“Temos uma tecnologia que faz imagens de satélites muito, mas muuuito precisas. Pra que você quer usar: pra monitorar o descongelamento de geleiras e outros usos científicos, ou para espionar seus inimigos subdesenvolvidos que nunca seriam páreo militar pra você?”
Adivinha o que qualquer governante responderia?
Fantástica a capacidade do ser humano de descontar o futuro, ou seja, apostar no curto prazo em detrimento do longo.
A CIA dos EUA está colaborando com cientistas do clima liberando imagens da região ártica tiradas por seus satelites-espiões. Mas não não foi fácil convencer, pois os agentes não acham estratégico mostrar estas imagens. Claro, elas mostram um pouco do como eles tiram as fotos, revelando alguns segredinhos de espionagem, como o nível de definição das fotos, posição dos satélites, etc.
Concordo que este perigo existe e tem sua importância. Existe para os EUA, mas o que o resto do mundo tem a ver com isto? Aquecimento global não é ainda uma prioridade maior que ataques terroristas? Agora pode não ser, mas aguardemos 50 anos que eles vão ver.
Não sou ingênuo, mas quero ainda acreditar que devemos sempre desejar o bem maior.
Esta iniciativa é bem vinda, mas é só uma fresta por onde a gente pode ver a diferença de força entre diferentes interesses nacionais/globais ou político/científico
Pra se ter uma idéia, a definição das imagens cedidas para estudo pela CIA tiveram a definição diminuida para não mostrar ao mundo a capacidade real dos satélites-espiões (provavelmente por serem capazes de ler a etiqueta da sua calça de lá do espaço).
O que me deixa fulo da vida é a militarização da tecnologia, sempre a frente de questões mais nobres. Agora tão lá, os mega-satelites (sem falar em outras pesquisas militares que são as mais fortemente financiadas), nas mãos não dos cientistas que os criaram, ou de comissões de ética responsáveis, mas nas mãos de políticos. Se você confia no seu, ótimo. Se não…
E é essa apropriação da ciência, ou tecnociência que é a regra. O cientista não tem controle sobre suas descobertas. Depois de adquirido pulveriza-se o conhecimento tecnocientífico, que acaba sendo controlado por poderes econômicos e políticos.
Já aconteceu antes, no caso da bomba nuclear, e vai continuar acontecendo
Os cientístas e os cidadãos têm que ficar mais espertos e engajados. Afinal temos que saber quem é que tem autorização para a pertar o grande botão vermelho.
Espiões, a CIA, e o aquecimento global.
Legenda:“Malditos espiões, escondam-se!”
Mas é inevitável Rafa, ciência básica ou aplicada no fim das contas acaba recebendo um fim.
Na realidade um monte de finalidades, e o ponto crítico é esse mesmo de confiar (ou não) nos políticos responsáveis por isso.
É por essas e outras que o pesquisador se mantém o mais agnóstico possível, porque se um químico, biólogo ou matemático fosse considerar as possíveis implicações dos seus experimentos nada seria pesquisado.
Sombriks
Desculpe, mas o cientista não pode lavar as mãos desse modo. Devemos lutar por um maior controle de grandes e importantes descobertas e tecnologias. Maior poder pro cientista e para o cidadão esclarecido. Aceitar a situação não dá.
E é claro que uma pesquisa recebe um fim, a minha critica é ao enviesamento sempre militar da pesquisa.
Abraço
Concordo com vc Rafael, negar informaçoes úteis para humanidade por conta de proteçao militar é uma vergonha alheia... Tudo por culpa do poder. É, mas sem planeta nao tem poder, será q eles se esquecem disso?
Rafael, e como você sugere lutar por este controle?
"Esta minha descoberta sobre tal enzima pode ser usada para fazer adubo mas não pode ser usada para fazer uma bomba"
Parece-me impraticável!
a cia é incrivel