Formas de Conhecimento
Existem diferentes formas de produzir conhecimento e de tentar entender as coisas. Três destas formas são a intuição, a autoridade e a ciência. Conforme Cozby (2003), “Um problema com a intuição é que numerosos vieses cognitivos e motivacionais afetam nossa percepção, levando-nos a extrair conclusões errôneas sobre causa e efeito”.
Um exemplo de como a intuição pode nos enganar é que, se olharmos ao redor, podemos pensar que a terra está parada, que é plana e que é rodeada pelo sol todos os dias – intuitivamente essas coisas fazem mais sentido, visto que não sentimentos que a terra está se movimentando nem que ela é geóide.
Quanto à autoridade, o problema é que uma autoridade pode estar errada, pois seus conhecimentos podem ter se baseado em sua própia intuição (retomando o problema da intuição) ou em histórias de outras autoridades, passadas de gerações em gerações, que podem ter chegado às suas conclusões intuitivamente também.
Dentre muitas formas de nomeá-los, podemos falar em três métodos não científicos de estabelecimento de crenças, conforme Peirce (1877), citado em Kantowitz, Roedinger e Elmes (2006): o método da autoridade, da tenacidade e a priori.
A forma mais simples de estabelecer uma crença seria acreditando em alguém, em uma autoridade com propriedades para saber o que é verdadeiro ou falso. Exemplo desse método é a forma como a religião estabelece suas crenças. O método da tenacidade é aquele obtido pelo indivíduo recusando firmemente a alterar seu conhecimento adquirido, mesmo exposto a provas contrárias. O a priori é o método em que se acredita sem análise, contanto que pareça razoável, e é uma extensão do método de autoridade.
Todos esses métodos apresentam vantagens, como economia de tempo e energia que seriam gastos caso alguém tentasse investigar a fundo alguma coisa, e desvantagens, como a falta de confiabilidade dos conhecimentos.
Outra grande vantagem do método científico é oferecer procedimentos que ordenam a superioridade de uma crença em relação a outra. Comparando diferentes observações empíricas e as evidências que corroboram cada hipótese em questão, os cientistas podem concluir quais são as idéias mais robustas e quais se demonstraram menos úteis para entender um determinado fenômeno.
A ciência tem um caráter auto-corretivo, onde diferentes cientistas ao redor do mundo testam as suas idéias e as dos outros cientistas de forma independente, de tal forma que os própios cientistas verificam os resultados de outros cientistas, corroborando ou falsificando os resultados que algum colega obteve.
Esta característica, junta com o empirismo, diferencia o método científico das outras formas de gerar conhecimento citadas, pois estas tem como característica fundamental ignorar dados (método da tenacidade) e a resistência a mudança (método de autoridade e a priori). O conhecimento científico é passageiro e inacabado – a cada passo que damos adiante, estamos um passo a mais distantes da ignorância anterior, o que é um estado de ignorância melhor e que nos coloca em exposição a um novo conjunto de perguntas, nos forçando a buscar um novo conjunto de respostas e de formas de respondê-las.
Referências:
Cozby, P. C. (2003). Métodos de pesquisa em ciências do comportamento. São Paulo: Atlas.
Kantowitz, B. H., Elmes, D. G. e Roediger, H. L. (2006). Psicologia Experimental: Psicologia para compreender a pesquisa em psicologia (1 ed.). São Paulo: Thomson.
Discussão - 4 comentários
Super bom eu sou a primeira a fazer um comentario *-*
Esse site é muito mui bom
@Ariane
Obrigado pelo comentário Ariane! Fico feliz que tenha gostado do blog!
um abraço,
André
Provavelmente ja leu a carta de richard dawskins para filha Juliet neh?
Muito Legal , Adorei esse site .