Alguém me explica que Merd, ops, Nerdologia foi esse?

Como venho me dedicando aos livros em detrimento aos podcasts, venho marcando a passagem das semanas pelas quintas-feiras. Mais especificamente pelo excelente Nerdologia, escrito e apresentado por Atila Iamarino (sim, aquele do Rainha Vermelha).

O videocast é patrocinado, via de regra, pela Nerdstore (autoexplicativo) e, vez por outra, por alguma outra empresa fora do conglomerado Jovem Nerd (do qual o Nerdologia faz parte), mas nunca deixando de ser algo relacionado ao mundo neo-nerd, como videogames, computadores, esportes de ação (hein?). Exceto este último.

O episódio mais recente me pegou de surpresa. E me pegou num lugar inesperado. E privado.

Logo no comecinho, na primeira aparição do patrocinador, surge a imagem abaixo:

Desconhecida por mim mas totalmente cromulente e inocente.

Desconhecida por mim mas totalmente cromulente e inocente.

Como a imagem aparece por menos de dois segundos na tela, li “hearing guardian” e achei que fosse algum tipo de protetor auricular. Sabe? Daquele que guard sua hearing? Pois. Não é.

No final, meio distraído (porque quando estou prestando atenção eu fecho o vídeo antes da propaganda começar), escuto uma voz diferente exclamando(sic): “Agora que você já sabe para que servem as suas células ciliadas, você pode exercitar as suas com o Hearing Guardian V1 da Biosom.”

Depois de recolher meu diploma do chão e recolocá-lo na parede, voltei para ouvir o resto. A propaganda alega que o produto Hearing Guardian V1 da empresa Biosom (sic) “é um software que ativa e movimenta as suas células ciliadas uma a uma, como se fosse um afinador de piano, deixando elas mais resistentes ao longo de sua vida”.

Eu até poderia discorrer sobre as propriedades fisiológicas dos estereocílios (o nome próprio das células que o software promete re-energizar reativar ressuscitar rejuvenescer exercitar) e fazer comparações do tipo “alegar que um programa pode exercitar as células do seu ouvido com estímulos sonoros é como tentar vender um massageador de períneo que promete deixar seus espermatozóides mais bronzeados, já que ambos prometem dar novas propriedades às celulas” ou ainda que dizer que isso vai deixar os estereocílios “mais resistentes ao longo da sua vida” é semelhante a propor que a pedra só é dura porque precisou aguentar, por anos a fio, as pancadas da água (que é mole pelo mesmo motivo, só que ao contrário).

Todavia, como sou formado apenas em engenharia de áudio, vou me ater aqui ao que vem escrito na fonte.

E sabe o que mais movimenta suas células ciliadas uma a uma? Barulho. Qualquer barulho. E isso para não falar nada sobre o fato de que elas não ficam isoladas, mas sim em feixes de várias ao mesmo tempo.

Um a um? Acho que Senhor Miyagi discordaria...

Um a um? Acho que Senhor Miyagi discordaria…

O locutor da propaganda diz, em seguida, que o software foi desenvolvido na Coréia do Sul e teve sua eficácia comprovada pelo Instituto Earlogic de Pesquisa da Coréia. Bom, a partir dessa informação impressionante de comprovação de eficácia, já posso passar para o site da empresa Biosom. Lá, me deparo com a temida seção “depoimentos” que todo pseudocientista adora, já que experiência pessoal é sempre mais importante que qualquer estudo bem feito com milhares de pessoas (agora, adivinha o que nunca tem nessas páginas? Um formulário de “escreva aqui o seu depoimento” ou algo semelhante). São oitenta depoimentos dos quais cinquenta e um (63,75%) agradecem à marca por uma melhora significativa do zumbido ou tinnitus. Mas isso só fica importante mais para a frente.

Em seguida, encontro a subseção “estudo“, onde se lê:

Vários estudos têm relatado que o condicionamento de som (ou seja, exposição prévia a sons de baixo nível) poderia proteger contra danos na capacidade auditiva causados por ruído traumático em um número de espécies de mamíferos, incluindo humanos.

Palavra-chave ali é “proteger”, correto? Como em português essa frase só existe nessa página e noutras apontando para ela (e não sei do que se trata coreano), catei em inglês até achar isto aqui:

“In addition to delaying progressive hearing loss, acoustic stimuli could also protect hearing ability against damage by traumatic noise. In particular, a method called forward sound conditioning (i.e., prior exposure to moderate levels of sound) has been shown to reduce noise-induced hearing impairment in a number of mammalian species, including humans.”

Isso eu achei no ClinicalTrials.gov, uma base de dados de estudos clínicos em humanos do Instituto Nacional de Saúde americano. Esse estudo deveria comparar a diferença de percepção entre tons puros, antes e depois da estimulação sonora. Pena que, mesmo tendo sido completado dois anos atrás, ele nunca apresentou os resultados.

Um dos links na seção “Outros estudos sobre a tecnologia” é este, igualmente sem resultados publicados.

Ambos, prepare-se para a surpresa, patrocinados pela Earlogic Korea, Inc., tendo como investigadores principais Eunyee Kwak, Ph.D. e Earlogic Auditory Research Institute, empresa que o locutor diz ter comprovado a eficácia do software. Volto já para a Earlogic, calma.

Procurando mais especificamente pelo resultado do ^estudo^ (aspas irônicas) na página da Biosom vejo que na Internet inteira (ou na parte alcançada pelo Google, pelo menos), não há uma só menção (fora, claro, o site da marca) que relacionasse “13,51 dB” com “P= 0.00049” a um estudo sobre audição. Ou sequer a qualquer outra coisa senão o próprio texto.

Me interessando bastante o “vários” em “vários estudos têm relatado que o condicionamento de som poderia proteger contra danos na capacidade auditiva causados por ruído traumático”, fui atrás. Achei um bem interessante, este sim publicado (no Journal of Neurophysiology da American Physiological Society).

O teste mostrou que o condicionamento sonoro (em ratos, seis horas diárias) realmente melhora a resposta coclear. Exceto na faixa testada acima de 12kHz. Que é o que acontece com a idade, quando os agudos começam a morrer. Como se ela tivesse sido exposta a sons, como quem passou anos ouvindo (como os ratos que passaram seis horas diárias e consecutivas durante dez dias ouvindo o equivalente ao som de um liquidificador de 600W triturando cem gramas de gelo a uma distância de noventa e cinco centímetros, mais ou menos [1]).

O estudo acima diz que é possível melhorar (simplificando, porque a explicação toda envolve termos como “permanent threshold shift” e “high pass filter” que eu aprendi quando fui alfabetizado em inglês e estou com séria indisposição agora) a eficiência coclear. Sabe o que o estudo não diz? Aliás, sequer cita? Que essa macumba sonora cura tinnitus ou zumbido ou perda de audição. Que é no que os depoimentos do site se concentram.

Se eles dizem ter sido curados de seus zumbidos e a propaganda diz que a eficácia foi comprovada pela Earlogic, vamos agora para a Coréia do Sul (a boazinha da duas) conhecer de perto a empresa.

Procurando primeiro por Eunyee Kwak, Ph.D., vejo que ela é a diretora de pesquisa da Earlogic Corporation.

Investigadora principal da Earlogic Corporation.

Investigadora principal da Earlogic Corporation.

Na página da Biosom ela é constantemente associada a outro Kwak, Sangyeop. Este, descobri, é o fundador e presidente/CEO da Earlogic Corporation (link em PDF). Segundo seu currículo, Sangyeop não publica desde 2010.

Fuçando na publicações curriculares, tem o promissor “Hearing Improvement with Customized Sound Stimulation“, supostamente publicado na American Academy of Audiology. O problema é que a academia nunca ouviu falar desse trabalho.

Aliás, somente a Eartronic e sua irmã Earlogic (digo irmã porque o currículo Kwak está no fileadmin da primeira, mostrando que ele é dono da segunda) parecem saber dessa publicação.

Do também excitante Ameliorative Effect of Customized Sound Stimulation on Sensorinerual Hearing Loss, só achei o abstract na Association for Research in Otolaryngology. As demais supostas publicações do currículo são mais específicas da prática de otologia do que da de magia negr, ops, “condicionamento sonoro antecipado”.

Aprofundando-me mais ainda naquele(a) obscuro(a) fosso(a) de desinformação que é o site da Biosom, encontro a seção “curiosidades“, onde acho o trecho a seguir:

“O software foi baseado no nosso equipamento que se chama REVE 134 (…)”

O que é esse REVE 134? O produto vendido pela Earlogic, criado por Kwak.

Aliás, as passagens “Um aparelho auditivo auxilia os deficientes auditivos amplificando os sons externos. Ele não tem a função de uma terapia fundamental para perda auditiva” da Biosom e “According to the current hearing loss management, hearing aids is used to help hearing-impaired people hear better by amplifying external sounds.It is not a fundamental therapy for hearing loss and does not cure the damaged auditory hair cell.” da Earlogic são bem, digamos assim, traduzidas.

Na parte de “Perguntas frequentes -> Dúvidas sobre os efeitos do Hearing Guardian V1 -> Há provas da eficácia do software?”, podemos ler e confirmar o que o locutor da propaganda diz, que:

“(…) estudos do Instituto Earlogic de Pesquisas da Coréia do Sul e do Grupo de Pesquisa Tecnológica Adaptive Neuromodulation GmbH (ANM) da Alemanha comprovaram que a utilização da tecnologia adequadamente pode recuperar em até 10dB a audição perdida no prazo de duas semanas, podendo assim diminuir sintomas decorrentes da perda auditiva, como zumbido e dores de cabeça.”

O produto Hearing Guardian V1, que também responde por REVE 134, foi desenvolvido pela Earlogic, aquela lá do Doutor Quack – ops, Kwak (hoje estou especialmente disléxico, que diabos!), mesma empresa (ou “Instituto”, como eles anunciam) que ^provou a eficácia^ do próprio produto em ^vários estudos^ nunca publicados.

O método descrito no ^estudo^ do site da Biosom usa um certo tom “a um nível mínimo audível” (o que nós, detentores de um diploma basicamente inútil, chamamos de “limiar de audição”). Bem diferente do som de liquidificador do estudo realmente publicado! O ^estudo^ com 17 voluntários (!) publicado no site é uma tradução do “The Effect of Sound Stimulation on Pure-tone Hearing Threshold” que o ClinicalTrials.gov diz não ter sido completado (última atualização em 7 de setembro de 2011) enquanto a Eartronic (irmã da Earlogic) publica uma versão atualizada dia 7 de janeiro de 2011 (PDF). Huuum…

E todos, todos os estudos, reais ou não, sempre dizem que o treinamento sonoro melhora a percepção de alguns tons ou ajuda a proteger contra lesões traumáticas. Nenhum deles cita zumbido/tinnitus ou restauração de audição perdida. Essas alegações só aparecem nas propagandas, subrepticiamente sempre conectada a “vários estudos” ou “teve sua eficácia comprovada” usando testes que nunca disseram coisas do tipo. E isso é propaganda enganosa, desonestidade intelectual e falência moral.

Não posso dizer que me decepcionei com o Nerdologia, visto que seu conteúdo continua sendo muito bom, além do programa ser bem produzido. O que posso afirmar é que o locutor do anúncio não pode dizer que o software teve sua eficácia comprovada. Especialmente tendo o público-alvo que tem. Mais ainda quando um deslize desses pode sujar a reputação de um cientista de verdade. Mais especificamente quando se trata de um amigo meu.

Agora durma com esse barulho.

———

[1] Segundo meu decibelímetro e minha fita métrica.

Discussão - 24 comentários

  1. […] absorvente feminino. Assim, eu não prestei atenção no finalzinho do vídeo. Mas o Igor do Uoleo viu e fez uma postagem a respeito e isso me fez […]

  2. Thiago disse:

    Parece que esse óleo de cobra tecnológico se enquadra no Artigo 283 do Código Penal Brasileiro e este dossié é perfeito para usar no tribunal. O Ministério Público vai adorar e também vai abrir precedente.

    • Igor Santos disse:

      ...mas só depois da Copa.
      Pelo que sei, o MP só abre inquérito com um número mínimo de reclamações e, infelizmente, não acredito que esse número seria alcançado por pessoas que pagaram pelo programa (que são aquelas cujas reclamações seriam de fato consideradas).

  3. Forrest disse:

    Joga no Google o nome do produto ^Hearing Guardian V1^ mais o site do Mundo Gump e você vai ver uma ^matéria^ em formato de propaganda, onde o dono do blog defende com unhas e dentes o fabricante do tal produto.

  4. Jeferson disse:

    Excelente post, Igor! Parabéns! Tinha recebido uma
    mensagem perguntando sobre o tal software e teu
    post resolveu tudo, obrigado!
    Abs

  5. xaxicho disse:

    No contexto do post, pelo visto, o blogueiro n entendeu que o feedback é alcançado por meio de software e não de site. Portanto é natural que não exista no site corpo de mensagem de pesquisa de satisfação.

    Anúncios são anúncios (vendas/mercado), particularmente se eu fosse escrever sobre algo que desconheço, no mínimo teria o cuidado de garantir embasamento técnico-científico ( através de pesquisa exploratória) para saber se realmente esse software realmente é eficaz ou não.

    Pior ainda são as pessoas que leem esse post e assumem como verdade.

    O 42. foi escolhido como "Melhor Blog de Humor na Categoria Ciência" por ninguém, já que isso nunca existiu em lugar algum, e é mantido desde 2008 por um ex-marchand que virou músico, um capoeirista intelectual, um aspirante a cientista que se tornou engenheiro, um chef que trabalha num cartório e um dono-de-casa que aprendeu a pintar (paredes, não telas). Vivendo sob o lema “especialização é para insetos”

    "A vaidade humana é inversamente proporcional a credibilidade que se passa."

    Fiquei curioso com essa formação em engenharia de áudio, me fala onde tem que eu quero fazer também. Só não vale formação em engenharia elétrica com especialização em qualquer coisa que envolva áudio. kkkk

    • Igor Santos disse:

      Infelizmente para você, anônimo, mas felizmente para o resto de nós, minha faculdade não aceitaria você, pois é necessário um certo nível de pensamento crítico e um mínimo de inteligência para ser aceito.
      Mesmo que existisse "pesquisa de satisfação" (nem vou checar, quem gosta de remexer em lixo é urubu) no site, de que ela serviria? Você acredita quando o vendedor da loja diz que aquela calça ficou boa em você? Meu "embasamento técnico-científico" (sic), como você chama, é baseado em lógica e realidade. Se não existe mecanismo para reduzir ou reverter zumbido, do que interessa se eles estão vendendo varinha de condão ou encantamento?

      E essa sua frase de bolso é de quem? Lair Ribeiro?
      Que tal esta minha?
      "Hoje em dia, burrice é opcional. Quem prefere ser burro o faz por opção e, por isso, deveria ser eliminado do convívio social."

  6. alessandro disse:

    ta bom, eu tenho zumbido no ouvido esquerdo e perda severa nos dois agudos, são dois zumbidos que sinto um mais fino que o outro , por isso acho que algo danificou essa minha percepção aos dois agudos, um dos zumbidos é totalmente igual ao barulho de um grilo, e quando tapo o ouvido direito ( bom) não escuto mais um grilo por exemplo. o outro não consigo descrever mais é mais baixo e mais agudo, já fiz todo tipo de tratamento , tomei remédio para circulação , fiz ressonancia e muito mais, nada adiantou e continuei perdendo a adição nesses dois agudos até chegar a severo, vi o lance da bioson e baixei mas nem usei, não acredito nem pra começar, mas me interessei pelo seu intelecto, tente fazer por mim o que ninguem conseguiu até hoje, me da uma solução para diminuir os zumbidos ou vamos tentar alguma coisa que sua inteligencia possa pensar.

    humildade é assim, só quero uma ajuda e acredito em seu potencial, pode me ajudar?

    • Igor Santos disse:

      Não precisa necessariamente existir uma solução para o seu problema. Boa parte dos zumbidos são passageiros enquanto outra parte significativa é irreversível. Às vezes a maior humildade é aceitar que o que temos não tem cura ou tratamento.

  7. Israel disse:

    Igor, bom dia!
    Sei que este artigo já tem quase 3 anos mas...
    Confesso que acreditei um pouco na oferta do software, mas como eu nunca acredito totalmente em nada, encontrei o seu artigo e você me pareceu muito mais confiável. Enfim, desisti do software graças a você. Obrigado de coração.

    É visível que você é uma pessoa extremamente inteligente e, eu não poderia deixar de lhe contar minha história, se não se importar, é claro.:

    Eu participei de um show e o som estava num volume razoável, mas num certo momento o som ficou muito alto e eu estava próximo dos alto-falantes, o som permaneceu assim por uns 5 minutos ou menos e logo voltou a um volume normal. Quando terminou o evento, eu saí de lá e percebi um zumbido forte em ambos os ouvidos, depois de uns 30 minutos o zumbido diminuiu mas não passou, eu achei que desapareceria completamente, mas já fazem 4 dias.
    Quando maior o silêncio, mais o zumbido se intensifica.

    Gostaria de saber sua resposta quanto a isso. O que você acha ? Há algo que eu possa fazer ? Será que mesmo permanecendo por 4 dias, o zumbido é temporário ?

    Aguardo sua opinião. Agradeço de coração.

    • Igor Santos disse:

      Obrigado pelo comentário, Israel.
      Tinitus (zumbido no ouvido) não é muito bem entendido ainda (até onde eu tenha visto, mas como faz tempo que não leio estudos recentes, podem ter descoberto alguma coisa a respeito). No entanto, sabemos que é extremamente comum e às vezes até sem causa aparente, tipo aparecer em pessoas que nunca foram necessariamente expostas a sons muito altos nem sofrem de qualquer das doenças associadas (otoesclerose, doenças metabólicas, infecção no ouvido, etc). É normal o volume aparente aumentar quanto maior for o silêncio (não aumenta de verdade, apenas fica comparativamente mais alto já que não tem competição com outros sons externos).
      Quanto ao tempo, não tenho como dizer. O normal, dependendo da sua idade e saúde, é zerar, mas não há como prever em quanto tempo.

      Tente fazer uma compressa morna por alguns minutos antes de dormir. Não deve ajudar com o zumbido em si mas certamente ajuda a relaxar e faz o sono chegar antes, livrando você de passar mais tempo acordado com o barulho.

      Boa sorte.

      • Israel disse:

        Muito obrigado pela resposta Ígor.
        Hoje faz uma semana desde o início do zumbido.

        Quanto ao que você mencionou em relação a idade e saúde, eu tenho 20 anos e não tenho nenhum outro problema de saúde.
        Fui numa otorrinolaringologista e ela me passou dois remédios: Prednisolona e Dicloridrato de Flunarizina.

        Sobre o que você disse que o normal é zerar, há diversos casos de pessoas que sofrem com esse problema há mais de 20 anos. Gostaria de saber por que você acha que no meu caso o normal é zerar com o tempo ? É que foi uma ótima notícia. É porque a causa do meu zumbido foi som alto ?

        Obrigado novamente. Aguardo ansiosamente sua resposta.

        • Igor Santos disse:

          Tinitus é um problema de saúde e, como você disse, tem gente que sofre décadas com o problema. No entanto, o normal é zerar porque doença é a exceção.
          Tem gente que morre em batida de carro porque se enforcou no cinto de segurança também mas isso é um dado estatisticamente irrelevante.

          Talvez você tenha tendência a ter o problema e o trauma do som alto foi o gatilho, porém é mais fácil voltar ao normal. Até onde eu saiba a única forma de ter certeza é esperar e ver o que acontece.

          Sempre protegi meus ouvidos tanto quando ia a shows a prazer como a trabalho (já fui músico e roadie) e sempre fui cuidadoso quanto ao volume nos meus fones e sempre ando com protetores auriculares e, mesmo assim, não estou imune. Eu tenho um zumbido transitório que aparece aleatoriamente e dura de alguns poucos segundos a minutos por vez. Já fiquei anos sem e também já tive recorrências semanais.

          Cada caso é um caso específico e, salvo traumas ou doenças, não há como prever no que vai dar.

  8. Israel disse:

    Muito obrigado Igor.
    Muitas pessoas são fãs de cantores, outras são fãs de atores, mas se tem algo que eu admiro imensamente é a inteligência. Parabéns pela sua. Um dia, com ruído ou não, eu chego lá rsrs.

    Valeu mesmo.

  9. Flávio disse:

    Só vim agradecer, como portador de zumbido bilateral há seis meses, com som como o após uma bomba em filma, mas mais baixo e com um chiado leve. Aumentou há um mês e estou em uma avaliação multidisciplinar médica. Já rechacei uns vendedores de aparelhos que queriam vendê-los como uma panaceia pra mim e também desconfiei desse aplicativo. A melhor resposta foi essa sua postagem.

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