Ouvi no rádio uma colega falando de um helicóptero: “As algas do rio Pinheiros se espalharam para outros lugares”. Porém, nem toda planta que vive na água é alga. Sei que não posso atirar uma pedra porque cometi o mesmo erro. Essas plantas se chamam macrófitas. Acredite, se puder.
Observe a foto ao lado. Parece que o veleirinho está navegando na grama, correto? Mas toda essa plantaiada é a tal da macrófita aquática. Ou, tais. Aí, onde há verde, deveria estar visível a água da represa Guarapiranga.
Apurando uma matéria, descobri que existem mais de 80 espécies de macrófitas aquáticas habitando a represa. Algumas chegam a atingir 12 metros de comprimento. Olhando de perto, é meio nojento. Porque o lixo da represa fica preso nessa rede natural.
Mas, ao contrário do que se pensa, em número controlado, a fonte disse que elas fazem bem por oxigenar a água. Elas crescem bastante em ambientes com muito nutriente – seriam as chuvas que levam nutrientes para as águas? Ou tudo?
Na represa Guarapiranga e no rio Pinheiros, elas formam bancos de plantas que flutuam para um lado e para o outro de acordo, geralmente, com o vento. Se eu fosse você, nem mexeria com elas.
Chuva nada... o problema esta no esgoto mesmo! Esgoto que é despejada indiscriminadamente. "Sem despejo de esgoto, Rio Pinheiros teria 20% do volume atual. Apenas 20% do rio paulistano são água limpa; o resto é dejeto. Barco batizado de ‘cata-lixo’ consegue tirar seis toneladas de lixo" - diz reportagem do G1
Hehe, mas alga não é planta também =P
Bem, pelo que você descreveu as macrófitas que estão sendo discutidas são do grupo das flutuantes. Na verdade uma consequência direta do aumento em excesso da sua população é a baixa concentração de oxigênio na água, já que o seu tempo de vida é relativamente curto. Muita biomassa a ser degradada por bactérias aeróbicas, ainda mais em condições de eutrofia.
Um papel importante das macrófitas é que elas podem funcionar como um filtro para o aporte de nutrientes, principalmente as flutuantes. Isso depende de um controle contínuo de retirada das macrófitas do reservatório, antes delas morrerem. Elas absorvem nutrientes e acumulam em biomassa boa parte deles. Depois de serem retiradas da água podem ser utilizadas como fertilizantes em áreas de plantio próxima a represa, até recuperando áreas degradadas. Já vi isso em reservatórios no sul do Brasil e realmente funciona.
Para resolver esse problema só nos resta atacar a causa direta: input direto de esgoto e recuperação do sedimento rico em nutrientes. Em situações de oligotrofia as macrófitas submersas tendem a dominar devido a maior penetração de luz na água. Assim as macrófitas flutuantes seriam eliminadas por competição.
Em Genipabu, na área do mangue, quando chove muito forte o rio fica como essa foto aí acima, mas eu tenho a impressão de que são pedaços da vegetação do mangue que se soltam. Não tenho certeza.
Vou procurar uma foto e lhe mando.
<3