Incursão: Pedra Roseta

Ísis, Osíris, Hórus… Creio que meu nome influenciou. Desde criança sou fascinada pela história antiga do Egito. Lia e via tudo sobre o tema. Tinha decorado e salteado a vida de cada deus. Por isso, a primeira vez que soube da existência da Pedra Roseta, minha respiração parou por um instante. “Então, foi assim que os pesquisadores descobriram o que significa todos aqueles hieróglifos!?!” Eu estava com menos de 10 anos e conferir de perto a descoberta passou a ser uma aspiração. Depois de muitos turistas e algumas cotoveladas…
No ano passado fui para Londres, conhecer a famosa capital. Claro, era lá, no British Museum, que o pedaço de granodiorito – ou granito negro – estava à mostra. Em um calmo domingo caminhei, pela rua paralela à do museu, observando as casas. Virei a esquina e passei tranqüila entre os leões – que ficam na frente do museu. Sabe quando se está comendo o chocolate preferido pelas beradas, para não acabar logo e saborear com masoquismo? Então. Ao chegar, visitei to-do o British Museum. Peças da Turquia, Grécia, Itália… Até que, enfim, surgiram as do Egito.
Após passar esculturas de faraós, múmias e sarcófagos, observei um falatório e uma multidão em torno de uma peça perdida no meio. Era ela! Andei rápido, hipnotizada, em sua direção, mas o sonho logo se esvaiu. Uma comitiva de turistas japoneses, cada um com uma máquina digital e uma filmadora, captavam cada ângulo (!) da pedra. Para piorar, o guia parou na frente dela com explicações sobre o tema. O que amontoou ainda mais curiosos.
Era impossível passar entre eles, fizeram um cinturão humano. Parecia uma barricada. Se eu me atrevia chegar mais perto… Todos – sério! – todos olhavam feio. Como cara feia, para mim, é fome, aquilo começou a me irritar. O pior era que infinitos grupos de turistas estavam se aproximando. Se com educação não dava… Como no metrô da Sé, às seis e meia da tarde, coloquei a bolsa para frente, segurei a máquina na mão e parti no empurrão e na cotovelada. O resultado… está na foto ao lado!
Obs.: Depois de mim, outros solitários admiradores tomaram a mesma atitude e conseguiram ver o achado. Em seguida, comi uma saladinha no restaurante do lugar.

Um comentário em “Incursão: Pedra Roseta”

  1. Parabéns, amiga. Seus artigos são realmente empolgantes, seus relatos me surpreendem e me teletransportam, através de suas palavras, até o local relatado. De fato, parabéns por esse talento e esse dom que Deus lhe deu. Grande beijo!

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