E no texto de hoje daremos continuidade à nossa série Prêmio IgNobel no RNAm!
Os “homenageados” da vez são os vencedores do IgNobel de Química, por sintetizarem filmes de diamante a partir de um precursor líquido.
Até aí não há novidade, então qual é a graça desse trabalho?
Explico: a base líquida utilizada é a desgraça que faz 9 entre 10 mocinhas ex virgens perderem a linha na balada… a famigerada TEQUILA!
Amada por uns e odiada por outros (estou no segundo grupo, mas não contarei o motivo… dói minha cabeça só de lembrar), são necessários 8 anos para se cultivar o agave, uma espécie de cacto que serve de matéria-prima para essa maravilha refrescante NOT.
O agave “maduro” é cozido em vapor e sob pressão, e o suco extraído é fermentado e destilado duas vezes, dando origem a uma solução com 55% do mais puro álcool (que você pode usar prá desinfetar alguma coisa… ou prá judiar do seu fígado mesmo). O produto final (ayayay muchacho!!!) é diluído droga! em água para se obter uma concentração de álcool entre 38 e 43%, sendo então armazenado de diferentes maneiras, como fazem com a cachaça aqui (essa conversa está me dando sede, ainda bem que hoje é sexta-feira).
Mas, voltando ao IgNobel de Química, os filmes de diamantes foram crescidos usando tequila como líquido precursor através de uma técnica chamada PLI-CVD (sigla em Inglês para injeção pulsada de líquido para deposição quimica a vapor), junto a silício ou aço inoxidável, em temperaturas de 850°C!!!
Quando o resultado foi analisado, foram encontrados pequenos cristais esféricos com a mesma assinatura físico-química do diamante, confirmando o sucesso do experimento.
Eu já havia discutido alguns pontos da fabricação de diamantes sintéticos quando escrevi sobre os diamantes memoriais (é o RNAm mais uma vez servindo de radar prá um IgNobel). Essa pesquisa mexicana (eu nem precisava ter dito que a pesquisa foi realizada no México, precisava?) demonstrou um precursor novo – e, por que não, original – para se criar diamantes sintéticos. Além disso, a tequila possui uma proporção atômica ótima entre seus átomos de carbono, oxigênio e hidrogênio, sendo assim uma ótima alternativa para se produzir diamantes sintéticos em escala industrial…
… Isso segundo os autores, claro, porque eu preferia usar essa tequila prá fazer uma Margarita mesmo.
Não… é melhor não, eu já fiquei tonto só de pensar nessa possibilidade.
ps: o artigo completo pode ser acessado pelo arXiv.org em Growth of Diamond Films from Tequila.
Entao posso dizer q qdo eu bebo tequila eu bebo diamante?? 😀 Gostei disso! haha
Que legal, adorei esse trabalho!
Cara, cada coisa que descobrem... Bom, mas querendo ou não, ainda é ciência! Acho...
Na minha época de iniciação científica, sintetizávamos "muffins" luminescentes no forno a vácuo, que emitiam luz quando era aplicada pressão sobre os mesmos. A gente fazia isso de sexta-feira, só por brincadeira, geralmente, logo depois do almoço e antes da cerveja. Bons tempos aqueles... Hehehe!
E, como sempre, excelente post Gabriel!
Inté!
Muito boa essa matéria!
Os seus comentários são ótimos!
Parabéns pelo Blog!
Ah, Gabriel! Os mexicanos merecem crédito pelo esforço de otimização de um produto genuinamente cucaracho!
Já pensou se por aqui os usineiros têm a mesma ideia para a nossa marvada, a pinga? 😀
Então quer dizer que se não puder dar um anel de diamantes um shot de tequila ta valendo?
tequila, los diamantes, y la ciencia ... todo mezclado... sólo en RNAm!
Yo prefiero mi forma de beber tequila en la noche del viernes con mis amigos a ver que se convirtió en diamantes ...
gran tema de post. Felicidades!!
hey meninos td bom?!...é a primeira vez que vejo este blog e adorei esse post ....ARIIIIIBA da-lhe TEQUILA! rsrsrs
sou estudante de Biomedicina e tecnica em bioquímica. Vamos manter contatos e trocar experiencias..rsrs vlw..abraços té mais