Quem passeou de bondinho no Rio de Janeiro, pelo Pão-de-Açúcar, já deve ter visto aqueles macaquinhos engraçadinhos que ficam nos encarando com cara de pidão: os saguis. Eles encantam pela fisionomia e pelo jeito, porém causam um problemão por serem quando são uma espécie invasora no estado do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Esses saguis são originários da Mata Atlântica (não do Sudeste), mas de uma parte do bioma do Nordeste – leia mais sobre os saguis. Aqui, no Sudeste, eles foram introduzidos pelo homem. As más línguas dizem que as pessoas compravam os saguis como bicho de estimação. Porém, como o macaquinho é inquieto, acabavam abandonando em matas da cidade.
Não vou nem falar sobre a prática de ter em casa um bicho de estimação sem permissão legal e, tão péssimo quanto, largá-lo depois. Há um outro problema. Os saguis souberam se virar por aqui. Eles se alimentam de frutas, de insetos e de ovos de passarinho.
Há alguns anos, quando estive no Parque Estadual da Ilha Anchieta, em Ubatuba (litoral norte de São Paulo), um responsável pelo local me contou que os saguis estavam causando um desequilíbrio no ecossistema da ilha. Os saguis, por se alimentarem de ovos, diminuem a população de pássaros nativos que não conseguem defender sua cria. E agora, José?
Curiosidade: lá no Morro da Urca, vi um sagui passando seu filhotinho lindo para outro sagui. Achei estranho devido à nossa proximidade (humanos) deles e porque sempre, em documentários, vi a mãe macaca carregar o bichinho – clique na imagem ao lado para ver o filhotinho. A Maria Guimarães, do Ciência e Ideias, me contou que o macho sagui ajuda a fêmea a carregar o filhote. Afinal, levar um bebê pesadinho o dia todo junto ao corpo cansa.
Correções: Leia os comentários abaixo feitos pelo veterinário especializado em animais silvestres e fotógrafo Samuel Betkowski. “Existem SIM espécies de saguis originárias da região sudeste do Brasil. (…) Não existe problema nenhum nisso. Ainda, algumas espécies nativas do sudeste estão ameaçadas de extinção como é o caso do Sagui-da-serra-escuro (Callithrix aurita)”, explica.
Pois é, os pais também ajudam. Na verdade nos primeiros dias de vida do filhote eles são os carregadores principais dos filhotes. Na Nova Zelândia, que por ser uma ilha padece acho que mais gravemente com espécies exóticas, me lembro que era atitude heróica e ambientalmente correta (embora meio atordoante) atropelar fofos opossums, uns marzupiais bonitinhos com cara de esquilo que também eram o terror da avifauna neozelandeza.
Oi Bessa, não conhecia essa história. Apenas de uma espécie, não lembro o nome, que foi extinta devido à introdução de gatos no país.
Olá Isis,
Os saguis geralmente tem crias de gêmeos (uma raridade em primatas), e após um certo tamanho as fêmeas já não conseguem carregar dois filhotes. O cuidado alopatental do pai ou de outras fêmeas do grupo para o transporte e cuidado dos filhotes é essencial.
Oi Tiago, li sobre essa história dos gêmeos. Então, é verdade?
No campus da Unesp em Bauru existe vários desses pulando entre as árvores e entretendo os estudantes. Realmente eles são muito numerosos e estão causando problemas...
Wesley, imagino só a combinação explosiva...
Aqui no Sapê, bairro de Niterói, há bandos enormes de saguis, que passeiam pela fiação elétrica e pelas árvores.
Susana, e choque elétrico? Eles não tomam?
ajuda com um nome de macaco
Olá, Isis! Gostaria de fazer uma correção nas informações que você colocou neste post. Existem SIM espécies de saguis originárias da região sudeste do Brasil. Pelo menos 3 espécies deles ocorrem no sudeste: Callithrix aurita (Sagui-da-serra-escuro), C. geoffroyi (Sagui-de-cara-branca) e C. penicillata. Outra informação incorreta é que eles são originários da Mata Atlântica. O Callithrix aurita, C. flaviceps, C. geoffroyi e C. kuhlii ocorrem exclusivamente na Mata Atlântica, enquanto C. jacchus ocorre na Mata Atlântica e Caatinga e C. penicillata, na Caatinga e Cerrado. Espero ter ajudado.
Outra informação equivocada é que os saguis somente representam um problema em São Paulo e Rio de Janeiro. Algumas espécies representam realmente um problema, pois como você disse, elas foram introduzidas aqui, soltas por pessoas que as tinham como animais de estimação. Elas realmente representam um risco às aves e até mesmo às espécies de saguis nativas do sudeste, pois acabam competindo por alimento e até hibridizando entre si.
Porém as espécies nativas do sudeste também se alimentam de ovos de aves entre outras coisas e isto faz parte da biologia da espécie. Não existe problema nenhum nisso. Ainda, algumas espécies nativas do sudeste estão ameaçadas de extinção como é o caso do Sagui-da-serra-escuro (Callithrix aurita). Nesse caso nós somos o problema e não eles. Espero ter ajudado mais uma vez.
O maior predador é o ser humano , que desmata por interesses pessoais
e financeiros , causando desequilíbrio na natureza. Os animais perdem seus habitats e invadem as cidades à procura de alimento .
O ser humano faz experiências desnecessárias com os animais, abusa em todos os sentidos de seres indefesos e mata por prazer !
o ser humano é realmente a maior praga neste planeta !