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Li antes de ontem sobre o animal mais evoluído que já habitou esse planetinha condenado ao fracasso por problemas de gerência. Ainda não o conhecia, mas foi fácil o artigo ganhar minha atenção…

Trata-se da Elysia chlorotica, uma grande e gosmenta lesma que habita a costa leste da América do Norte, desde a Flórida até o Canadá. E sim, eu disse lesma. Taí um soco no estômago prá quem vive falando que os seres humanos são o state-of-the-art da evolução animal.

Mas o que diabos essa lesma faz prá estar aqui, recebendo esse destaque?

Ela é verde, meus queridos… e não é verde só porque é bonito não. Ela tem CLO-RO-FI-LA.

Touché, mes amis!

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Clorofila: eu tenh-ô, vocês não tê-êm!

O melhor: ela utiliza essa clorofila para fazer fotossíntese, o recurso mais “animal” (perdoem o trocadilho) que qualquer organismo pode querer… bom, talvez o segundo, depois da bioluminescência (ainda mais em tempos de ‘Avatar‘).

Agora a pergunta de ouro: como esse bichinho conseguiu tal façanha?

A Elysia chlorotica já possuía a reputação de “sequestrar” as organelas e alguns dos genes responsáveis pela realização de fotossíntese, o que caracteriza um processo de transferência horizontal gênica único nos animais. Aliás, parafraseando o Kentaro Mori, Lamarck ficaria deveras contente com essa descoberta…

O que descobriu-se agora é que a lesminha conseguiu se apoderar de genes suficientes para organizar a sua própria “via fotossintética”, mandando uma banana pros outros animais, tadinhos, que precisam ir atrás de seu próprio alimento (ou acionar o delivery da pizzaria).

As novidades foram apresentadas dia 7 de Janeiro, na Reunião Anual da Society for Integrative and Comparative Biology.

Depois que comecei a escrever “descobri” (aah, a internets) que a nossa querida Elysia não é assunto novo. O Carlos Hotta (do Brontossauros) e o Kentaro (100Nexos) já haviam escrito sobre ela em 2008 (cheguei bem atrasado dessa vez, mas ninguém acerta sempre, né?), então leiam mais sobre o assunto por lá!

Aliás, tem outro cara que é fã desse animalzinho, o Luís Felipe, do blog O Amigo de Wigner (ele até homenageia a querida em seu banner!), que também escreveu sobre o assunto, e comenta uma história engraçada envolvendo a mesma.

E agora eu tenho que ir, porque estou com fome e preciso buscar meu próprio alimento #invejinha

via Wired Science / 80 Beats (Discover Magazine)

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