Um grupo de estudantes da Universidade Rice (EUA) transformou uma centrífuga de saladas adaptada com pentes e outras partes em algo que pode trazer o diferencial para o diagnóstico de anemia em países subdesenvolvidos.
O resultado foi fruto de um projeto desenvolvido numa aula voltada à saúde global e foi batizado de Centrífuga Sally. Os alunos receberam a tarefa de criar uma ferramenta barata, portátil e que pudesse ser utilizada independentemente da disponibilidade de uma rede elétrica para ajudar no diagnóstico de um quadro anêmico.
Centrífuga Sally em detalhe (Foto: Jeff Fitlow).
O equipamento é capaz de fornecer o hematócrito dos pacientes, um dos fatores analisados quando há suspeita de anemia pois fornece a quantidade relativa de glóbulos vermelhos no sangue do paciente por meio de porcentagem do volume total. Hematócritos abaixo de 40-45% em homens e 35% em mulheres são forte indicativo de anemia, o que facilita o diagnóstico.
Quando centrífugas giram os tubos de coleta numa velocidade apropriada as principais frações do sangue são separadas – glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plasma – fornecendo a relação entre glóbulos vermelhos e volume total de sangue coletado.
O equipamento tem custo de fabricação em torno de 30 dólares (quase 60 reais) e está sendo integrado a uma mochila preparada para médicos atuarem em locais isolados ou carentes de recursos. Como requisitado, funciona independentemente de eletricidade, pois o próprio usuário gira o “rotor”, de modo que pequenos capilares contendo 15 microlitros de sangue de cada paciente tenham suas frações separadas.
Os alunos que desenvolveram o equipamento numa aula voltada a saúde global vão levá-lo a campo para seus primeiros testes in loco no Equador, Malaui e Suazilândia, onde espera-se que sejam úteis para ajudar a anemia que em países subdesenvolvidos está comumente associada a quadros de má-nutrição, tuberculose, AIDS e malária.
Outro ponto interessante: esse modelo concebido pelos alunos da Universidade Rice teve desempenho satisfatório quando comparado à centrífuga de campo ZIPocrit utilizada em alguns lugares. Apesar de o modelo citado conseguir 10000 rpm contra os 950 rpm da Sally, a mesma tem como vantagens não precisar de nenhuma fonte de energia (enquanto a “concorrente” atual utiliza baterias) e permite processar até 30 capilares de uma única vez, contra apenas 4 do modelo comercializado atualmente.
( #sarcasmo_ligado ) Parece que as indústrias que produzem equipamentos laboratoriais não são tão maléficas ou poderosas quanto as indústrias farmacêuticas que planejam dominar a humanidade escondendo curas e impedindo tratamentos baratos para doenças comuns como o câncer e a AIDS. ( #sarcasmo_desligado )
Quer saber mais sobre o projeto da Centrífuga Sally (tem até um video mostrando o funcionamento) e outros programas de saúde global da Universidade Rice? Acesse o site!
Vi no Futurity.
ps: sim, estou vivo e ainda faço parte do RNAm, parem com os boatos sobre morte e clínica de reabilitação.
Dez mil RPMs contra novecentos e cinquenta? Eu li certo?
o.O
E não fui eu que iniciei o boato de que você estava em recuperação da cirurgia de mudança de sexo.
Você leu certo Igor, na Sally conseguiram 950 rpm enquanto a centrífuga portátil que funciona a baterias chega a 10 mil. Mas isso não impede de a Sally dar resultados tão satisfatórios quanto, e por um preço bem menor e sem a preocupação de as baterias acabarem no meio de uma vila sem qualquer tipo de recurso.
E chega de boatos =)
É, eu li errado. Achei que o manual fosse o mais rápido...
Deve ter sido a excitação de ver você de volta aqui. =¦¤þ