Nem tudo dá certo;
Nem toda a ciência é boa;
Nem todo dado é inédito;
Nem toda pesquisa conta.
Publicar não torna artigo relevante
Nem jaleco torna burro inteligente.
Chega de conversinha. A isto há relatórios.
Chega de propagandas. A isto deixo a tese.
Chega de implorar migalhas. Deixo isto para os projetos
O real é o de punho próprio,
O que se anota e o que se escreve
Meu caderno de laboratório,
Que é risco e que é rasura,
Nada nele se apaga.
Bom seria se o fizesse.
Na verdade não. Melhor assim mesmo sem volta.
Termodinamicorreto, sempre rumo à entropia.
Termodinamicorreto, sem retorno ao pré-estado.
Sempre suando e dissipando
Todo tipo de energia.
Ah, e isto lembra mais falsidade:
Pôr ordem neste trabalho é sempre uma tendência
Quando na verdade o que havia era o caos,
Quase nunca uma providência.
Mas afinal, quem precisa estudar esta micro-história,
Pormenores de uma proveta?
Buscamos saber de heróis,
Vilões, amores, intriga.
Mas a micro-história de um protocolo não tem porque.
Ainda mais se é descoberta desvalida.
Aliás, existe descoberta sem valor?
Seria o mesmo caso da árvore caída,
Que cai sem ninguém ouvir?
Cai infinito distante.
Mas, se não lhe ouvem o barulho,
Pode mesmo o som existir?
Com esta falsa impressão, como ir adiante?
Nem tudo tem valor,
Nem tudo se justifica,
Só o que brilha é diamante.
Mas é a embromação que se multiplica
Me dê um artigo bom. Que mude esta ventura.
Que, elegante, mostre a coisa definitiva.
Ao lê-lo, que seja brilhante, como boa literatura.
Prigogine aplaudiria! 🙂
Aplausos de um nobel massageariam o ego sim.
Mesmo o foco não sendo na complexidade, mas sim na supersimplificação do meio científico.
Simplesmente excelente, taí um conteúdo realmente ORIGINAL nos blogs de divulgação científica, me dá orgulho de escrever esse blog contigo.
Como eu coloquei ontem no twitter (@Gabriel_RNAm): "|RNAm| hoje melhor que ontem, e assim por diante".