Farinha do mesmo neandertal

Z9tcfrt.jpgVocês leram a pesquisa sobre o sequenciamento do genoma do homem de neandertal publicada na Science? Leia aqui, na íntegra, em inglês. Conclusão: todos temos um pouco de neandertal dentro de nós. Quer dizer, quase todos. Os cientistas descobriram que cerca de 2% dos nossos genes provêm do homem de neandertal – que apareceu há cerca de 400 mil anos e se extinguiu há 30 mil.
Quando os primeiros e corajosos vovôs Homo sapiens saíram da África, entre 50 mil e 80 mil anos atrás, ops, se encontraram com neandertais no Oriente Médio, na Europa e na Ásia. Aí, papo vai, papo vem… Algo deve ter acontecido. Isso explica porque os africanos não têm os genes dos – a-há – homens das cavernas neandertais.
No gene das três neandertais sequenciadas – que datam de 38 mil a 44 mil anos provenientes da Croácia – não foram encontrados resquícios de Homo sapiens. Parênteses: até as moças neandertais são importantes para a ciência. O que seria do mundo sem o sexo feminino?
Vamos aos números:
O DNA de um chimpanzé é 98,8% idêntico ao nosso;
O DNA de um neandertal é 99,7% idêntico ao nosso.
Medo? Um pouco. Mas isso é evolução, minha gente. Só sei que eu sempre dizia que os humanos e os neandertais trocaram genéticas. Poucos botavam fé em mim. Afinal, quem sou eu, né? Agora, me sinto de DNA lavado.

3 comentários em “Farinha do mesmo neandertal”

  1. sempre houve dúvidas se os neandertais tivessem sido substituídos pelos H. sapiens ou se os homens atuais eram descendentes da mistura dos dois... acho que as informações desse post esclarecem um pouco essa parte da nossa história evolutiva.
    muito interessante.
    mas dizer que somos 99,7% com neandertais é muito vago...
    acho que a diferença entre dois homens pode ser maior que isso, ainda mais se considerarmos que a diversidade genética entre negros é cinco vezes maior que do resto da humanidade (não lembro de onde tenho essa informação)...

  2. Acho muito interessante sob o ponto de vista evolutivo, entretanto pode servir para substanciar mal intencionados defensores de teorias de carga genética de maior ou menor qualidade.

  3. Pessoal toda uma informação gênica não é necessariamente uma sequência de nucleotídeos ou genes levando a um resultado (uma única proteína, por exemplo); Deixem eu tentar explicar...
    Devido a um mecanismo envolto no chamado Dogma central da biologia Molecular que é resumindo de forma extrema: DNA>>RNA>>Proteína, tem-se uma informação como uma gene A, que numa situação é lido e gera a proteína A, em outra situação gera a proteína A'. Uma analogia grosseira seria tipo "o betume (petróleo) pode dar origem através de um processo específico a gasolina e a outro não tão diferente assim ao diesel. Esse é o chamado Splicing Alternativo mecanismo de retirada de Introns que leva um gene (DNA) a produzir a partir de uma informação base informações derivadas da inicial um pouco alteradas (diferentes RNAs mensageiros que levam a formação de diferentes proteínas, como representei em A e A' e gasolina e Diesel. Espero que ajude a entenderem!

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