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Para os que já gastaram uma boa fatia do próprio tempo na internet, o título deste artigo tem um sentido além de dois-pontos-fecha-parêntese. Com a cabeça ligeiramente inclinada para a esquerda, esse dois sinais gráficos viram uma carinha sorridente com dois olhinhos amigáveis.
Da mesma forma, ; ) se torna uma carinha sorridente piscando um olho, : / é uma carinha contrariada (notem a boca torta), : * é uma carinha mandando um beijo (notem a boca em formato de biquinho) e : ( é uma carinha triste.
Desenvolvendo em cima do mesmo tema, podemos criar mais das tais carinhas, por exemplo:
1 – Mais bocas;
: ]
: D
: |
2 – Utilização de narizes;
: ¬)
: -]
: -D
3 – Cabelos;
@: -)
$: -)
Q: -D
4 – Efeitos especiais;
:~( lágrima
:D~ sorrindo e babando
]: -) chifres
=) olhos esticados
5 – E, com a ajuda de caracteres especiais, minha categoria favorita, carinhas sob medida;
§:•P cabelo arrumado e língua de fora
¶:•€ boné e bigode
§÷¬ß dentuço narigudo zarolho
#¦x] japonês feliz
§:•Ð palhaço
Finalmente, a minha carinha padrão;
=¦¤þ
(se vocês virem uma dessas, eu estive por perto)
Mas por que é tão fácil reconhecer essa ruma de riscos como rostos?
Lembram de prosopagnosia, a falta de habilidade em reconhecer rostos?
Pois bem, o resto de nós desenvolveu um mecanismo diametralmente oposto, onde vemos faces em quase tudo.
Na verdade, não só faces, mas qualquer coisa familiar (imagens e sons principalmente). A fiação do nosso cérebro evoluiu para achar padrões onde eles não existem, Ordem dentro do Caos.
Esse é o mesmo dispositivo que nos faz ver cachorros, gatos, velhos conversando, carros correndo e outros formatos conhecidos em nuvens, por exemplo.
O termo que descreve o fenômeno é Pareidolia (eu pronuncio “párei-dólia”, mas posso estar errado), um tipo de apofenia e é, oficialmente definido como “um tipo de ilusão, ou erro de percepção, envolvendo um estímulo vago ou obscuro sendo percebido como algo claro e distinto”.
O mesmo efeito pode explicar as aparições e avistamentos de fantasmas.
Basta uma sombra aparecer numa parede que nosso cérebro imediatamente vai tentar fazer sentido daquilo. É assim que o bichinho funciona, não se zangue com ele.
E, por causa da supersensibilidade da nossa visão periférica, é bem mais fácil “enxergar” essa aparições de rabo-de-olho que olhando diretamente. Não vemos formatos muito bem desse jeito, mas o cérebro dá um jeito bem ligeirinho nesse problema. Principalmente a noite, quando ele está cansado e mais suscetível a erros (estou escrevendo isso de noite, portanto mereço um desconto nos eventuais erros factuais que venha a cometer).
Sabe aquelas conversas de músicas da Xuxa e de Roberto Carlos contendo mensagens satânicas quando invertidas? Pareidolia! Nada mais que o cérebro tentando desesperadamente criar sentido a partir da loucura aleatória que está recebendo. Aí entra também um viés cognitivo (ou tendência de perceber uma coisa para um lado, como achar que a nossa faixa de trânsito é sempre mais lenta por só notarmos quando isso ocorre e ignorarmos as vezes onde estamos na que se move mais rápido), que desconsidera todas as passagens que se referem a filhotinhos de cachorros correndo livre pelos campos e se atém às menções ao diabo, mas isso diz mais de quem escuta e interpreta as passagens tocadas ao contrário do que de quem as tocou e gravou no sentido normal.
Isto aqui é uma foto tirada da janela do meu apartamento, enquanto eu testava o tempo de exposição da minha câmera:
ROG
Depois que publiquei a foto, um amigo meu notou que a formação de nuvens (ou o espaço deixado pela falta delas, na verdade) do lado esquerdo da foto parece com isso aqui.
Isso é Pareidolia para vocês!

Discussão - 4 comentários

  1. ana zeminian disse:

    sim... tem um dragão entre as nuvens...

  2. Wário disse:

    Eu pensei que fosse um cavalo marinho.

  3. Matheus disse:

    Pensei no Nessie, O Monstro do Lago Ness.

  4. Cícero Lourenço disse:

    Godzilla?

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