realização pessoal o atleta tenha passado uma rasteira nos seus colegas com necessidades especiais.
Mas o que está feito está feito. E agora, desculpem o trocadilho mas a frase é do próprio Oscar Pistorius, “Agora posso correr atrás de meu sonho”.

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