Observe as imagens abaixo (clique para ampliar):
No painel acima, A, B e C são diferentes maneiras de se observar o Complexo de Golgi, uma estrutura celular responsável pelo processamento e distribuição de um grande número de proteínas sintetizadas por nossas células. Em A o Golgi é observado por uma técnica chamada Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET), em B temos uma imagem de MET colorida artificialmente, e em C temos uma imagem do Golgi marcado com reagentes fluorescentes (que existem em várias cores, como o verde que observamos aqui).
OK, e qual a importância disso?
Em biologia celular e molecular, por exemplo, várias imagens que vemos são fruto de técnicas de coloração artificial, como por marcação com reagentes fluorescentes, por exemplo. Mas, convenhamos: existem células ou moléculas realmente COLORIDAS? Se afirmativo, quais as cores CORRETAS de cada uma delas?
Pensando nisso, e na hipótese de as pessoas assimilarem as cores artificiais vistas em Ciência com a realidade de uma célula, o artista plástico Luke Jerram buscou criar modelos transparentes tridimensionais de organismos importantes e de fácil reconhecimento por todos.
Os vírus HIV (AIDS), H1N1 (Gripe Suína ou Gripe A), e a bactéria Escherichia coli (que habita o intestino humano, mas pode ter formas patogênicas), por exemplo, podem ser vistos sem todos os “adereços carnavalescos” que precisamos utilizar no laboratório para identificar as regiões pesquisadas.
E, prá completar: os modelos são feitos de vidro! Vejam alguns deles (clique em cada imagem para ampliar):
Lindos, não? E, além disso, enquanto contribui para melhorar o entendimento do público em geral sobre a aparência mais “correta” de alguns organismos, Jerram aproveita prá expandir os limites da fabricação de esculturas de vidro assoprado. É preciso grande conhecimento técnico para que os modelos vistos aqui não colapsem em seu próprio peso, uma vez que são estruturas extremamente delicadas.
Outros textos que tratam sobre o assunto: Vírus de vidro (Massa Crítica), Gripe e Arte (H1N1 – Influenza A Blog), Glass Microbiology (Seed Magazine).
Para ver mais trabalhos de Luke Jerram, acesse o site Lukejerram.com.
Sensacional. A biologia celular sofre dos mesmos problemas que a astronomia. Alguém vê uma concepção artística ou uma imagem de espectro de UV colorida artificialmente e logo fala “mas que foto linda!!!1!”. Tsc, tsc, tsc… Se bem que essas esculturas em vidro devem ser bem mais caras que o bichinho de pelúcia que o Hotta sorteou na #CParty, rs!
Aproveitanto: esse marcador fluorescente verde para o complexo de Golgi, na figura C, tem alguma coisa a ver com GFP? Ou é só um fluoróforo adicionado com afinidade pela superfície da organela?
Belo post Gabriel, as always.
Olá Joey!
Primeiro: muito obrigado pelos elogios, e pela presença constante no RNAm, eu e o Rafael agradecemos muito!
Segundo: eu não posso afirmar, mas essa marcação de Golgi me parece mais algum anticorpo conjugado com FITC (isotiocianato de fluoresceína) mesmo, como em qualquer imunofluorescência.
Terceiro: fica tranquilo, que se o “Segundo” estiver errado, logo o Takata aparece prá dar a resposta certa ; )
Abraços!
🙂
PS: acredito que o “Segundo” seja isso mesmo, rs!
Abraços!
Olaaaaaa
Lindo post, como sempre 😉
Acho que pode ser GFP sim, mas tbm pode ser imunofluorescencia tbm. Não dá pra saber so pela foto…
Vc conhecem esse site aqui : http://store.bioetch.com/
É Liiiiindo… achei há um tempão atrás, mas ate hj nunca ngm comprou nada pra eu ver!
(ai, não vai me dizer que vcs já postaram isso aqui e eu to chovendo no molhado…huahauaahua)
Bjocas meninos!
Paulinha
=)