Carnaval proibido

-Retirado do Jornal da Assembléia-

Correção política extremada ou simples perda de tempo?
Por Jorge Peixoto
Natal, 30 de janeiro de 2009.
O Deputado Estadual Luiz Almir Filgueiras Magalhães, na tarde de ontem, encaminhou Ofício à Assembléia Legislativa do Estado pedindo, em caráter urgente e extraordinário, o pedido de votação da medida 32.833/09, que aconselha maior prudência neste período de festas carnavalescas.
Mas a que custo? Segundo o texto da medida, o bloco tradicional da Redinha, Os Cão, ficaria proibido de sair este ano, ou pelo menos de manter a sua tradição de se cobrir com a abundante lama do mangue da praia da Redinha, pois os foliões “perturbam a paz e causam poluição visual nas ruas do bairro”.
Mas não pára por aí!
O Deputado quer também proibir, ou melhor, “regulamentar” os blocos de mela-mela do estado, quando diz que “tais blocos ofendem aos passantes, vítimas inocentes de uma cruel prática, deixando os cidadãos e o Patrimônio Público sujos, sem o consentimento das partes”. Segundo o texto do Ofício, os mela-melas só poderiam “circular em trechos de ruas públicas após consentimento do Governo do Estado, na forma da Secretaria de Transportes e Obras Públicas (STOP), da prefeitura do município e, caso haja, conselho de bairro por maioria de voto. Tais trechos serão fechados ao público comum, por não mais de uma (01) hora e serão determinados por Conselho Extraordinário, formado por parlamentares e assessores, apenas durante o evento, e todos os envolvidos nas celebrações devem assinar Termo de Compromisso (…) onde deixam explícito que participam por livre e espontânea vontade e que os impede de levar adiante processo civil ou penal contra outros partícipes.”
Resumindo, pra brincar num mela-mela, os organizadores precisam pedir permissão ao secretário de TRANSPORTE (?), ao prefeito e deve ganhar por maioria o voto do conselho de bairro. Depois disso só se pode brincar por no máximo uma hora num local determinado pelos vereadores e seus empregados e ainda todos devem assinar um papel dizendo que não se importam de se sujar em nome da folia.
Imagine o tamanho da papelada, o tempo perdido com burocracia e, mais importante, o ônus de tudo isso! Sim, porque nada aí seria de graça.
Mas seria isso um preço baixo a pagar pelo conforto de poder sair por aí sem o risco de ser atingido por maisena? Ou um mal necessário para que todos nós possamos ir comer a nossa ginga com tapioca sem termos a nossa paz perturbada e a nossa visão poluída por seres do mangue?
A minha opinião é de que isso é uma medida ridícula, um artifício para fazer número, adicionando, antes da próxima eleição, ao portfólio de Luiz Almir.
Se ele não gosta d’Os Cão ou de mela-mela (é fato público que ele gosta mesmo é de serestas), deixe nós, que gostamos, aproveitar o espetáculo, a farra e a brincadeira em paz e pare de gastar o nosso dinheiro e o tempo da Assembléia com medidas inúteis e descabidas!
O e-mail do Deputado é luizalmir@al.rn.gov.br
Deixo-o ouvir a sua opinião!

—————————————————
Agora, se eu, Igor Santos, não dissesse que não existe Jornal da Assembléia nem Jorge Peixoto, que isso aí é mentira e foi inventado por mim no dia 30 de janeiro (do ano passado) como uma brincadeira (visando estimular o pensamento crítico de alguns colegas meus), quantos acreditariam na minha palavra virtual?
Cuidado com a informação que vocês recebem, não acreditem em tudo o que lêem. Dados sem corroboração não valem de nada, por mais que pareçam fazer sentido ou sejam agradáveis e concordem com nossos pontos de vista.
E, baseado na minha experiência, se passou na TV é mentira.
Podem acreditar em mim!
Publicado originalmente aqui.

Discussão - 0 comentários

Participe e envie seu comentário abaixo.

Envie seu comentário

Seu e-mail não será divulgado. (*) Campos obrigatórios.

Categorias