Spore – O jogo é científico?

Spore- A febre do momento. Ou Hype, para usar um termo mais modernoso.
Um jogo em que podemos dirigir a evolução. Bem bacana, bonito, bem feito e divertido. Perfeito para crianças e jovens (claro que o velhão aqui está louco para jogar também). Já que é assim, será que podemos usá-lo para ensinar biologia?

É, parece que não é pra tanto. Realmente o jogo é muito amplo e complexo. Algoritmos de criação aleatória fazem com que as possibilidades do jogo tendam ao infinito. O Gerador de Criaturas do jogo é fantástico (principalmente por ter um demo grátis). Lá você pode moldar o corpo do jeito que você quiser. Escolher que tipo de aparelho bucal, com base na alimentação que ele vai ter ou no som que irá fazer para se acasalar. Vários números e tipos de olhos, pernas, pés, mãos, colorações, e por aí vai.

Ciência ou pura diversão?
Claro que um zoólogo vai sentir falta de algumas coisas. Por exemplo, no Criador de Criaturas demo só dá para criar um vertebrado. Você começa com uma coluna vertebral e esqueleto interno. Assim não dá pra fazer um inseto ou um molusco. Outro fato importante: não dá para colocar órgãos sexuais! Sendo que sexo é a base da variação genética necessária para a evolução ocorrer.
Outra coisa estranha. O jogo começa numa fase unicelular, quando seu bichinho chega num planeta dentro de um meteorito. Até aí tudo bem, essa é uma teoria aceita para a origem da vida na Terra, também chamada “teoria da origem extraterrestre”. O interessante é como um ser unicelular pode ter olhinhos fofos? Nada contra serem fofos, mas olhos são feitos de muitas células, coisa que um ser unicelular não tem.
É aí que reside o dilema dos criadores do jogo. Ele deve ser estritamente científico ou atrativo como diversão? Foi aí que algumas concessões foram feitas. Olhos em seres unicelulares, viagens espaciais em velocidade maior do que a luz (sim, você pode desenvolver seu ser até ele criar civilização e conquistar o espaço), etc.
Como eu disse acima, no jogo você dirige a evolução. Mas a evolução no mundo real não é dirigida e não tem um objetivo. Não é uma escalada para a civilização. É só uma questão de sobrevivência no ambiente.Daí a preocupação do jogo levantar a bola do Design Inteligente.
Vale ou não vale?
Bom, que fazemos então? Proibimos nossas crianças de jogar Spore? Não é pra tanto. O jogo deixa claro que é uma brincadeira. Seus bichinhos fofos não nos deixam confundir o virtual com a realidade. E podemos aprender sim sobre o pensar científico, causas e conseqüência, competição, experimentação.
Enfim, o jogo não é um simulador da vida, mas um laboratório onde podemos fingir que brincamos com ela.
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Citrus

9 comentários em “Spore – O jogo é científico?”

  1. Um joguinho desses que eu gostava muito era Sim Earth for Windows.
    Podia não ser muito preciso, ter exatidão científica, mas era muito coerente.
    Quando anunciaram Spore achei que seria parecido, mas não é nada.
    Ainda procuro um simulador de terraformação atual que considere a maioria das variáveis...

  2. Esse jogo tem tudo para ser o melhor de todos os tempos.
    Só falta a oportunidade de criar um gângster para juntar com GTA e pronto. Nada pode ser mais divertido!

  3. É bastante inovador, mas como jogo não gostei muito não... bastante monótono e aquela parte tribal é chaatiiiinha demais, parece um jogo de estratégia qualquer, só que pior. Parece que a graça mesmo é só ficar "desenhando" os bichinhos... uma pena, fiquei decepcionado.

  4. Spore terá uma sequência,seu nome não séra Spore 2,mas,se chamará Thrive ou Spore:Thrive´que falará sobe evolução cientifica da vida real aplicada na vida extraterrestre,poderam criar moléculas únicas e seres unicelulares até impérios galácticos.
    Ele será igualzinho ao Spore:Edição 2005 que foi deletada pela desenvolvedora e em 2014 lançará o filme do Spore.
    Tradução:O Prosperamento - Espóros 2

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