Trolololo, o enigma
Felipe acertou em cheio na mosca.
Acho que minha “obsessão” com o número 42 está deixando os enigmas tão fáceis que poucas pessoas estão se dando ao trabalho de comentar.
Que tal então um enigma não-numérico?
Deve ser interessante. Vamos lá:
(Eu escrevi uma estória tão comprida envolvendo super-heróis e supervilões como introdução para o enigma que acho que vou publicá-la separadamente, senão vocês cansariam de ler e não teriam mais forças para pensar na solução. Vou tentar uma introdução mais simples.)
Devido a circunstâncias que pareciam lógicas na hora mas nem tanto depois que a ressaca passou, um sujeito resolveu trancafiar oito pessoas em oito celas separadas e sem comunicação inter-, extra- ou intracelas.
Bastante arrependido mas sem querer parecer um idiota por ter feito isso sem motivo aparente, o captor reúne os oito capturados em uma sala comum (absolutamente vazia a não ser por duas caixas de sapato, uma azul e outra amarela) e lhes diz, por meio de um interfone (por medo de não conseguir impedir o octeto de surrá-lo ali mesmo), que os libertará (transportado-os desacordados depois de devidamente drogados até uma área remota e sem ligação com o cativeiro) caso eles achem a resposta correta para o problema que segue os seguintes critérios:
1 – O pseudossequestrador vai deixar cada pessoa entrar sozinha na sala comum e, enquanto lá dentro, ela deve necessariamente tampar ou destampar uma, e apenas uma, das caixas;
2 – Nenhum dos raptados poderá retirar ou adicionar objetos à sala comum. Também não será permitido escrever (a la Marquês de Sade, pois não há lápis por perto) nem deixar “pistas olfativas” (não sei como ele vai controlar esse aspecto, mas ele deve ter um ventilador por perto). Apenas seguir as orientações da condição 1;
3 – Ele vai liberar o acesso a uma pessoa por vez que, depois das condições 1 e 2 satisfeitas, deve voltar à sua cela específica que será trancada, bloqueando qualquer possibilidade de comunicação com os outros “participantes”;
4 – Não há regularidade no tempo de entrada nem ordem na escolha do participante (ou seja, o prisioneiro 8 poderá ser chamado à sala comum vinte vezes seguidas em quatro minutos ou ser chamado apenas uma vez, depois de cinco horas), mas em um instante indeterminado, todos terão participado do “joguinho”, de acordo com as condições 1, 2 e 3, pelo menos uma vez.
Em algum momento após a observação do critério 4, um deles deve anunciar que todos os oito já estiveram na sala comum (sem contar a reunião, seus espertinhos).
Caso acerte, serão todos libertados. Caso erre, o próximo enigma envolverá apenas as sete pessoas restantes…
Os aprisionados, enquanto ainda reunidos, têm dez minutos para bolar um plano antes de serem mandados de volta às suas celas para que o “jogo” comece.
Qual estratégia eles devem adotar?
Discussão - 12 comentários
Depende do limite físico das ações que eles podem fazer lá dentro.
Se eles criarem 7 configurações com: Caixa tampada, caixa destampada e posição da tampa em relação a caixa quando ela não estiver tampando uma caixa, eles conseguem se salvar.
Cada vez que alguém que não entrou antes na sala entrar, essa pessoa deve identificar em qual configuração a sala está e deve configurá-la de acordo com a próxima configuração da sequência.
Quando uma pessoa que não entrou antes na sala encontrá-la na configuração número 7 essa pessoa poderá dizer que todos já entraram na sala.
Envolvendo apenas caixa tampada e destampada eu cheguei a 5 configs. de 7 necessárias.
Az - Caixa Azul
Am - Caixa amarela
Tz - Tampa da Caixa Azul
Tm - Tampa da Caixa Amarela
0Az-Tz
Am-Tm
1
Az
Am-Tm
2
Az
Am
3
Az-Tm
Am
4
Az-Tm
Am-Tz
5
Az
Am-Tz
6
?
?
7
?
?
8
Acabou!
Também pensei nesta solução......Como o ato de tampar não especifica a posição da tampa (colocada inversa, de lado ou normal), dá pra criar mais configurações.
Se só se pode tampar de um jeito, 2 morrem. Se não, pode-se salvar até mais de 8 (enigma: com estas várias posições da tampa, até qts pessoas podem ser salvas?)
@Leonardo, gostei da ideia, mas lembre-se que a mesma pessoa pode entrar na sala várias vezes seguidas e deve mexer em pelo menos uma tampa. Não pode sair enquanto não mexer.
@André, ninguém vai arriscar o próprio pescoço chutando no momento errado. Quem disser, vai querer ter certeza do que está fazendo.
Verdade.
Assim sendo, quando ele entrasse pela segunda vez ele voltaria para a configuração anterior. (Na terceira vez iria para a posterior, na quarta anterior, etc...)
E eles todos teriam que esperar algum momento em que conseguissem alcançar a 8ª configuração.
Assim acho que funciona, né?
Não só funciona como o objetivo é exatamente esse; reconhecer uma configuração que indique sem sombra de dúvida que todos já passaram por lá.
Mas como chegar até ela?
Bem, pode-se dar uma configuração para cada participante DESTAMPAR uma caixa.
Algo como (cor, posicionamento referente à caixa, posição da tampa):
A - Amarela, à esquerda, p/cima
B - Amarela, à esquerda, p/baixo
C - Amarela, à direita, p/cima
D - Amarela, à direita, p/baixo
E - Azul, à esquerda, p/cima
F - Azul, à esquerda, p/baixo
G - Azul, à direita, p/cima
H - Azul, à direita, p/baixo
Quando um participante, digamos Y, entra, ele deve olhar a configuração das caixas abertas. Nesse caso tem-se as possibilidades:
* Nenhuma caixa aberta: ele não retém nenhuma informação da visita que ele fez, mas abre a sua caixa e o próximo saberá que Y já passou por lá;
* Somente caixa de sua cor está aberta: ele reterá a informação de que o participante X por lá e tampará a caixa, o próximo não reterá nenhuma informação;
* Somente a caixa da cor oposta está aberta: ele saberá que o participante Z esteve no local, abrirá a sua caixa deixando para que o próximo participante saiba que Z e ele já estiveram por lá;
* As duas caixas estão abertas: ele saberá de dois participantes que já lá estiveram, tampará a sua caixa e o próximo saberá de um participante que já lá esteve.
Conforme se vai entrando no recinto, cada participante tentará completar sua lista, ou seja, ter visto todas as configurações possíveis de posição de tampas abertas. Pode ser que demore MUITO até um conseguir visualizar todas as configurações, mas se a entrada de prisioneiros for "aleatória", em algum momento futuro isso ocorrerá.
Postei uma mensagem ontem, mas acho que ficou bloqueada...
@Kaqui, é quase isso!
Seu método pode funcionar desde que não se formem padrões cíclicos, por exemplo, X vem sempre depois de Y que vem sempre depois de Z que vem sempre depois de W.
Os passos intermediários apagam os rastros dos anteriores e acaba que não há uma pessoa que tenha visto todas as configurações.
Você está certo quando diz que acontecerá em um ponto futuro, mas lembre-se que a impressão de aleatoriedade está sendo criada artificialmente pelo sequestrador.
Uma dica: as pistas devem ser mais duradouras.
@Vinicius, procurei sua mensagem perdida por todos os cantos e não encontrei, acho que, infelizmente, se perdeu.
Você poderia tentar novamente?
Eu tinha sugerido uma solução. A caixa azul fica encostada em uma das paredes. Cada vez que uma pessoa entra na sala, ela tampa ou destampa a caixa amarela, e afasta a caixa azul da parede, por n medidas, onde n é o número da sua cela ou um número de 1 a 8 previamente combinado. As medidas podem sem passos padronizados, dedos, caixas amarelas, etc, dependendo do tamanho da sala. A caixa azul só é movida da primeira vez que cada pessoa entra na sala. Quando ela estiver afastada da parede por 36 medidas, quer dizer que todos já passaram pela sala.
DIM DIM DIM DIM DIM
Temos um vencedor!
A solução é exatamente nesse molde: mexer numa tampa só para preencher os requisitos enquanto usam a outra como mensagem.
Muito bem, belo exemplo de pensamento lateral!
Acho q a ideia do vinícius desrespeita o critério 2, que diz que os participantes nao poderam fazer nada alem de cumprir o critério 1: "...Apenas seguir as orientações da condição 1;"
[...] balança precariamente suspensa por um fio, e dez caixas de sapatos (nenhuma delas, no entanto, é azul ou amarela) contendo itens variados. E você, além de usar óculos, tem uma caneta no bolso. Apesar de estar [...]