-Tô com fome, disse a galinha.
-E eu tô com frio, reclamou o porco.
-Fiquem quietos, vocês me deixam estressada!, a vaca.
Por meio de uma técnica agrícola chamada zootecnia de precisão – análise de imagens do comportamento de animais -, um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), desenvolveu um software capaz de interpretar a vocalização dos animais suínos, bovinos e aves. Ele identifica se estão com frio, fome ou sob algum tipo de estresse. Claro que não é igual esse diálogo que criei…
“A busca pelo bem-estar tornou-se preocupação recorrente dos produtores, não somente para atender a demandas de exportação, como para se adequara novos paradigmas do setor”, diz a pesquisadora e coordenadora do projeto, Irenilza de Alencar Naas. A voz dos bichinhos fornece dados sobre o bem-estar do animal, seu estado de saúde e a adaptação social de forma não-invasiva.
O software foi desenvolvido por alunos no Laboratório de Conforto Térmico da Faculdade de Engenharia Agrícola da Unicamp e permite a gravação e configuração dos dados. “Em uma fazenda comercial no estado de São Paulo gravamos os sinais de vocalização de suínos. O software nos permitiu analisar e interpretar a dos leitões em situações estressantes e não estressantes, apresentando resultados distintos da caracterização dos sons emitidos em ambas as situações”, explicou a pesquisadora Daniela Moura, que participou do grupo.
Exemplos
Em um experimento, os pesquisadores separaram cinco bezerrinhas em dois grupos em função da idade. “As mais jovens apresentam maior estresse com a separação da matriz (mãe)”, explicou o estudante de engenharia agrícola, Rafael Augusto da Silva, bolsista de Iniciação Científica do CNPq. Segundo o estudante, a separação dos bezerros no manejo de vacas leiteiras é importante na produção comercial de leite. Eles são mantidos em baias individuais para evitar comportamentos como a agressividade. Agora, como foi comprovado que eles ficam tristonhos, esse manejo deve ser adequado às novas normas de bem-estar animal para não haver comprometimento futuro.
De acordo com Daniela, a comparação dos parâmetros do som gravado revela a diferença dos gritos dos leitões. Os pintinhos, por sua vez, nas primeiras três semanas piam menos quando expostos a um ambiente com conforto térmico. Se a temperatura diminui, eles mandam ver na “piadeira”. O software está em fase de patente e, segundo o CNPq, terá um custo barateado.
Que história sensacional!!! Vende isso pra algum jornal ou revista!!!
Será que dá para desenvolver essa pesquisa para avaliar o sofrimento de cobaias em experiências científicas?
Eu que sou bicho da cidade, criado em apartamento, sempre imaginei que os tratadores de animais eram capazes de notar o sofrimento dos animais pelo olhômetro. Tem como comparar a performace desse softaware com a de um experiente "encantador de galinhas" ou algo assim?
Foi matéria do "Fantástico" de ontem... O que me pareceu digno de nota nesse soft foi que o usuário nem precisa ter "empatia" com os animais. Ficou mais para "sinistro" do que para "interessante"...
Vixe, Igor. Se saiu no Fantástico, nem vai dar mais para indicar... Mas foi uma buena ideia!
Puxa, pensei que uma exclusiva sua... É o que dá não assistir TV domingo a noite...