Já disse que não sou ecochata – prefiro o lema asiático “tudo o que é demais faz mal”. Só que de papelzinho em papelzinho o lixão enche o saco. Hoje, perguntei para um pessoa de uma empresa: “Vocês não fazem reciclagem?”. “Aqui não dá”. “Como assim?”, pensei.
O caminhão da Ecourbis – veja site aqui -, responsável pela coleta seletiva na cidade de São Paulo, passa em frente ao tal lugar. Beeem em frente. O único trabalho seria separar o que pode ser reciclado – praticamente tudo – e colocar na porta no horário correto.
Fiquei matutando para entender o que impediria tal atitude. A minha conclusão é que, como quase tudo é reciclável, o lixo comum praticamente inexistiria. E o reciclável deveria ficar guardado até o dia do caminhão passar. Credo, que trabalho.
É por essas e outras que a capital paulista, a maior geradora de lixo doméstico do Brasil, recicla 4% – dados da prefeitura. Ou melhor, esse é o volume que eles encaminham para as cooperativas fazerem mais uma divisão do lixo. Resultado: MENOS que 4%! Vergonha…
TETO DE VIDRO
Uma pesquisa quentinha do Instituto Autoglass Socioambiental de Educação (IASE) revela que apenas 5% dos vidros quebrados de automóveis no Brasil são reciclados. Segundo o levantamento, se os pára-brisas quebrados em um ano no Brasil fossem colocados lado a lado percorreriam uma distância de mais de 3.000 km – correspondente ao espaço que separa São Paulo de Fortaleza. O pessoal do IASE desenvolveu o programa Reciglass, direcionado à gestão da reciclagem de vidros automotivos – conseguem cerca de 30 toneladas por mês.
O que mais me impressiona é que TODO o vidro pode ser reciclado. Que é um mundo de dinheiro jogado fora. Que é um desperdício de energia. E muito por causa da preguiça ou falta de noção das pessoas. Hunf. Leia aqui uma matéria que escrevi sobre a energia que o lixo pode gerar. Falei.
Nós herdamos de nossos ancestrais todas as características culturais... As melhores e as piores... Índios não reciclavam porque tinha pouco índio para pouco Brasil... Negros escravos só reciclavam o que reaproveitavam para a própria subsistência... E os colonizadores europeus, achavam que tinha "muito" e que podia "gastar à vontade".
O mesmo padrão se vê hoje em dia: são os mais pobres (geralmente descendentes de escravos...) que se arriscam nos "lixões" para aproveitar os restos que nossa cultura de desperdício cria em quantidades incríveis (inclusive a pretexto de "higiene"...)
E o que é mais triste: existe uma fortuna diariamente jogada no lixo em materiais recicláveis - as Prefeituras que vivem se queixando de "falta de dinheiro" poderiam lucrar bastante com isso.... se os Prefeitos não fossem bestas quadradas, eleitos por apedeutas!
Leia acima "pouco índio para muito Brasil"
O que polui o meio ambiente é a preguiça e o egoísmo!!!
Nossa João, boa maneira de observar.