A Amazônia não é virgem

-Tomara que esse poeirão, não acabe com o meu pulmão.
-Bom dia!, abro um sorriso e alongo as vocais para o rosto conhecido, afinal, hoje é sexta-feira.
-Bom dia!, e continua seu trabalho varrendo o meio-fio.
Conheci o Lixeiro Poeta há um mês. O local, hora e roupa laranja eram os mesmos. Ofereceu-me seu livro. Infelizmente, como o recheio da minha carteira raramente é maior que cinco reais, não pude ler sua obra. Mesmo assim, em silêncio, desejei vê-lo novamente. É a pitada de lirismo que toda vida vulgar merece. Eis que, hoje, no Dia da Amazônia, sou contemplada com um versinho. A rima pode até parecer pobre para alguns, mas enriqueceu o começo do leve dia.
Amazônia foi reflorestada
Guardei um post na manga, especialmente, para hoje. A revista New Scientist, veja matéria inteira aqui em inglês, publicou um texto afirmando que há 600 anos a floresta foi desmatada. Os próprios índios fizeram isso para criar uma rede urbana de cidades, vilas e aldeias.
Arqueólogos descobriram restos de civilização urbana do século XIII, antes dos colonos  “descobrirem” o “Novo Mundo”. Tinha até muro! Assim, cerca 20 mil quilômetros quadrados da parte ocidental da Amazônia não é de floresta virgem. E onde foram parar essas pessoas? Foram dizimadas pelos europeus e suas doenças.
Os pesquisadores encontraram praças cerimoniais e residenciais. Mais de 50 mil pessoas poderiam ter vivido por lá. Estudiosos europeus e brasileiros seguem com a pesquisa. Pretendem descobrir como a Amazônia realmente era primitivamente.
Quero visitar o ex- “Pulmão Verde”
Quando era bebê, eu vivi em Manaus. Lá não existe inverno. Essa é a época das mais fortes chuvas. O momento de, à tarde, todos os dias na mesma hora, encontrar os amigos para jogar baralho. Até o dilúvio acabar. Era tão quente, mas tão úmido, que eu tomava banho de água fria. Ao mudar para São Paulo, quem fazia eu entrar na banheira com água quentinha? Ninguém! Fizesse a geada que fosse.
FELIZ DIA DA AMAZÔNIA! Hoje vai ter festa na floresta! Queria deixar um bom dia, escrito em alguma língua indígena do local, mas achei tantas – mais de 100 – que será em português mesmo: Bom dia!

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