Sacks: O que alucinações revelam sobre a mente

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O olhar da mente

Alucinações são fenômenos psicológicos intrigantes que têm ocupado a atenção e os esforços de psiquiatras e psicólogos por muitos anos. Elas fazem parte do cotidiano de muitas pessoas, sendo que muitas delas temem reconhecer publicamente suas experiências com medo de serem taxadas de “loucas”. Mas será que este tipo peculiar de fenômeno pode nos ajudar a entender como a mente funciona? Para Oliver Sacks, um médico popularmente conhecido pelo seu trabalho de divulgação científica, as alucinações podem revelar informações importantes sobre o funcionamento cognitivo.

Na palestra do TED acima, Sacks descreve alguns casos impressionantes de pacientes com alucinações visuais, relatados também em seu último livro, publicado em português há pouco tempo atrás, O olhar da mente. Sacks enfatiza que alucinações visuais são um fenômeno comum e descreve que em alguns quadros onde ocorre a perda de visão gradativa, pode haver uma hiperativação de áreas do cérebro relacionadas ao processamento visual que, por fim, pode resultar em alucinações.

Após fazer uma descrição de vários avanços que foram feitos na compreensão de como o cérebro processa informações visuais e de como estruturas neurais altamente específicas estão envolvidas no processamento de determinados aspectos visuais, Sacks reafirma a importância em reconhecer que ninguém sofre necessariamente de um transtorno grave por viver este tipo de experiência e o quanto o nosso conhecimento sobre estes fenômenos tem permitido insights importantes sobre “como o teatro da mente pode ser gerado pela máquinaria do cérebro.” Na palestra exibida no site do TED, é possível optar pela legenda em português. Ao final da palestra, Sacks confessa que também vivencia regularmente alucinações visuais, provavelmente resultantes das suas deficiências visuais.

Discussão - 1 comentário

  1. Obrigado pelo aviso do post, parabéns, fico feliz por participar do seu site, e acabo de assistir ao neurocientista citado acima, assim, acho que cabe aqui meu depoimento: por vezes lido com imagens, dizem até que sou um poeta imaginista, ocorre, é que posso modificá-las em cores e forma na minha tela mental, mudar estilos, num lapso de segundo e ainda colocar sonoplastia e movimento. Sei que isso é comum para a maioria das pessoas, no entanto tenho algo original e pouco comentado, posso gravar a voz de uma atriz ou de um ator famoso, apenas assistindo sua entrevista e depois imagina-lo interpretando um texto de minha autoria, posso reler o meu texto de teatro pela voz de Fernanda Montenegro interpretando-o com esmo, isso mesmo, e só usando minha tela mental, acontece que num texto teatral existem intenções e sub-textos que só uma voz gravada, imaginada, não basta. Então não se trata apenas de memória fotográfica, ou um simples gravador de voz. Fica aqui a questão, e desculpe pelo comentário tão extenso, um abraço, seu amigo Júlio Seidenthal.

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