Brasil envia sementes ao gelo


Sabia que no arquipélago norueguês de Svalbard, perto do Pólo Norte, a Noruega e a instituição Global Crop Diversity Trust – da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) – criaram o “cofre do fim do mundo”?
Ele não guarda dinheiro, mas sim sementes de plantinhas. Afinal, o que será delas quando a Terra esquentar para valer? As gerações futuras, os Ovnis, os Osnis, os novos seres “racionais” que serão desenvolvidos no planeta, enfim, todos terão mostras do que um dia existiu no planeta. Inclusive, poderão provar da nossa iguaria: o arroz com feijão.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Real – país rico é outra história – Ministério de Agricultura e Alimentação da Noruega assinaram no dia primeiro de julho o acordo de cooperação. Ele garante o depósito de sementes da Embrapa no Banco Global de Sementes de Svalbard, situado na cidade de Longyearbyen. Serão enviadas primeiramente de arroz, feijão e milho.
A escolha atende a uma das recomendações do Banco quanto à relevância para a segurança alimentar e agricultura sustentável. José Manuel Cabral, chefe-geral da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, disse que a primeira remessa será enviada à Noruega até o final deste ano.
“As sementes estão sendo selecionadas nas três Unidades da Embrapa para atender às exigências do acordo, segundo o qual não pode haver amostras repetidas no banco norueguês. Depois, passarão por testes de sanidade para garantir que estão livres de doenças e insetos e de viabilidade, pois têm que manter a capacidade de germinação por, pelo menos, dez anos. Finalmente, serão replicadas, embaladas e encaminhadas a Svalbard”, explica Cabral.
O envio de amostras é mais uma garantia de segurança, já que o banco nórdico é o mais seguro do mundo em termos físicos e ambientais. Situado dentro de uma montanha, foi construído com segurança para resistir a catástrofes climáticas (enchentes terremotos, aquecimento gradual, etc.) e até mesmo a uma explosão nuclear.
O acordo prevê cooperação contínua entre as duas instituições. Por isso, “futuramente, sementes de outras espécies serão enviadas ao Banco Global”, como explica Cabral, lembrando que a prioridade será a mesma, ou seja, sementes de importância para a alimentação da população brasileira.
VEJA AQUI E ALI VÍDEOS BACANAS SOBRE O BANCO DE SEMENTES, em inglês.
“O objetivo (do banco do fim do mundo) é conservar até 4,5 milhões de amostras de sementes e 2 bilhões de sementes de todas as espécies cultivadas pelo ser humano.” Diz matéria da Folha, leia aqui. Acho que esse povo se inspirou nos mamutes congelados encontrados nos desertos de gelo…
Fotos: Svalbard Pictures

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