Ilusões
Ilusões são enganos dos sentidos, ora percebendo coisas que não existem, outra não notando coisas reais. Todos somos suscetíveis a erros de percepção – alguns mais que outros.
Abaixo, uma lista das ilusões mais conhecidas (e outras nem tanto).
Quando você enxerga o que não está lá: ilusão de ótica.
Quando você não enxerga o que está realmente lá: ilusão idiótica.
Quando você só enxerga os símbolos que representam o que deveria estar: ilusão semiótica.
Quando você enxerga o que não está lá apenas com visão monocular: ilusão semi-ótica.
Quando você enxerga um macaco que não está lá: ilusão simiótica.
Quando você percebe uma coexistência entre o que está e o que não está: ilusão simbiótica.
Quando você só enxerga a vermelhidão da raiva a lhe incitar: ilusão psicótica.
Quando você ouve uma seqüência de notas que não estão a tocar: ilusão dó ré mi sol si fá.
Quando você enxerga uma reta que se aproxima infinitamente de uma curva sem jamais a tocar: ilusão assintótica.
Quando você enxerga desordem onde ela não está: ilusão caótica.
Quando você vê o branco dos olhos de quem não está a lhe mirar: ilusão esclerótica.
Quando você aspira o excesso de gás carbônico que está no ar: ilusão cianótica.
Quando você está num dos extremos políticos e acha que suas idéias vão fazer o país melhorar: ilusão patriótica.
Quando você se vê como um autômato obrigado a trabalhar: ilusão robótica.
Quando você calcula uma deformação contínua mesmo não tendo como provar: ilusão topológica.
Quando você encontra uma igreja anglicana do século 19 onde ela não pode funcionar: ilusão neogótica.
Quando você se vê em outro país apesar de lá não estar: ilusão exótica.
Quando você ouve uma lira tocando uma balada numa escala medieval que aquela não pode alcançar: ilusão em dórica.
Quando você acha que vive bem mesmo quando está a ponto de quebrar: ilusão eubiótica
Quando você lê palavras completas onde abreviações estão a dominar: ilusão estenógrafa.
Quando você acha que assistiu a um filme de Zé do Caixão que jamais iria ao ar: ilusão do Mojica.
Quando você percebe atos inocentes como libidinosos a ponto de se excitar: ilusão erótica.
Quando você ouve a voz de um físico teórico que não pode mais andar: ilusão lateral amiotrófica.
Quando você enxerga uma ameaça à liberdade do país enquanto livremente vocifera sua opinião sem ninguém lhe encarcerar: ilusão despótica.
Quando algo lhe induz ao sono mesmo não tendo mecanismos para funcionar: ilusão narcótica.
Quando você acha que está na Itália mas na verdade está na França, no meio do mar: ilusão de Córsega.
Quando você ouve zunir um carro feio que mal consegue acelerar: ilusão de Ford Ka
Quando você bebe suco de laranja puro e acha que está a se embriagar: ilusão de vodca.
Quando você cheira no forno um bacalhau com batatas, ovo, cebolas e azeitonas que não está a cozinhar: ilusão a Gomes de Sá.
Quando você enxerga várias críticas em um texto que não há: ilusão ecdótica.
Quando você glorifica uma janela suja ou uma torrada queimada por enxergar uma imagem que precisa de altar: ilusão apoteótica.
Quando você lê um tratado ultrapassado e acha que sabe diagnosticar: ilusão neurótica.
Quando você é um homeopata dizendo que vacinas se baseiam nos princípios da diluição infinita, chacoalhada para ativar: ilusão antibiótica.
Quando você é um auto-hemoterapeuta dizendo que se curou de uma doença sem conseguir provar: ilusão anedótica.
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