Plantando crédito de carbono

Cultivar soja ou trigo é coisa do passado. A moda agora é refazer o ecossistema – não rimou, mas lembrou da música infame? Bom, os agricultores do Paraná – meu estado lindo – vão cultivar floresta para vender os créditos de carbono às empresas interessadas. Isso mesmo!
Rasca Rodrigues, secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, inaugurou no município de Loanda a primeira Cooperativa de Produtores Familiares de Crédito de Carbono do país (Coopercarbono). Ela comercializa o gás carbônico gerado pela manutenção das florestas em Áreas de Preservação Permanente (APP).
Formada por 187 agricultores que possuem propriedades de até 30 hectares, a Coopercabono deu o primeiro passo vendendo 40 toneladas. A empresa ACMA, especializada em construção civil, adquiriu a tonelada por US$ 10. Pagando um total de US$ 650. Até Enam Akoetey, pesquisadora da Embrapa em Gana, na África, veio conhecer o exemplo.
O incentivo para criação da Coopercarbono é do Programa Paraná Biodiversidade, com o apoio do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e Embrapa. O programa contribui com os custos de implantação do projeto. É gasto cerca de R$ 1,5 mil por hectare para subsidiar a compra de instrumentos como cercas, sementes, adubos e formicidas. Neste caso, o total investido foi de R$ 600 mil.
Em 20 anos, eles esperam “seqüestrar” mais de 100 mil toneladas de carbono equivalente (tCO2). Em pensar que fui conhecer Tibagi – cidade de esportes radicais – e na estrada de um lado havia apenas milho. Do outro, soja. Leia mais na Agência Estadual de Notícias (AEN).

6 comentários em “Plantando crédito de carbono”

  1. Legal, meu. Mas os produtores de soja, milho e, principalmente, de cana, também estão tentando ingressar nesse mercado comprovando que ainda sobram uns créditos de carbono na lavoura, descontado todo o carbono gerado na cadeia produtiva. As plantinhas do agronegócio também fazem fotossíntese, afinal de contas.

  2. Fazendo algumas continhas: US$ 650 por 40 toneladas. Gastam R$ 1.500,00 por hectare. Total investido: R$ 600.000,00.
    Ué... Investem 600 mil e recebem um pouco mais de 1000 reais ??? Nossa! Mais isso é um negócio lucrativo pra quem afinal ?
    Em 20 anos, 100 mil toneladas de carbono, a 10 dólares cada = 1 milhão de dólares ! Mas eles gastam R$ 1.500,00 por hectare, em 20 anos terão gasto quanto?
    Quanta burrice!

  3. Caro Anderson, pense...
    A área não produz apenas 40 toneladas de carbono, isso foi uma pequena venda inicial, quase simbolica.
    Pelo que li, 1ha apenas sequestra muito mais do que 40 toneladas.

  4. gostaria de mais informaçoes a respeito das possiveis formas de sequestro de carbono, de orgãos que certifiquem e promovem estas atividades em prol do meio ambiente.

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