Depois do ovo em pé…
Eu sou descendente de africanos, como prova essa minha caricatura simpsoniana:
E no dia que surgiu a idéia de uma blogagem coletiva sobre a África eu fiquei excitadíssimo e cheio de idéias.
No dia em que chegou o email dizendo que “semana que vem”, todas as minhas idéias desapareceram mais rápido que coragem de poodle quando o alvo de seus latidos se move.
Eu até quis culpar o infame “bloqueio de escritor” mas não consigo imaginar um autor de livros jogando vôlei.
Então, eis que estava um dia sem ter muito o que fazer e resolvi ler a internet toda e tive a idéia de falar do ovo (o título deste artigo se refere à estória do Ovo de Colombo (quem não a conhece, clique aqui e leia), onde resolve-se um problema aparentemente difícil de uma maneira completamente simples que deixa a todos com a sensação de “por que não pensei nisso antes”).
Dois produtos simples, desenvolvidos para melhorar a qualidade de vida daqueles sem condições de desenvolver produtos eles mesmos.
Enquanto lia e escrevia, notei que poderia incluir no carnaval e passei a redigir com esse propósito (apesar de eventos fora do meu controle tenham me impedido de participar em tempo).
O primeiro deles é um canudo que possibilita o portador a beber água com segurança, mesmo que esta esteja salobra, barrenta, contaminada ou imprópria para o consumo de um jeito ou de outro.
O LifeStraw (link em inglês) é eficaz contra bactérias e vírus e, por conter carvão ativado, também útil em barrar partículas sólidas.
Água limpa e segura para todos.
Ponto para nós!
Mas de onde vem a água?
Em algumas partes, os poços estão a vários quilômetros das vilas e aldeias e as crianças são geralmente escaladas para a tarefa de andar muitas léguas carregando baldes cheio de água que aumentam de peso a cada passo.
Porém isso pode chegar ao fim, graças ao Hippo Water Roller, talvez a mais simples das invenções úteis neste mundo (prevejo que daqui há algumas décadas será enquadrada no rol das máquinas simples, entre a alavanca e o plano inclinado).
Basta encher o tanque de 90 litros e sair rolando-o por aí.
Não é mais necessário a força de um semideus ou a disposição de um maratonista para se trazer água suficiente para toda a família.
Água que pode ser bebida sem medo com o canudinho da vida.
Dois pontos.
Devo mencionar também que li sobre um gerador eólico portátil, mas não achei tão prático assim.
Algo sobre a dependência de se morar num lugar com vento e a baixa produção não me animaram muito.
É uma idéia boa, sem dúvida, mas ainda precisa melhorar para chegar ao nível dessas duas aí em cima.
Esta foi a minha pobre tentativa, corrida porém atrasada, de participar da blogagem coletiva sobre a África, promovida pelo nosso condomínio.
Eu vou tirar uns dias de férias da minha vida e devo reaparecer com a mente revigorada e com a alma bronzeada em breve.
Mas não me esperem com a respiração presa. Minha viagem de volta pode atrasar se eu perder a escala saindo de Sanidade para o Mundo Real.
Até logo.
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Discussão - 3 comentários
Rapaz, não sei se essa roladeira está sendo utilizada agora na África, mas como filho do interior do Rio Grande do Norte, eu já sabia da utilização desses dispositivos desde o tempo que Vovó era menina. Sempre se usou isso por aqui.
its a very good wepage I congralute you
Outras invenções interessantes para uso em países em desenvolvimento:
Geladeira sem partes móveis e que funciona sem eletricidade:
http://www.scienceinafrica.co.za/2004/september/refrigeration.htm
Armadilha para moscas que causam doenças, feita com garrafas PET:
http://news.bbc.co.uk/2/hi/health/841786.stm
Abraço,