O que um cientista sente ao sacrificar seus animais

lab-mice-540x380.jpgHoje sacrifiquei meu primeiro animal de experimentação.

Um camundongo.

Claro que já entrei em contato com a morte antes. Desde animais de experimentos de colegas ou mesmo morte de parentes. Todas estas ocasiões acabam mostrando uma nova face da morte. Até mesmo já havia matado camundongos invasores de uma antiga república onde morava.

Mas sacrificar MEUS animais, para completar o MEU experimento, e aliás, fazer isto com as MINHAS próprias mãos, coloca a morte em uma nova perspectiva.

Irei ignorar comentários me chamando de sádico matador de animais. Eu gosto de animais. Até mesmo crio gerbils de estimação. Sinto empatia por eles, e este é o problema. Esta empatia que nos coloca no lugar deles, que insiste em colocar a nossa consciência humana nos seus corpinhos de roedores.

camundongo.jpg

Mesmo sofrendo com esta empatia, não quero me livrar dela. Não quero perder esta sensibilidade pelo animal. Sei que seria muito mais fácil para o trabalho, mas a falta de sensibilidade acaba na banalização da coisa toda, e isto seria péssimo. Seria um passo a mais para se sair do trilho ético no lido com animais.

E infelizmente não podemos deixar de usar os animais nos experimentos. Tudo in vitro ou in silico (computador) é apenas uma dica, é mentira, ilusório como um vôo simulado. O experimento que se faz em animal é o primeiro vôo de um piloto. Os animais que tornam nossos experimentos elegantes, e é neles que as respostas se mostram realmente complexas e desafiadoras. Eles são a porta de entrada das hipóteses dos pesquisadores para a “natureza selvagem”.

Aos que já estão acostumados a lidar e sacrificar animais, não riam da minha empatia talvez ingênua neste meio acadêmico da biologia. Continuarei os experimentos até o fim. Mas entendam que não é algo trivial e que devemos sempre ter os animais em um nível de consideração mais elevado que uma simples “cobaia”, palavra que acaba ficando até mesmo pejorativa.

São animais, oras. Mamíferos muito próximos de nós, evolutivamente falando.

Por isso dedico este texto aos meus camundongos sacrificados. Em homenagem à sua importância para minha formação e para o conhecimento humano. Farei o máximo para aproveitar cada dado extraído, cada experiência profissional, e também pessoal, de meu contato com eles.

Obrigado.

camundongo nude.jpg Na verdade este é o meu camundongo. Chama “nude” (pelado), porque não tem pêlos e nem sistema imune. Feinho mas gente boa.

45 comentários em “O que um cientista sente ao sacrificar seus animais”

  1. Parabéns pelo texto.
    Vi muito de mim no que você escreveu. Também não consigo me 'desligar' dos meus animais de experimentação e, sinceramente, não é algo que eu busque.
    Já pensei em 'largar' experimentos com animais, mas como a linha de pesquisa é fundamental, no máximo eu conseguiria não participar mais. A pesquisa continuaria sendo feita.
    Por que eu continuo, então? Porque eu tenho a mão boa no manuseio dos animais que trabalho (camundongos) e tenho receio de que a pessoa que venha a assumir o meu lugar não tenha tanta prática ou responsabilidade. Pouca prática, falta de ética ou de empatia levam a um maior sofrimento, sempre.
    Apesar de trabalhar com experimentação animal desde 2006, nunca consegui me sentir diferente: sempre chego ao laboratório introspectivo e vou embora um pouco triste. Independentemente de os experimentos darem certo ou não.
    Parabéns pela iniciativa em colocar seus sentimentos sobre experimentação animal 'no papel'. Nós sempre argumentamos sobre a importância de se continuar realizando esses testes, mas é muito difícil um cientista se colocar numa posição 'subjetiva', ou sentimental.
    De modo geral, faço minhas as suas palavras nesse texto.

  2. Se Ciência fosse religião, bastaria pensar que o sacrifício estava sendo para uma boa causa, mas infelizmente não é esse o caso. Por melhor que seja o motivo, uma morte é uma morte.
    Pelo menos, se nada mais der certo, você pode sempre usar a filosofia mcluriana: se eles tivessem chance, também matariam você e toda a sua família.

  3. Ô, que bonito, Rafael. A gente lê sobre o maravilhoso mundo do progresso da Ciência, do qual sou uma grande entusiasta e nunca parei para pensar em como lidam com essa experiência de interromper uma vida.
    Abraços e fica bem, viu?

  4. Uma vez participei de um projeto na faculdade (sou bióloga) onde tínhamos a nossa disposição animais. Como eles não foram sacrificados, levei dois deles para casa mas em pouco tempo começaram a desenvolver anomalias estranhas e tive que sacrificá-los foi muito triste. Até hoje me lembro deles e o quanto isso foi difícil para mim.
    Acabei desistindo de um concurso para técnico de laboratório por receio de ter que sacrificá-los diariamente para montagem de lâminas de microscopia ou coisas do tipo.
    Muito legal você partilhar essas suas experiências conosco.
    O dia que você deixar de se importar é porque você não deve continuar nesse trabalho.
    Grande abraço.

  5. Oi Rafael, parabéns pelo texto, parabéns pela maneira respeitosa e dedicada de fazer ciência. Gostaria que todos que o fazem tivessem essa mesma postura.

  6. gostei da comparacao com piloto automático.. ning quer um piloto q só tenha voado em simulacoes, mas todo mundo quer salvar os ratinhos branquinhos com apelo emocional. barata ning liga... ô mania de antropizacao do nosso "célebro".
    mas disvirtuei do tema principal: sei como é, eu tb fiquei mal qd tiver de matar pombos pra aula prática. pombos!
    bonita a ode q vc escreveu.
    vai valer a pena sim.

  7. Nunca tive que trabalhar com animais em meus experimentos. Fora os estagiários, mas eles não contam... Rs!
    Brincadeiras à parte, acho louvável quem consegue lidar com isso, sem apelar para uma postura totalmente insensível ou virar um bundão. Uma menina que conheci, que fazia doutorado em um lab de bioquímica, chorava tanto quando matava os camundongos dela, que desistiu após dois anos. Por isso que a pós-graduação separa os "homens" dos "meninos".
    Inté!

  8. Olá Rafael! Para mim nunca é uma experiência agradável sacrificar um animal. Pode parecer ridiculo, mas por ser de uma família de budistas, a cada animal sacrificado, no final do dia acendo um incenso pelo 'espirito' do animal e agradecendo por ter dado a vida pela pesquisa que estou desenvolvendo. E continuo fazendo isso até hoje.
    Antigamente pensava que no futuro teria sangue frio e não se comover com essas coisas como o técnico do meu laboratório, mas não consegui e isso foi bom, porque me tornou mais responsável e disciplinado quanto aos meus experimentos, lembrando que não poderia ou tentaria evitar ao máximo de sacrificar em vão os meus animais. No Brasil ainda temos uma abundância de animais para experimentação e muitas vezes isso gera irresponsabilidade. Hoje, pesquisando no exterior vejo que as coisas não são tão fáceis e o uso é muito restrito e custoso.
    Enfim, desejo que continue trabalhando com essa postura responsável com animais de experimentação e sucesso!

  9. bem dito, rafael.
    uma vez um ratinho (microtus californicus) morreu na minha mão enquanto eu punha uma coleirinha com transmissor de rádio no pescoço dele. já tinha feito isso várias vezes e não apertei demais nem enforquei ele com a coleira. mas ele era histérico e teve uma síncope.
    fiquei ali sentada no meio da campina, com aquele corpinho na mão e sem saber o que fazer com culpa e dor. descobri que vida é vida, sempre preciosa. mesmo uma vidinha daquelas, de ratinho marrom que abre caminhos de rato pelo meio do capim (o karl discordará), passeando entre uma toca de fêmea e outra.

  10. O que eu acho engraçado nesse pessoal de defesa dos animais é que eles só falam de ratinhos, cães, vacas etc. Sempre mamíferos. mas não se importam com besouros, aranhas, lagartos etc.
    Sempre acham ruim o uso de experimentos em animais, mas não se fazem de rogados de usarem medicamentos que foram desenvolvidos através desses experimentos.
    Hipocrisia pouca é bobagem.

  11. Rafael, muito emocionante e corajoso seu texto!
    Trabalhei em pesquisa animal por 7 anos e apesar de ter sacrificado muitos animais ao final dos experimentos para avaliar as lesões cerebrais, essa etapa da pesquisa nunca fui "tranquila". E acho que esse respeito e esse cuidado com os animais experimentais são fundamentais para o bom pesquisador. Parabéns pelo seu trabalho!

  12. Oi Rafael!
    Parabéns pelo texto! Adorei... Quando ainda estava na faculdade (biologia) também enfrentei o desafio de participar da pesquisa com sacrifícios de animais... Depois de muito pensar, decidi não participar, falei com a professora e não consegui seguir adiante. Fui trabalhar na paleontologia de vertebrados (sério!): os animais estavam mortos há milhões de anos e eu não tinha nada a ver com isso, rsrsrs.
    Pode parecer bobagem, mas foi isso mesmo que fiz. Embora não tenha tido coragem de participar da pesquisa, nunca questionei a importância do uso de animais, aliás, muito pelo contrário, defendo a prática e sempre que me apontam o dedo (adoram fazer isso, né?) digo: não gosta? Pesquise alternativas, pare de tomar remédios, não faça intervenções médicas e, inclusive, pare de lavar o cabelo com shampoo e escovar os dentes com pastas de dentes, pare de pintar o cabelo, pare de pintar as unhas, usar batom (etc., etc., etc.). Depois disso (e só depois disso) discuta sobre o uso de animais...
    Abç e parabéns pelo texto!

  13. Boa, Rafa. Acho interessante quando a ciência esbarra nesssas questões éticas. O Igor S. lembrou essa interface. O Idelber publicou um artigo certa vez, sobre o papel da tortura na obtenção da verdade. É uma característica ocidental de acordo com o padrão de *verdade* que queremos obter. Dentro da atual base espistêmica, vc tem razão: não há como fugir. Fazer ciência significa algum grau de sacrifício de ambos os lados - cientista e animal de experimentação. Saber que isso ocorre também com humanos não vai te fazer melhor, mas dá uma dimensão do problema. Problema que é ético e que não há como ser resolvido pela própria ciência. No campo das contradições, lembro que a própria existência desse rato (que é horroroso, aliás!) já é bizarro. O *criador* do rato ao que parece, não teve dilemas éticos quando conseguiu *sintetizá-lo*. Fica então a pergunta: se é lícito dar a vida a uma aberração como essa por que não seria também lícito, extingui-la?

  14. Essas questões são as mais interessantes mesmo, Karl. E as menos conversados por cientistas. A ciência não pensa sobre si mesma.
    Afinal tem coisa mais dificil do que as pessoas entenderem que não existe A Uma Verdade, e logo os parametros para certo e errado ficam mais fluidos e indeterminados?
    Mas me ajuda nessa Doc Karl. Eu to começando agora só, hehe
    Coisa que se discute menos ainda em ciência é o fator humano, o cientista como cidadão comum. Aqui tenho algumas vezes me expressado de forma sincera e perigosamente aberta. Acho q mais pessoas deveriam fazer isso. Não como um diário adolescente, mas para por em evidência alguns conflitos que não são triviais.

  15. A pergunta do Karl me lembrou a história do Frankeinstein de Mary Sheley... (ou do monstro criado por ele, enfim...)
    hehehe, coisas de quem gosta de literatura, ficção e ciência (e de tudo isso junto). Mas esse livro apresenta essa discussão, da (nossa) responsabilidade pelas (ou com) nossas criações.
    abç

  16. se vc gosta tanto de roedores, pq matou um?uma vida humana nao vale mais doque a de um animal...existem alternativas para os testes em animais

  17. Olá Rafael! Parabéns pelo sue texto! Parece que foi escrito pra mim! haha Esses questionamentos rondam minha cabeça desde que comecei a minha IC com meu amados sapinhos. Ainda mais quando os amigos não biólogos dizem que eu não tenho coração, e que essas pesquisas não levam a lugar nenhum, rs.
    Meu trabalho vai até Setembro de 2010, e pretendo não continuar mais com animais. Engraçado que eu sou a única no meu laboratório que se manifestou a respeito desse sentimento pelos anfíbios...o resto do pessoal é bem sanguinário, rs.
    É bom saber que eu não estou sozinha nesse mundo de sacrifícios e experimentos com nossos amados bichinhos...
    Um beijo grande!

  18. @Victoria
    Você sacrificaria um humano para salvar a vida de um roedor? Sim, a vida humana vale mais que a vida de um roedor. Se vc não gosta disso, não tome remédios e vá morar no meio da selva, e veja se os bichos da floresta se preocuparão com seu bem-estar.
    Com licença, vou comer um bife.

  19. raquel, injusto chamar os colegas de sanguinários.
    minha experiência com zoólogos é que as pessoas mais apaixonadas pelos bichos que estudam são também as que têm que matar mais deles. não gostam disso não, mas fazem porque sabem que é preciso para aprender sobre eles.

  20. Deviam fazer isso com político corrupto. Aqui não ia faltar.
    E ia ser um resultado muito mais factível para ser aplicado ao ser humano.. hehe!
    Parabéns pela atitude do texto. Que "deus" tenha em paz seu ratinho.

  21. Sorte que a gente não tá do outro lado. Bem, lembro de ter lido que Hitler fazia experimentos com as pessoas.

  22. Rafael, sou um grande fã seu. Acho seus textos uma cartada e tanto em prol da ciência, mas desse post hei de "dar os meus dois centavos".
    Sim, tenho em vista de que o post não trata exclusivamente sobre ética animal e portanto você teve que ser breve e escrever muito menos do que o assunto merece. Seu argumento se embasou fundamentalmente em uma analogia (essa do piloto de avião) e, portanto, insuficiente por definição.
    Além disso, a comparação foi imprecisa. Muitas vezes um fármaco causa efeito X em um homem jovem e efeito Y em um idoso, causando ainda efeito Z em uma mulher. Qual garantia então temos sobre o efeito de uma substância em humanos, quando esta foi testada em galho bem mais distante da árvore taxonômica? Um rato! Você não está deixando de pilotar um simulador para voar num avião de verdade; está, na verdade, dirigindo um ônibus pressupondo que um Boeing seja mais ou menos a mesma coisa.
    Também devo discordar sobre as simulações no computador. Acredito que seja apenas uma questão de mais esmero (aka. incentivo financeiro) para que as pesquisas na área "tomem tento". Um bom exemplo se reflete na Física Nuclear (minha área). Antigamente, gastava-se uma nota com padrões radiativos para a calibração de aparelhos. Hoje em dia, deixo o computador ligado durante um fim de semana e tenho resultados tão bons -- ou melhores -- do que uma calibração empírica.
    De qualquer forma, só pela iniciativa deste post e seu contexto já mostram que você está um passo a frente de muitos na questão da ética.
    Parabéns e continue com o bom trabalho no blog!

  23. Fala Cafetron. Sou fã tmb hein!
    Então vc acha que devemos deixar de testar em animais? A analogia pode ser falha sim, mas só na proporção. Corrigindo eu diria q testes in vitro e in silico, são como um bebê engatinhando, e os ensaios em animais são como dirigir um ônibus. Ainda é longe de dirigir um jato , mas é infinitamente mais perto do q os outros métodos presentes.
    Acredite quando eu digo que não há alternativa possível até agora. Pular para homens de imediato não é uma opção ética (pelo menos no mundo de hoje) e não garantiria melhores resultados. Aliás acredito que infelizmente não haverá mesmo como substituir o teste animal no futuro mesmo a longo prazo. O salto de complexidade do mundo atômico não é muito grande para um sistema bioquimico e biológico? Nem a parte mais facil que é a genômica está se conseguindo decifrar! E olha que já se passaram 10 anos do genoma humano, hein...
    Só queria lembrar q o texto é pra falar do q eu senti, e não sobre ética animal diretamente. Sobre isso escrevi mais nestes links abaixo, caso interesse:
    http://scienceblogs.com.br/rnam/2010/05/evolucao_da_consciencia_e_dire.php
    http://scienceblogs.com.br/rnam/2010/05/transcrevo_aqui_o_comentario_d.php
    Abraço

  24. Ótimo texto, parabéns, Rafael.
    E me deixa ainda mais confuso quanto à área que estou escolhendo para IC... Equilibrar essa empatia com a prática científica é bem complicado.
    Abraço!

  25. Sobre o direitos dos animais, eu quero dizer que meu pai mata bode pra comer assado! E é uma delícia!

  26. Rafael, realmente é nobre o seu sentimento em relação a morte de seu camundongo, quem dera se todos tivessem, ao menos, algum sentimentos após assassinar um animal. Você diz que não é ético partir para as pesquisas com seres humanos, mas seria ético usar animais? Qualquer vida é vida, e qualquer morte vai continuar sendo morte, não importa o motivo. Os avanços da ciência podem até ser explicados pelo uso de aproximadamente 40 milhões de animais como cobaias em todo o mundo a cada ano, mas será que realmente justifica a morte de tantos inocentes, muitas vezes até de forma cruel e impiedosa? Evoluímos as custas dos animais, de sua força de trabalho e de seus produtos, por exemplo, e, me parece, que vamos continuar infelizmente neste estágio.

  27. Parabéns pelo texto, já deixei de seguir certas linhas justamente para não ter de sacrificar os animais nos testes.
    Na faculdade acabei seguindo pro comportamento animal, mas agora cursando ums especialização em Microbiologia Industrial eu olho pra área de fármacos e fico pensando no bom salário e o o preço que os coelhos, ratos e gatos têem de pagar, acho que não tenho o estômago pra trabalhar nesse ramo da indústria e provavelmente acabarei trabalhando ou com tratamento de resíduos ou Controle Biológico na linda de produção. Destruir/evitar a formação de biofilmes, com certeza não vai me tirar o sono, a não ser é claro o fato de como é complicado fazer isso.

  28. AA não,tenho dó desses animais que sao sacrificados em laboratorio!
    Não acho certo não,eles tambem são igual a nós,a unica diferença é que nao sabem falar,óbvio!
    Eles sofrem,me dá um aperto no coração só de ver esses bichinhos morrendo...
    Deve haver outro método para fazer essas coisas,não é possivel!

  29. Sim ,legal sua postura de respeito ao animal que está sendo sacrificado para o bem da humanidade e progresso da ciência. E a partir de sentimentos assim , de ética e respeito, é que acredito que no futuro existirão outras formas de se fazer pesquisa, tudo evolui não é mesmo? Abraços

  30. Muito bom seu texto. É a primeira vez que leio a versão do "outro lado", leio a versão de um cientista sobre o sacrifício de animais durante as pesquisas científicas.

    Continuo não achando legal a morte de camundongos, cachorros, macacos e outros animais para o progresso da ciência. Essa é uma opinião mais emocional do que racional. Essa posição já me levou (quando era mais novo) a chamar cientistas de monstros sem alma e assassinos.

    Mas, depois de crescer, e desenvolver um senso crítico (além de ter um contato mais próximo com as ciências, estagiei no Instituto Ciência Hoje durante nove meses), entendo que isso é - infelizmente - necessário.

    Continuo não gostando da ideia - e agradeço por não ter ido pras ciências biológicas como eu queria. Não aguentaria fazer um estudo que resultasse na morte de um animal - mas entendo que ela é necessária. Não acho mais os cientistas uns monstros por isso. Pelo menos não aqueles que, como você, têm uma preocupação com o animal. E torço para que as pesquisas tragam sempre grandes resultados, que, de alguma forma, compensem a morte deles.

    Abraço,
    Lucas

  31. Perdi esse post no passado?
    Enfim, ótimo tema.
    É por isso que devemos sempre ter os experimentos e as perguntas que queremos responder muito bem definidos e desenhados. Caso contrário, estamos assumindo o risco de disperdiçar animais, recursos, dinheiro e tempo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *